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Quando um vulcão entra em atividade, ele emite gases que alteram a coloração das folhas das árvores – um fenômeno visível por satélites
A erupção de um vulcão é um fenômeno que desperta curiosidade e imagens únicas. É também fonte de muita preocupação, especialmente para cerca de 10% da população que vive perto de um vulcão ativo e potencialmente perigoso. E para essas pessoas, um sinal de alerta importante pode vir de seres que não falam a nossa língua: as árvores.
Os sinais acontecem porque, antes das erupções vulcânicas, gases de dióxido de carbono são liberados do magma abaixo da terra. As árvores que o absorvem tornam-se verdes e vibrantes, uma mudança que, se monitorada por satélite, poderia ser usada para aprimorar os sistemas de alerta e detecção precoce de erupções.
A ideia veio dos Estados Unidos, com uma parceria entre o Instituto Smithsonian e a NASA. O instituto reuniu uma equipe de botânicos e vulcanologistas, e a agência espacial forneceu uma variedade de satélites de monitoramento da Terra, como o Orbiting Carbon Observatory 2 e o Landsat 8.
O norte da Califórnia, o sudoeste do Alasca e o Havaí correm alto risco de danos causados por erupções vulcânicas. Em 2009, por exemplo, 300 voos foram cancelados quando o Aeroporto Internacional Ted Stevens de Anchorage foi fechado após o vulcão Redoubt ter expelido nuvens de rocha vulcânica e cinzas.
Antes de um vulcão como o Redoubt entrar em erupção, o magma ascendente libera emissões de dióxido de carbono e dióxido de enxofre, visíveis do espaço. Embora o dióxido de enxofre seja facilmente detectável do espaço, o dióxido de carbono aparece antes, mas é muito mais difícil de detectar devido às grandes quantidades de CO2 na atmosfera.
Para ajudar nesta detecção, o esverdeamento da vegetação causado pelo CO2 é um indicador eficaz e mais fácil de detectar via satélite. Quando combinado com ondas sísmicas e mudanças na altura do solo, especialistas podem ter uma ideia ainda melhor do que está acontecendo abaixo de um vulcão.
“Um vulcão emitindo as modestas quantidades de dióxido de carbono que poderiam ser o prenúncio de uma erupção não aparecerá em imagens de satélite”, disse Robert Bogue, vulcanologista da Universidade McGill, em Montreal. “A ideia é encontrar algo que possamos medir em vez do dióxido de carbono diretamente, para nos dar um indicador que nos permita detectar mudanças nas emissões vulcânicas.”
Esse indicador pode ser muito importante, principalmente se considerarmos que os vulcões estão localizados em terrenos remotos e hostis, e o seu acompanhamento próximo e direto nem sempre é simples ou seguro.
Por: Natasha Olsen
Fonte: Ciclo Vivo
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