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Quer produtividade florestal de verdade? Então saiba: não basta plantar e torcer, como quem joga uma moeda no fundo do poço e espera milagre. Silvicultura não é loteria — é ciência aplicada no chão.
Floresta bem-feita nasce de decisão técnica, muda sadia, solo bem preparado e manejo impecável. Muda fraca, adubação errada, praga ignorada? É como construir casa sem alicerce. Pode até ficar de pé por um tempo… até cair com o primeiro vento.
E não se engane: não estamos falando só de árvores. Queremos silvicultura de verdade? Então que se respeite o ser humano com o mesmo rigor com que se respeita o cronograma de adubação.
Seu Dito, tratorista em Guarapuava, resume assim:
“Se a floresta cresce direito, é porque teve mão boa cuidando.”
Trabalho digno, segurança, respeito, proteção da paisagem, uso inteligente da água — isso não é favor. É fundamento.
Sem isso, não há sustentabilidade — há maquiagem verde.
Agora pense: se o plantio estiver no lugar certo, a madeira com preço justo, o mercado ativo e os produtores capacitados — o sucesso financeiro não é meta, é consequência.
Há exemplos concretos de grandes empreendimentos que tomaram os devidos cuidados com tecnologia, aspectos sociais e ambientais, e alcançaram aumentos expressivos na produtividade, com trabalhadores satisfeitos, nascentes protegidas e comunidades valorizadas.
Aí o ciclo virtuoso se fecha:
Técnica → Resultado → Renda → Reinvestimento → Expansão com responsabilidade.
Quem ganha? Todo mundo: produtor, indústria, consumidor, trabalhadores, meio ambiente.
Mas aí vem a pergunta incômoda: com o orçamento apertado, o que dá para cortar?
Resposta? Nada. Absolutamente nada.
Silvicultura é como receita de pão: tire o fermento, tire o tempo de forno, corte a farinha certa — e o que sobra? Massa crua e desperdício.
Cortou adubo, esqueceu tecnologia, dispensou o técnico? Prepare-se para colher mato, não madeira. E depois não adianta culpar o clima.
Fica o recado:
Silvicultura de sucesso exige decisão, ciência e coragem.
Sem atalhos. Sem “jeitinho”. Sem economizar no que realmente importa.
A fórmula não é segredo:
Tecnologia no tempo certo. Insumo na medida certa. Profissionais bem pagos. Paisagem respeitada. Comunidade valorizada.
Esse é o único caminho real para a sustentabilidade — não de papel, mas de verdade.
Nelson Barboza Leite – Agrônomo – Silvicultor – nbleite@uol.com.br
Fonte: Comunidade de Silvicultura
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