Notícias
Ao longo das últimas décadas, vêm sendo formadas extensas e contínuas áreas de florestas plantadas, visando à produção de madeira para diversos fins. Nesses casos, é fundamental que se adotem medidas que protejam os recursos hídricos, a biodiversidade e que mantenham a harmonia da paisagem. Esses imensos plantios merecem atenção especial.
Há, no entanto, casos bem-sucedidos de grandes áreas florestais onde são mesclados estratégicos mosaicos de vegetação natural, como medidas mitigadoras desses efeitos. São exemplos a serem seguidos!
O avanço de grandes plantios, sem a devida preocupação com a ocupação territorial adequadamente ordenada, pode trazer inúmeras consequências: marginalização de pequenos produtores, empobrecimento da fauna local por falta de alimentação e impactos sobre nascentes e pequenos riachos. São sinais de adversidades que ameaçam o meio ambiente, a qualidade de vida das comunidades remanescentes e o futuro dos empregos ligados à cadeia florestal e industrial dessas regiões.
Quando o planejamento do uso do território é feito de forma independente pelas diversas empresas, nem sempre os interesses comuns das regiões são preservados.
Essas extensas áreas causam preocupação, principalmente diante da necessidade de medidas de proteção contra o fogo e eventuais ataques de pragas e doenças. Nesse sentido, a formação de corredores ecológicos — faixas contínuas de vegetação nativa que conectem fragmentos de florestas, Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais — apresenta-se como uma estratégia interessante para manter o equilíbrio ambiental, conservar os recursos hídricos, permitir o fluxo da fauna, fortalecer a resiliência da paisagem e, acima de tudo, constituir-se em uma importante medida de proteção do patrimônio florestal.
As grandes empresas do setor florestal, com sua estrutura técnica, capacidade financeira e influência, têm papel fundamental nesse processo. Trata-se de mais uma inestimável contribuição para garantir a sustentabilidade dos empreendimentos a médio e longo prazo. A formação de faixas com florestas naturais, restaurando áreas estratégicas e criando redes de vegetação nativa conectadas, pode diminuir sobremaneira os impactos dos imensos blocos de monoculturas.
Instituições de pesquisa, entidades representativas do setor e o poder público são peças essenciais na soma de esforços para a criação e o fortalecimento de políticas públicas específicas nesse sentido. Incentivos técnicos, financeiros e legais — como pagamentos por serviços ambientais e créditos de carbono — são fundamentais para que os proprietários rurais, especialmente os pequenos e médios produtores, possam participar ativamente dessa construção ecológica. Destaca-se, nesse contexto, o importante e estratégico papel do fomento florestal como excelente alternativa para implementar ações nessa direção.
Este é um chamamento a toda a sociedade: é preciso encontrarmos novos caminhos para dar legitimidade à sustentabilidade das grandes áreas com florestas plantadas! Precisamos unir forças — empresas, governos, pesquisadores, trabalhadores e comunidades — para que a ocupação territorial com grandes extensões de florestas mantenha a paisagem viva e sustentável.
Nelson Barboza Leite – Agrônomo – Silvicultor – nbleite@uol.com.br
Fonte: Comunidade de Silvicultura
Notícias em destaque





