O recente anúncio de uma política tarifária recíproca pelos EUA terá como alvo diversas fontes importantes de importações de móveis americanos e espera-se que tenha um impacto significativo na cadeia global de suprimentos de móveis.

Os dados mostram que o Vietnã atualmente representa 37% do total das importações de móveis dos EUA e está sujeito a uma tarifa de 46%, enquanto a China enfrenta uma tarifa de 34%. Isso, combinado com a tarifa atual de 20%, eleva a tarifa real sobre móveis chineses para 54%. Atualmente, China e Vietnã respondem por 60% do total das importações de móveis dos EUA.

Além disso, outros grandes fornecedores de móveis para os EUA, como México, Canadá, Itália, Malásia, Indonésia e Tailândia, estão sujeitos a tarifas de dois dígitos. O fornecedor emergente, o Camboja, enfrenta uma tarifa de 49%, ainda maior que a do Vietnã.

As tarifas de países da UE, incluindo Polônia, Itália, Turquia e Portugal, são de 20%. No entanto, considerando os altos custos de fabricação desses países, eles terão dificuldade em obter qualquer vantagem significativa com esse ajuste tarifário.

Já em 2004, após os EUA imporem taxas antidumping sobre móveis de quarto chineses, o Vietnã começou a se destacar na cadeia global de suprimentos de móveis.

Durante o atrito comercial entre China e EUA em 2019, muitos fabricantes de móveis transferiram suas linhas de produção da China para o Vietnã, permitindo que o país passasse da segunda posição para a posição de maior exportador de móveis dos EUA. Essa política tarifária pode alterar esse padrão novamente.

Em relação ao objetivo da política de trazer a produção de volta aos EUA, especialistas do setor apontam que a escassez de mão de obra é um dos principais desafios, especialmente quando muitas indústrias afetadas por tarifas buscam localizar a produção, e essa questão pode se tornar ainda mais proeminente.

Espera-se que esse amplo ajuste tarifário afete todas as importações de móveis que entram nos EUA e, como resultado, o padrão global de compra de móveis pode sofrer mudanças fundamentais.

Fonte: ITTO/Remade