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A silvicultura brasileira mantem no centro das discussões, algumas pendências estratégicas intocáveis e que poderão trazer sérios problemas, lá na frente! Apesar dos significativos avanços tecnológicos e dos inúmeros programas que se anunciam, a falta de avanços concretos suscita questionamentos. Em meio a diferentes visões e abordagens, uma realidade se impõe: é necessário identificar e retomar o protagonismo sobre os fatores, que realmente impactam as reais adversidades de nossa silvicultura.
Mais do que buscar justificativas históricas, o momento exige foco no presente e na construção de soluções sustentáveis para o futuro. A Expedição Silvicultura, ousada e oportuna iniciativa conduzida pelo jornalista Paulo Cardoso, surge como uma contribuição importante nesse cenário. Ao propor uma imersão técnica e analítica nas práticas atuais do dia-a-dia de campo e na realidade da produtividade das diferentes regiões, a expedição deverá oferecer subsídios valiosos para que o setor reflita com profundidade sobre seus rumos.
Entre os principais desafios que rondam o setor, destacam-se o uso de materiais genéticos de desempenho variado, os efeitos da expansão sobre áreas com limitações edafo-climáticas, o desaparecimento dos pequenos e médios produtores, a desordenada modificação da paisagem e as consequências nos recursos hídricos e proteção da biodiversidade, a falta de profissionalização dos modelos de terceirização que, muitas vezes, comprometem a qualidade dos serviços e a valorização da mão-de-obra, são alguns dos fatores, que com certeza, deverão ser observados. Tais fatores, associados, podem estar impactando diretamente os indicadores de produtividade das florestas e pondo em risco a sustentabilidade a sustentabilidade da silvicultura.
A consequência é um ciclo de baixa eficácia: planta-se mais como forma de compensação, intensifica-se o uso do solo disponível, os custos operacionais aumentam e os resultados ficam aquém do esperado. Isso afeta tanto o desempenho técnico quanto a sustentabilidade econômica, social e ambiental das operações. Todos perdem!
Ainda assim, os relatórios setoriais seguem destacando os avanços da silvicultura brasileira — e com razão, pois há conquistas importantes a serem reconhecidas. No entanto, é preciso que esses avanços caminhem lado a lado com uma análise crítica e transparente dos desafios que ainda persistem. Num determinado momento essa conta chega. E pode chegar nas mãos de quem não terá nenhuma responsabilidade pelos resultados adversos. Muitas vezes e a depender das circunstâncias, uma conta impagável!
O setor florestal brasileiro possui conhecimento, capacidade técnica e capital humano para liderar uma nova fase de crescimento sustentável. Para isso, é fundamental adotar uma postura proativa, baseada em dados, boas práticas e compromisso com melhorias contínuas.
Cuidar da sustentabilidade da silvicultura não é apenas uma meta operacional — é uma responsabilidade estratégica para a perenidade e credibilidade do setor. Há milhões de empregos e famílias que dependem do sucesso dos empreendimentos florestais e industriais. Esse desafio é gigantesco, mas é de todos – profissionais, empresas, universidades, instituições de pesquisas e dos próprios governantes!
Nelson Barboza Leite – Agrônomo – Silvicultor – nbleite@uol.com.br
Fonte: Comunidade de Silvicultura
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