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Notícias

30
nov
2022
(MADEIRA E PRODUTOS)
Setor de árvores plantadas - Avanços no presente, investimento no futuro

Como bem alertou Saint-Exupéry, “o futuro não é um lugar para onde estamos indo, mas um lugar que estamos construindo”. Nessa direção, a agenda de transformação socioeconômica do presente com vistas a garantir o amanhã em nosso planeta se robusteceu e se incrementou nos últimos anos.

Seja no âmbito privado, seja no setor público, as diretrizes da reinvenção impositiva dos fundamentos da nossa caminhada estão preconizadas no conceito de ESG, sigla em inglês (Environmental, Social e Corporate Governance) para governança ambiental, social e corporativa.

“O futuro não é um lugar para onde estamos indo, mas um lugar que estamos construindo.” Antoine de Saint-Exupéry

O setor de árvores plantadas incorporou esse paradigma e, com uso inteligente da terra, cuidado com a natureza e respeito às pessoas, já se transformou em um reconhecido benchmark global.

A Ibá, acompanhando os passos firmes das associadas, também tem avançado em suas análises, modernizando seu anuário e levando aos brasileiros o retrato mais fiel possível da atuação do segmento.

Nesse sentido, reportamos, por exemplo, que com o que há de mais sustentável com relação aos padrões de cultivo, o total da área destinada a árvores plantadas no país chegou a 9,93 milhões de hectares.

Importante ressaltar que o crescimento do setor acontece, comumente, em terras antes degradadas.

Informação de extrema relevância nos tempos atuais é a de que a produtividade do eucalipto atingiu seu maior nível desde 2014, chegando a 38,9 m³/ha/ano em 2021. O pinus, por sua vez, totalizou 29,7 m³/ha/ano.

Números que superam as médias globais e demonstram, a partir do Brasil, que conhecimento e tecnologia são propulsores de uma agricultura moderna.de produtividade de eucalipto em 2021, atingindo o maior nível desde 2014.

Fruto de um trabalho diferenciado, o setor mantém 6 milhões de hectares de áreas de conservação. Em uma moderna técnica de manejo, chamada mosaico florestal, conecta locais de cultivo produtivo com vegetação nativa, criando verdadeiros corredores ecológicos que ajudam a manter o solo fértil, preservam nascentes e protegem a biodiversidade. As empresas de árvores cultivadas já registraram mais de 8 mil espécies defauna e flora em seus territórios.

Diante da urgência em remover CO2 da atmosfera, um dos principais Gases de Efeito Estufa (GEEs), torna-se ainda mais relevante a realidade de que as áreas de produção e conservação estocam 4,5 bilhões de toneladas de CO2 equivalente.

Outro fato que demonstra o compromisso das companhias é a certificação que possibilita o rastreamento de sua matéria-prima, atestando manejo sustentável e diálogo com as comunidades. Em 2021, foram 7,37 milhões de hectares certificados, seja FSC ou PEFC/Cerflor, o que representa um avanço de 8,3% em relação ao ano anterior.

Ressalta-se que, em pleno processo de desindustrialização do país, o setor possui uma das maiores carteiras de investimentos do Brasil. Entre 2022 e 2028, estão em andamento ou foram anunciados R$ 60,4 bilhões de aportes em florestas, P&D e novas unidades fabris. Trata-se de uma média de uma fábrica inaugurada por ano.

Todo este esforço resulta em benefícios diretos para a sociedade. A geração de empregos é um dos maiores impactos positivos. O setor fechou o ano com mais de 2 milhões de postos de trabalho diretos e indiretos. Considerando ainda os empregos induzidos, houve crescimento do pessoal ocupado para praticamente 3 milhões.

O setor de árvores plantadas também ajuda a movimentar a economia local. O cultivo de florestas para fins industriais em mais de 1.000municípios em todo o Brasil, majoritariamente em regiões afastadas dos grandes centros, tem impulsionado o desenvolvimento regional. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos municípios com atuação do setor é mais alto do que a média dos estados.

Além disso, os pequenos produtores vizinhos ganham novas oportunidades. O número de fomentados do setor também avançou, saltando para 2 milhões de agricultores que diversificam o uso de suas terras e ganham renda extra com o plantio de eucalipto e pinus.de aumento na área certificada em 2021.de postos de trabalho diretos e indiretos gerados até o fim de 2021.

Esse cenário sólido, que vem se desenhando há anos, permitiu ao setor realizar um ano de recordes. Nesse período, foram realizadas as maiores produções de celulose, papel e painéis de madeira desde que se começou a registrar a série histórica. Foi assim também que 2021 representou a maior receita do setor em sua história, chegando a R$ 244,6 bilhões.

Internacionalmente competitiva, presente em diversas cadeias globais, a indústria de base florestal nacional foi responsável por trazer divisas na ordem de US$ 11,8 bilhões, número acima do que apresentou em 2020.Como a sustentabilidade está no DNA do setor, não são apenas os valores monetários que chamam a atenção. A indústria de base florestal já desponta como um case em meio a uma corrida planetária por uma matriz energética limpa. As empresas são responsáveis pela geração de 74,6% da energia elétrica que utilizam. E mais: 88% da energia gerada pelo setor vem de fontes renováveis, como biomassa e licor negro, trazendo à prática o conceito da economia circular.

Com a inovação energizando seu cotidiano, a indústria já é capaz de oferecer à sociedade alternativas amigáveis ao meio ambiente para além dos 5.000 bioprodutos essenciais ao dia a dia, como embalagens de papel, tecidos, fraldas, livros, painéis de madeira, pisos laminados, entre outros. Um exemplo é a celulose solúvel, utilizada, entre outros, para a fabricação de viscose destinada à indústria têxtil, criando-se uma alternativa ao poliéster.

A nanotecnologia também está presente nos laboratórios de P&D das companhias. Da nanocelulose também será possível fabricar fios têxteis utilizando até 90% menos água e químicos.Com ela também será possível criar barreiras para líquidos e gorduras em caixas de leite ou de suco, por exemplo. Isso eliminará a necessidade de camadas de plástico ou alumínio, tornando este item ainda mais reciclável e biodegradável.

Essas são apenas algumas das muitas conquistas que apresentamos ao longo das próximas páginas.

São avanços que traduzem a solidez da adoção do ESG por parte do setor, contribuindo para a constituição de um novo modelo de produção e de consumo. Neste sentido o anuário vai além da compilação de dados e se mostra uma agenda a inspirar outros setores e impulsionar práticas sustentáveis para o hoje e para o amanhã.

Horacio Lafer Piva
Presidente do Conselho Deliberativo da Ibá
Paulo Hartung Presidente Executivo da Ibá

 

Fonte: Relatório Anual 2022- Ibá

ITTO Sindimadeira_rs