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Muitas empresas europeias tornaram-se fortemente dependentes da Rússia e da Bielorrússia para o fornecimento de madeira certificada FSC e PEFC. Tanto o FSC quanto o PEFC anunciaram a suspensão de todos os certificados na Rússia e na Bielorrússia.
Da área florestal global total do FSC de 237 milhões de hectares, 63 milhões de hectares (27%) estão na Rússia e 15 milhões de hectares (6%) na Bielorrússia. Da área certificada pelo PEFC em todo o mundo de 328 milhões de hectares, 32 milhões de hectares (10%) estão na Rússia e 9 milhões de hectares (3%) na Bielorrússia. Quase um terço de todas as áreas certificadas pelo FSC em todo o mundo e 13% de todas as florestas certificadas pelo PEFC foram efetivamente removidas dessas redes de certificação.
Numa declaração conjunta da CEI-Bois (Confederação Europeia das Indústrias da Madeira) e da EOS (Organização Europeia da Indústria da Serração), na sequência de uma reunião de 9 de março, observou-se que "as sanções europeias contra o comércio com a Rússia e a Bielorrússia devem produzir um choque na cadeia de valor dos produtos de madeira. A guerra na Ucrânia já está afetando as cadeias de transporte e fornecimento em vários países".
As duas organizações manifestaram seu apoio à decisão tomada pelo PEFC de classificar os produtos da Bielorrússia e da Rússia como “madeira de conflito” e, portanto, inelegíveis para certificação acreditada e que “congratulam-se com o fato de que madeira e produtos florestais da Rússia e da Bielorrússia não podem ser usados em produtos FSC ou ser vendido como certificado FSC em qualquer lugar do mundo enquanto o conflito armado continuar".
A CEI Bois e a EOS afirmaram que agora esperam escassez de madeira na Europa e que "muitos materiais de construção à base de madeira, como compensado de bétula e madeira serrada, serão muito atingidos, o que, por sua vez, poderia dificultar o esforço do Green Deal da UE para descarbonizar o ambiente construído".
As duas organizações anunciaram que estão "agora trabalhando em estreita colaboração com as instituições da UE e os governos nacionais europeus para identificar medidas de mitigação sustentáveis e eficientes que possam aumentar a autossuficiência, ajudar a reduzir escassez crítica, aumentar a taxa de colheita, garantir a segurança do fornecimento de toras e buscar mobilizar os recursos de madeira existentes para preencher a lacuna de oferta criada por essas sanções comerciais necessárias".
Comentando, Silvia Melegari Secretária Geral da CEI-Bois e EOS disse: “Além da tragédia humana que este conflito está causando, a indústria madeireira européia será afetada negativamente pela escassez de produtos de madeira. Embora as empresas já estejam trabalhando para fazer frente à situação atual, é inegável que nosso setor precisará de intervenções imediatas por parte dos governos nacionais e instituições europeias sobre como evitar uma escassez crítica de toras. A indústria madeireira europeia espera uma solução rápida e pacífica para o conflito em curso na Ucrânia”.
Fonte: ITTO/Remade
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