O regime militar de Mianmar vai leiloar 12.500 toneladas de madeira de lei nos dias 16 e 30 de setembro, enquanto busca levantar moeda forte para financiar seu golpe.

A Myanma Timber Enterprise, entidade estatal que controla as vendas de madeira de Mianmar, disse que a madeira à venda inclui 1.500 toneladas de toras de teca e 1.000 toneladas de teca serrada.

O leilão será realizado em Yangon’s Insein Township com compradores fazendo lances online. Em maio, a junta realizou três leilões separados nos quais quase 10.300 toneladas de madeira foram vendidas por cerca de US $ 5 milhões, seguido por outro leilão em junho de mais de 14.000 toneladas de madeira.

A madeira vendida em maio e junho supostamente veio de um estoque de 200.000 toneladas de madeira extraída ilegalmente confiscada pelo governo agora afastado da Liga Nacional para a Democracia.

A Agência de Investigação Ambiental (EIA), sediada no Reino Unido e nos Estados Unidos, disse em um comunicado em maio que o regime militar está buscando uma injeção de moeda forte com a venda de milhares de toneladas de madeira ilegal para os mercados internacionais.

Faith Doherty, líder das campanhas florestais da EIA, disse: "Por que esta empresa estatal faria isso, a não ser para obter a moeda forte desesperadamente necessária para continuar a perseguição brutal da junta ao povo de Mianmar?" Desde o golpe de 1º de fevereiro, os EUA, Canadá, UE e Grã-Bretanha sancionaram os recursos do regime e o ministro da conservação ambiental, U Khin Maung Yi, bem como outros indivíduos relevantes em Mianmar, para impedir a junta de explorar os recursos do país.

No entanto, vinte e sete comerciantes de madeira italianos importaram teca de Mianmar para a UE, apesar dos regulamentos claros, na forma do Regulamento da Madeira da UE, que proíbe essas importações, disse o EIA em um relatório de 1º de setembro.

Os comerciantes italianos importaram madeira no valor de US $ 1,5 milhão a US $ 1,77 milhão de Mianmar entre março e maio deste ano. “Ao continuar o comércio, essas empresas estão efetivamente apoiando a junta militar e sua repressão brutal ao povo de Mianmar, bem como a destruição das florestas do país”, disse Doherty da EIA.

O governo de Unidade Nacional paralelo avisou que colocará na lista negra qualquer licitante e funcionários do governo envolvidos nos leilões de madeira da junta.

Fonte: ITTO/Remade