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O mal-das-folhas atinge a heveicultura de regiões quentes e úmidas
A doença causada pelo fungo Paracercospora ulei (anteriormente identificado como Microcyclus ulei), é o pior problema enfrentado no cultivo de seringueira em regiões quentes e úmidas da América do Sul e representa um dos principais obstáculos para a heveicultura na Amazônia. Ela provoca o chamado mal-das-folhas. Ela reduz a produção de látex e pode levar as plantas à morte, gerando prejuízos na heveicultura.
Um estudo inédito avaliou a resistência das folhas da seringueira à doença, verificando porque algumas são propícias e outras não. A pesquisa abre caminhos para gerar plantas resistentes a essa doença a partir de programas de melhoramento genético. Desenvolvida pela Embrapa, a análise conseguiu esclarecer os mecanismos moleculares que levam à resistência.
Genes de resistência foram identificados em espécies menos produtivas. Das diversas espécies de seringueira (Hevea spp.), algumas vêm sendo utilizadas no programa de melhoramento genético de seringueira da Embrapa. A Hevea brasiliensis é conhecida como a mais produtiva em látex e as Hevea guianensis e Hevea pauciflora, embora menos produtivas, têm apresentado resistência ao mal-das-folhas. Buscando entender o que faz uma espécie resistente e outras não, foram analisados genes dessas três espécies de seringueiras e de um híbrido, comparados a fim de identificar quais genes e o nível de expressão deles na interação entre plantas e patógeno (no caso, o fungo causador do mal-das-folhas).
“Pela primeira vez no mundo se entende, em nível molecular, alguns dos mecanismos que resultam em suscetibilidade ou resistência ao mal-das-folhas. E tivemos a chance de identificar vários genes responsáveis pelos mecanismos de resistência que são, há muitas décadas, descritos pelos fitopatologistas nos aspectos da fisiologia e da morfologia dos sintomas da doença, o que foi muito gratificante”, afirma a pesquisadora da Embrapa Paula Angelo, que atua em biologia/genética molecular de plantas e cultura de tecidos.
A pesquisa pode alavancar o cultivo de seringueira e ampliar a produção de látex na região Amazônica. Atualmente São Paulo é o maior produtor e o país é altamente dependente da importação de borracha.
Veja o estudo na íntegra aqui.
Fonte: Por: AGROLINK -Eliza Maliszewski
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