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Como o desenvolvimento genético e testes com híbridos estão contribuindo para a recuperação de áreas florestais nos Estados Unidos
A América do Norte é conhecida pela sua forte tradição na cultura e desenvolvimento de coníferas. Esta parte do mundo mantém a alta qualidade em melhoramento e conservação genética das espécies graças às associações setoriais, que por décadas vêm realizando estudos e compartilhando o conhecimento em encontros técnicos com profissionais do mundo todo.
Em junho deste ano dois importantes eventos, relacionados ao melhoramento genético florestal e ao manejo de pomares de diferentes espécies, principalmente de coníferas, aconteceram na Califórnia: o Seed Orchard Managers Annual Meeting (Reunião Anual de Manejadores de Sementes), organizado pela WFCA (Western Forestry and Conservation Association, ou Associação Florestal e de Conservação do Oeste); e o Forest Genetics and Climate Change: Hope for the Future (Genética Florestal e Mudança Climática: Esperança para o Futuro), organizado pela Western Forest Genetics Association (Associação de Genética Florestal da Região Oeste).
“Muitas aplicações poderão ser aproveitas para pomares e testes com nossas espécies aqui no Brasil, resultando em redução de custos, melhorias no manejo de pomares e testes clonais”, conta o engenheiro florestal, Júlio Cesar Soznoski, único brasileiro a participar dos dois encontros. Soznoski é diretor da Kolecti Recursos Florestais, empresa que atua no segmento de melhoramento genético de diversas espécies de árvores, principalmente pinus e eucalipto.
Adaptação de espécies às mudanças climáticas e Recuperação de áreas atingidas por incêndios
A WFGA é composta por fisiologistas, ecologistas, estatísticos, geneticistas, pesquisadores e estudantes da área florestal, envolvidos em questões de genética florestal no oeste dos Estados e no Canadá. Foi fundada em 1955 e realiza reuniões em conjunto com outras organizações. O Forest Genetics and Climate Change: Hope for the Future, aconteceu na sede do Instituto de Genética Florestal (IFG), centro de pesquisa em genética florestal da Califórnia. Situado na base da Sierra Nevada, é o lar do Arboreto Eddy, do Herbário Critchfield e de muitos exemplares de pinheiros híbridos, absolutamente únicos no mundo. “Foram apresentados assuntos de genômica aplicada, adaptação de espécies às mudanças climáticas, ecologia e conservação genética”, conta Soznoski. Em campo foram mostrados trabalhos com espécies resistentes a ferrugem e o ciclo completo, desde a pesquisa do IFG, testes no viveiro, até o pomar de sementes e plantio. “Visitamos áreas atingidas pelo “King Fire”, incêndio que devastou aproximadamente 390 quilômetros quadrados no condado de El Dorado, na Califórnia em 2014, e vimos como estas áreas estão sendo recuperadas com reflorestamentos.” Na Floresta de Nacional de Eldorado a visita também incluiu pomares de conservação e testes que avaliam o comportamento de diferentes espécies em relação às mudanças climáticas.
Reunião de Manejadores de Sementes
A WFCA oferece educação continuada profissional de alta qualidade para gerentes de recursos naturais, no oeste dos Estados Unidos. São eventos que vão desde workshops e visitas à campo, até conferências sobre ciência e prática de manejo florestal. A associação frequentemente coorganiza eventos com grupos estrangeiros interessados em manejo florestal. A associação foi fundada em 1909 e as empresas e organizações associadas estão localizadas na Califórnia, Oregon, Washington, Idaho, Montana e Alberta. O principal objetivo é promover a cooperação e o entendimento das questões de gestão entre os governos federal, provincial e estadual com universidades, indústrias relacionadas a florestas e outros, com envolvimento profissional e técnico com recursos florestais.
Durante o Seed Orchard Managers Annual Meeting, em Monte Shasta, na Califórnia, foram apresentados trabalhos sobre manejo de pomares, com gestão através de aplicativos; automatização de operações, como colheita de pólen, polinização suplementar, prevenção de doenças, mecanizações e irrigações. O representante brasileiro no encontro também apresentou alguns trabalhos que estão sendo realizados com sucesso na silvicultura brasileira. “Discutimos sobre como estão distribuídos os pomares em diversas partes do mundo e sobre o grau de melhoramento de cada país. Mostramos a gama de serviços para melhoramento florestal que oferecemos no Brasil e alguns resultados que já alcançamos”, conclui Soznoski.
Outra participação brasileira no encontro foi do geneticista Arnaldo Ferreira, que atualmente vive nos Estados Unidos e atua no Serviço Florestal Americano. Ele falou sobre o melhoramento da espécie Sugar pine e os resultados obtidos nos testes.
Fonte: Estações Comunicação
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