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Os dados gerais da exportação dos principais produtos brasileiros de madeira em 2018 mostram que a tendência de crescimento iniciada há cinco anos vem se concretizando. O cenário atual do segmento não é diferente de um passado recente, com a preocupação constante das empresas com a relação oferta x consumo do mercado e o aumento dos custos de produção, o que impactou diretamente no faturamento. “Muitas empresas do segmento estão operando abaixo das expectativas de seus planejamentos e faturamentos devido ao atual nível de preços do produto. Também é necessário observar com atenção redobrada o comportamento do câmbio com o novo governo”, avalia o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), José Carlos Januário.
Um dos principais itens de produtos de madeira exportado pelo Brasil, o compensado de pinus, registrou um volume total exportado de 2.272.067 m³ em 2018, aumento de 10% quando comparado ao ano anterior, resultado que, segundo a Abimci, é considerável, dado o atual momento de demanda estagnada em vários dos principais países compradores do produto.
Outro produto que também registrou aumento no volume embarcado em 2018 foram as lâminas de pinus, mas a partir de uma base baixa e aquém da capacidade de produção nacional, passando de 103.013 m³ em 2017 para 165.582 m³ no ano passado. Entre os cinco principais destinos do produto estão Malásia, China, Coreia do Sul, Chile e Filipinas.
Já a madeira serrada de pinus registrou uma elevação do volume total exportado em 2018 de 12% quando comparado ao ano anterior. “Esse quadro mostra a continuação da tendência da evolução das exportações nacionais desse segmento, fato que já vem ocorrendo de forma importante nos últimos cinco anos”, explica Januário. Com uma média mensal de 213.143.339 m³, o Brasil exportou 275.000 m³ a mais que o ano anterior, mostrando uma boa evolução da produção nacional.
Alguns itens permaneceram estáveis nas vendas internacionais. As exportações de madeira perfilada de pinus, predominantemente molduras, totalizaram 144.410.593 kg, praticamente repetindo o volume do ano anterior. O mesmo aconteceu com pisos engenheirados e maciços.
O segmento de portas, dentro do histórico dos últimos cinco anos, apresentou um desempenho melhor, de recuperação, nos últimos três anos.
Com o novo governo, a expectativa do setor é de que, finalmente, o Brasil entre em definitivo nas negociações para a se estabelecer acordos bilaterais de comércio. De acordo com levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), os parceiros com os quais o país possui acordos em vigor representam menos de 8% das importações mundiais. Esse número é inferior aos percentuais das economias desenvolvidas. “A indústria considera a ampliação da rede de acordos comerciais um elemento-chave para a competitividade”, completa o presidente da Abimci.
Para equilibrar a dependência ente mercados externo e interno, o setor está otimista quanto à retomada do crescimento do país. “Será preciso criar o ambiente positivo de negócios para viabilizar investimentos em infraestrutura e logística, alicerçados por segurança jurídica e governança na resolução de conflitos em projetos de grandes obras; adequar o licenciamento ambiental às melhores práticas; modernizar a tributação indireta para garantir competitividade ao país; avançar e realizar a reforma da Previdência; delinear uma política menos brutal de acesso a crédito competitivo. Essas são algumas das medidas necessárias para restabelecer a competitividade e colocar o Brasil no caminho do desenvolvimento”, defende Januário.
Madeira tropical reduz participação
Na contramão do crescimento constante, os produtos industrializados a partir de espécies tropicais têm perdido força no mercado internacional. O compensado tropical atingiu a marca de 61.016 m³ exportados em 2018, mantendo o nível do volume exportado no ano anterior, resultando na média mensal de pouco mais de 5.000 m³. O mesmo acontece com as lâminas tropicais. Em 2018, foram embarcados apenas 13.424 m³, permanecendo em um nível baixo e estável nos últimos três anos. “É um volume muito abaixo do belo histórico das exportações brasileiras em décadas passadas e da dimensão de nossas florestas tropicais, o que demonstra a falta de políticas públicas de incentivo ao uso e produção sustentável da floresta Amazônica”, afirma o presidente da Abimci.
A madeira perfilada tropical registrou um pequeno recuo do volume em comparação com o ano passado, apesar de a série histórica mostrar uma média estável dos volumes exportados nos últimos cinco anos.
O único item da pauta produzido a partir de espécies tropicais que teve aumento nas exportações foi a madeira serrada. O volume total exportado em 2018 totalizou 556.441 m³, aumento de 18% em relação a 2017. De acordo com a Abimci, ainda são volumes muitos baixos e distantes do que o Brasil exportava na década passada, quando embarcava mais de 1 milhão de m³/ano.
Fonte: Celulose Online
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