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Notícias

26
nov
2018
(INTERNACIONAL)
40% das empresas florestais correm o risco de fechar na Bolívia

No país operam cerca de 15.000 empresas que estão envolvidas na extração de madeira

No ano passado, cerca de 4.500 unidades produtivas deixaram de operar. O setor florestal não é capaz de pagar o segundo bônus, então, disse o gerente-geral da Câmara Florestal da Bolívia (CFB), Jorge Ávila, quando perguntado sobre as três propostas apresentadas sobre a mesa o Governo a empresários em uma primeira reunião de diálogo realizada em Cochabamba.

Para Ávila, se for forçado a pagar o duplo benefício, cerca de 40% das empresas florestais que operam formalmente no país terão que fechar suas portas porque a situação do setor é insustentável.

Segundo estimativas oficiais na Bolívia, existem cerca de 15.000 unidades produtivas dedicadas à silvicultura. "Nenhuma proposta se encaixa na nossa realidade. O bônus duplo para o setor florestal é impossível ", disse Ávila.

Ele argumentou que as empresas mais afetadas são as pequenas e médias empresas, que não estão em condições de pagar as despesas extras com mão-de-obra.

A medida, segundo Ávila, chega em um momento em que o setor se recupera lentamente de negociações muito duras devido à queda de suas exportações.

No ano passado, de acordo com relatórios oficiais, mais de 4.500 unidades produtivas foram fechadas e 25.000 pessoas foram demitidas. "Nós tornamos a nossa realidade conhecida pelo Ministério da Economia e Finanças e nossas associações comerciais", disse Ávila.

Você não precisa pagar

O economista Germán Molina, observou que o índice de crescimento do produto interno bruto (PIB) do país que é muito geral, que não reflete a realidade dos diferentes setores, foi usado como parâmetro.

Ele explicou que o apropriado seria diferenciar o pagamento por regiões e por atividades. Para apoiar esta proposta, ele indicou que alguns departamentos, como Tarija, mostram um crescimento negativo. Mas, por outro lado, outras regiões e atividades têm um crescimento muito maior.

"Eles dizem que têm informações sobre os balanços das empresas, então eles podem dizer quem pode, porque você não pode exigir bônus duplos para as empresas que não podem", disse ele.

Ele até observou que nem todas as empresas estatais são lucrativas ou têm um registro excedente em suas contas.

"Por exemplo, empresas estatais como Huanuni têm um déficit, mas o mesmo vai pagar, isso é irracional", disse ele.

Para o especialista, seria ótimo não pagar esse duplo benefício, porque não há recursos para isso.

"Estender o prazo, pagar com produtos ou estabelecer um teto salarial não é uma solução, porque representa uma despesa para o empregador", disse ele.

Finalmente, ele afirmou que a disposição deste pagamento corresponde a uma mídia eleitoral, para ganhar seguidores nas próximas eleições, mas colocando em risco a economia do país.

"Grandes empresas podem pagar, mas o resto não pode", disse Molina.

Fonte: CFB

ITTO Sindimadeira_rs