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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Unicamp extrai bio-óleo de serragem de madeira.
Tecnologia também pode ser utilizada em resíduos agrícolas e está pronta para entrar no mercado, através da empresa Bioware, incubada na Unicamp. Aproveitamento dos resíduos é integral: além do bio-óleo, até ácidos, gases e pó de carvão podem virar produtos comerciais.
Converter biomassa em energia não é novidade, afinal é o que a Humanidade faz desde da queima do primeiro pedaço de lenha para gerar calor. Fazer esta conversão a partir de resíduos agrícolas e serragem de madeira, com 100% de aproveitamento d a matéria prima, transformando até ácidos, gases e pó de carvão em produtos comerciais é o grande diferencial do grupo de pesquisa do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Universidade Estadual de Campinas (NIPE-Unicamp).
Há 5 anos, o grupo trabalha com a termoconversão de vários tipos de biomassa, tendo aperfeiçoado um processo chamado de pirólise rápida, realizado dentro de um reator de leito fluidizado borbulhante. Ou seja, a serragem de madeira ou os resíduos agrícolas - como palha de cana, capim, casca de arroz e cascas de árvore - são colocados numa espécie de circuito fechado, onde queimam tão rápido que vaporizam. A maior parte do vapor, depois de condensado, é bio-óleo, um produto que contém praticamente todas as substâncias constituintes da madeira ou da biomassa utilizada, porém em estado líquido.
"Os usos são múltiplos: o bio-óleo é um combustível energético e pode substituir diesel ou outros combustíveis fósseis, com a vantagem de ser renovável e não poluente", comenta o engenheiro químico e doutor em Engenharia Mecânica, José Dilcio Rocha, do NIPE-Unicamp. "Também substitui resinas fenólicas - igualmente derivadas de petróleo - como aditivo na fabricação de cimento celular ou nas colas para madeiras compensadas".
O cimento celular é usado como isolante térmico e acústico na construção civil e o uso de bio-óleo no lugar de fenol possibilita a moldagem de paredes inteiras ou qualquer tipo de peça na própria obra, ao contrário do produto hoje existente no mercado, vendido em placas pré-moldadas. Já na composição das colas de madeira, a vantagem econômica sobressai: uma tonelada de fenol custa cerca de US$ 900, enquanto a estimativa de custo de uma tonelada de bio-óleo é de US$ 100, para a produção em planta-piloto, sem considerar a economia da produção em escala comercial.
Do mesmo vapor resultante da pirólise rápida, além do bio-óleo, sai também um líquido, chamado de ácido pirolenhoso, utilizado pela indústria alimentícia como aditivo, para imitar o sabor dos defumados. O líquido tem outras aplicações, na agricultura orgânica, na substituição de pesticidas químicos. Por ser muito ácido e grudar nas folhas, funciona como repelente de insetos-praga. Em alguns casos também é aplicado junto às raízes, no controle de nematóides.
O processo de queima ainda resulta na produção de um pó de carvão, que corresponde a uma média de 15% da biomassa processada. Com o mesmo poder calórico do carvão comum, o pó pode ser aglutinado com gomas (amido de mandioca, por exemplo) e briquetado, isto é, transformado em pequenos blocos, para queima em churrasqueiras e fornos, como o carvão vegetal em pedaços.
"E nem os gases, liberados no processo de pirólise, são desperdiçados: como são gases combustíveis podem alimentar caldeiras ou realimentar o próprio reator. Ou seja, o aproveitamento da matéria prima é integral, tudo pode ser transformado em produto, agregando valor ao bio-óleo", acrescenta Rocha, que trabalha com outros 3 pesquisadores da Engenharia Agrícola da Unicamp, mais uma estudante de doutorado.
Eles constituíram, há um ano, a empresa Bioware, atualmente incubada no Centro de Tecnologia da Unicamp, com financiamento do Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A pesquisa do bio-óleo também obteve outros recursos e bolsas da Fapesp e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), totalizando aproximadamente R$ 500 mil, desde seu início. De acordo com José Dilcio Rocha, com o apoio de investidores, a tecnologia da Bioware poderia se transformar em produtos comerciais, disponíveis para o mercado, já a partir de 2004.
Liana John
Fonte: Estadão
17/jul/03
Converter biomassa em energia não é novidade, afinal é o que a Humanidade faz desde da queima do primeiro pedaço de lenha para gerar calor. Fazer esta conversão a partir de resíduos agrícolas e serragem de madeira, com 100% de aproveitamento d a matéria prima, transformando até ácidos, gases e pó de carvão em produtos comerciais é o grande diferencial do grupo de pesquisa do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Universidade Estadual de Campinas (NIPE-Unicamp).
Há 5 anos, o grupo trabalha com a termoconversão de vários tipos de biomassa, tendo aperfeiçoado um processo chamado de pirólise rápida, realizado dentro de um reator de leito fluidizado borbulhante. Ou seja, a serragem de madeira ou os resíduos agrícolas - como palha de cana, capim, casca de arroz e cascas de árvore - são colocados numa espécie de circuito fechado, onde queimam tão rápido que vaporizam. A maior parte do vapor, depois de condensado, é bio-óleo, um produto que contém praticamente todas as substâncias constituintes da madeira ou da biomassa utilizada, porém em estado líquido.
"Os usos são múltiplos: o bio-óleo é um combustível energético e pode substituir diesel ou outros combustíveis fósseis, com a vantagem de ser renovável e não poluente", comenta o engenheiro químico e doutor em Engenharia Mecânica, José Dilcio Rocha, do NIPE-Unicamp. "Também substitui resinas fenólicas - igualmente derivadas de petróleo - como aditivo na fabricação de cimento celular ou nas colas para madeiras compensadas".
O cimento celular é usado como isolante térmico e acústico na construção civil e o uso de bio-óleo no lugar de fenol possibilita a moldagem de paredes inteiras ou qualquer tipo de peça na própria obra, ao contrário do produto hoje existente no mercado, vendido em placas pré-moldadas. Já na composição das colas de madeira, a vantagem econômica sobressai: uma tonelada de fenol custa cerca de US$ 900, enquanto a estimativa de custo de uma tonelada de bio-óleo é de US$ 100, para a produção em planta-piloto, sem considerar a economia da produção em escala comercial.
Do mesmo vapor resultante da pirólise rápida, além do bio-óleo, sai também um líquido, chamado de ácido pirolenhoso, utilizado pela indústria alimentícia como aditivo, para imitar o sabor dos defumados. O líquido tem outras aplicações, na agricultura orgânica, na substituição de pesticidas químicos. Por ser muito ácido e grudar nas folhas, funciona como repelente de insetos-praga. Em alguns casos também é aplicado junto às raízes, no controle de nematóides.
O processo de queima ainda resulta na produção de um pó de carvão, que corresponde a uma média de 15% da biomassa processada. Com o mesmo poder calórico do carvão comum, o pó pode ser aglutinado com gomas (amido de mandioca, por exemplo) e briquetado, isto é, transformado em pequenos blocos, para queima em churrasqueiras e fornos, como o carvão vegetal em pedaços.
"E nem os gases, liberados no processo de pirólise, são desperdiçados: como são gases combustíveis podem alimentar caldeiras ou realimentar o próprio reator. Ou seja, o aproveitamento da matéria prima é integral, tudo pode ser transformado em produto, agregando valor ao bio-óleo", acrescenta Rocha, que trabalha com outros 3 pesquisadores da Engenharia Agrícola da Unicamp, mais uma estudante de doutorado.
Eles constituíram, há um ano, a empresa Bioware, atualmente incubada no Centro de Tecnologia da Unicamp, com financiamento do Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A pesquisa do bio-óleo também obteve outros recursos e bolsas da Fapesp e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), totalizando aproximadamente R$ 500 mil, desde seu início. De acordo com José Dilcio Rocha, com o apoio de investidores, a tecnologia da Bioware poderia se transformar em produtos comerciais, disponíveis para o mercado, já a partir de 2004.
Liana John
Fonte: Estadão
17/jul/03
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