O mundo precisa de um substituto para o plástico. Mas onde encontraríamos tal material? A madeira é a resposta? Separar a madeira em suas partes constituintes pode ser o futuro para outras aplicações estranhas e maravilhosas.

O plástico é um problema. Há quase dois trilhões de quilos de resíduos plásticos no planeta, muitos dos quais - mais de sete bilhões de quilos por ano - vão para os oceanos, onde se decompõem, envenenando peixes e entrando na cadeia alimentar.

Todo o plástico já produzido ainda existe em algum lugar do planeta, mas ainda estamos fazendo enormes quantidades - mais de 300 bilhões de quilos por ano. É uma torre que se estende até a lua e volta 25 vezes a partir de garrafas de plástico sozinha. Se continuarmos a produção de plástico a esse ritmo, haverá mais plástico do que peixes nos oceanos até 2050, de acordo com a Fundação Ellen MacArthur. E ainda por cima, o plástico é derivado de combustíveis fósseis, impulsionando a demanda por petróleo e, portanto, contribuindo para o aquecimento global.

Claramente, precisamos de um substituto para o plástico. Mas onde encontraríamos tal supermaterial? Quais propriedades seriam necessárias? E como seria?
Que tal uma árvore? Pode parecer estranho, mas muitos especialistas acreditam que as árvores podem fornecer uma alternativa viável ao plástico em todas as suas formas. Um desses crentes é a fabricante finlandesa de celulose e papel Stora Enso. “Nossa filosofia é que tudo o que é atualmente baseado em combustíveis fósseis pode eventualmente ser substituído por uma árvore”, diz Markus Mannström, chefe de biomateriais da Stora Enso.

Que a madeira pode substituir plásticos em algumas aplicações já está claro. Você só precisa comprar algo on-line ou comprar uma bebida quente ou hambúrguer na rua principal para ver como os invólucros de plástico deram lugar a embalagens à base de madeira. Esta tendência deverá continuar no futuro próximo com mais embalagens de plástico dando lugar à madeira. As xícaras de café podem ser papel agora, mas a tampa ainda é plástica, assim como o revestimento de polietileno que impede a passagem do líquido. Estes são os próximos alvos. "Estamos trabalhando duro para encontrar um substituto em que a mesma barreira venha de algo baseado em bio", diz Mannström, "talvez até biodegradável".

Outro objetivo que está sendo comercializado são compósitos de madeira-plástico, onde as fibras de madeira são combinadas com polímeros e quebradas em pequenos grânulos adequados para moldagem por injeção. O material resultante tem a moldabilidade e desempenho do plástico com a aparência e a sensação da madeira. Suas aplicações variam de decks e móveis a qualquer produto doméstico de uso geral feito de plástico, como escovas de dente, escovas de prato e brinquedos. "O benefício é que, se misturarmos 50% de madeira na matéria-prima, então, é claro, teremos 50% menos de materiais à base de combustíveis fósseis", diz Mannström.

Garrafas plásticas feitas inteiramente de fibras naturais podem estar um pouco mais distantes. No entanto, a Coca-Cola mostrou que era possível em 2015 com seu protótipo PlantBottle feito de fibras 100% naturais. Desde então, já vendeu mais de 50 bilhões de PlantBottles contendo 30% de bioplásticos. A principal barreira daqui para frente é o custo de ampliar os processos envolvidos. "Você tem que pensar em quão grande é a indústria hoje", diz Mannström. “Se você entrar com uma nova tecnologia de processo, isso exigirá enormes investimentos no curto prazo. Ele virá, mas acho que precisamos acelerar o desenvolvimento da tecnologia. ”Mesmo assim, o uso de bioplásticos para uso em garrafas e outras aplicações crescerá pelo menos 50% nos próximos cinco anos, de acordo com a Associação Européia de Bioplásticos.

A fibra de carbono é outro produto baseado em combustíveis fósseis que a madeira poderia substituir. Uma equipe de pesquisadores suecos já criou um protótipo de carro elétrico em miniatura no qual o teto e a bateria eram feitos de um material chamado lignina.

por Lee Williams

Fonte: Infoslyva/Remade