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Edifício brasileiro vence duas categorias do Breeam Awards 2018, em Londres.
O prédio brasileiro do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS) conquistou dois troféus no prêmio mundial de construções sustentáveis, o Breeam Awards 2018. Realizado em Londres, a competição concedeu ao edifício o prêmio de melhor edificação sustentável na categoria “Novas Construções em Uso das Américas” e melhor prédio sustentável da premiação, eleito por voto popular digital.
Inspiração
Antes de anunciar o CSS como vencedor nas duas categorias, o mestre de cerimônia ressaltou que, nesta edição da premiação, a grande novidade não era da Europa ou da Ásia, mas se tratava de um prédio inspirado na sabedoria dos povos da Amazônia. Isso porque o projeto arquitetônico foi baseado na sabedoria e conhecimento ancestrais dos povos do Xingu.
O projeto é de autoria de José Afonso Botura Portocarrero, arquiteto, professor da Universidade Federal de Mato Grosso e Doutor em habitações indígenas brasileiras. Esta foi a quinta edição da premiação e a primeira vez em que uma edificação da América Latina chegou à etapa final. Ao todo concorreram 68 prédios certificados pelo selo Breeam da Europa, Ásia e Américas.
Laboratório
O CSS é a unidade de referência nacional do Sistema Sebrae em sustentabilidade e está localizado junto ao Sebrae MT, em Cuiabá (MT). Por isso, é um laboratório vivo de boas práticas da construção sustentável. Inaugurado em maio de 2011, possui formato ogival como as casas xinguanas, exemplares em termos de arquitetura bioclimática e vernacular.
A edificação foi construída em concreto aparente, fachadas de vidro e possui vantagens e benefícios como: conforto térmico; aproveitamento máximo de luz natural; cobertura em duas cascas, que permite a refrigeração interna do prédio e a coleta de água de chuva – depois de filtrada é estocada para o uso na irrigação de jardim, lavagem de pisos e banheiros.
- Em forma ogival, o prédio tem sua aerodinâmica e sua cobertura projetada em duas cascas (exterior e interior), espaçadas por cerca de 30 cm e com aberturas superiores que permitem a entrada da água.
- A iluminação natural está presente em todos os locais.
- Quando necessário, utiliza-se lâmpadas de alta eficiência energética (led) e luminárias individuais em cada mesa.
- Os brises são controlados manualmente, abrem ou fecham conforme a incidência solar.
- Em formato de bulbo, estas lâmpadas captam a luz solar do exterior e geram, a partir de espelhos em sua superfície interna, um fluxo luminoso concentrado e dirigido.
- Com duas micro usinas solares, a demanda energética foi totalmente suprida.
- Ao todo foram instaladas 480 placas fotovoltaicas.
- O piso foi construído com resíduos de marcenarias e os puffs feitos com câmaras de pneus.
- Latas substituíram vasos, garrafas demarcam áreas do jardim e pneus viraram floreiras.
- Em todo o prédio, são encontrados materiais reutilizados para a decoração.
- O CSS possui um ponto de coleta de resíduos eletrônicos em parceria com uma empresa local, a Ecodescarte.
- A compostagem eliminou o descarte de resíduos orgânicos em aterros.
- Com capacidade para 2.400 litros, a composteira ocupa uma área de 5 m2. A construção é de alvenaria e reaproveitamento de bambu.
- A área com cobertura vegetal paisagística implantada no CSS é de 1.580,00m².
- Existem 72 espécies ornamentais distintas, além de árvores, palmeiras e frutíferas do Cerrado.
- Também foi reconstituído o habitat e as condições de vida da fauna presente no terreno.
- Na área posterior ao prédio, há uma estação de vermicompostagem que recebe resíduos orgânicos da lanchonete e poda de árvores e plantas. O jardim do CSS é integrado por espécies dos biomas presentes em Mato Grosso: Cerrado, Pantanal e Floresta Amazônica.
- Dez estações interativas contam com conteúdos sobre vários temas (resíduos, água, energia, consumo, etc), que fazem parte das visitas guiadas aos visitantes, que devem ser agendadas com antecedência.
Inovações
O processo de construção incluiu mão de obra feminina, reuso de resíduos (madeiras, pedras, etc) e o projeto se adaptou ao terreno em declive, evitando a terraplanagem e permitindo a preservação vegetal.
No subsolo há um auditório em formato de arena. As paredes são revestidas com resíduos de madeira como também o piso, contribuindo para uma acústica excelente.
Duas microusinas fotovoltaicas solares foram instaladas (45 kW e 75 kW), em maio de 2016, que tornaram o Centro 100% autossustentável e reduziu o consumo do Sebrae MT em 40%. Desta forma, elas também se tornaram exemplo do uso de energia solar para os pequenos negócios, demonstrando que investir nesta tecnologia reduz custos e pode ser paga em relativamente curto espaço de tempo.
Fonte: Redação CicloVivo
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