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Notícias

01
dez
2017
(INTERNACIONAL)
Demanda e exploração madeireira ameaçam florestas tropicais

A alta demanda de produtos florestais e a crescente exploração madeireira ameaçam florestas tropicais em todo o mundo, alertou o diretor da Organização Internacional das Madeiras Tropicais (ITTO), Gerhard Dieterle, em Lima.

"Há novas evidências de que a degradação das florestas está tendo um alto impacto e, além disso, há um aumento significativo da população em todo o mundo que exige dia a dia produtos florestais e produtos de madeira maiores", disse Dieterle à Xinhua.

O Diretor da OIMT divulgou este alerta no âmbito da 53ª Sessão do Conselho Internacional de Madeiras Tropicais que se reencontra na capital peruana, após 17 anos.

O representante da OIMT, que reúne representantes de 73 países membros da capital peruana, destacou a importância desta reunião e a necessidade de tomar medidas imediatas a favor das florestas tropicais.

"Estamos bem a tempo de tomar medidas para melhorar a qualidade das florestas", disse ele pouco depois de declarar inaugurado o encontro internacional, que contou com a presença do presidente peru Pedro Pedro Kuczynski.

No que diz respeito aos perigos imediatos que enfrentam as florestas tropicais no mundo, Dieterle mencionou que um dos principais riscos vem das mudanças climáticas, o que tem influência na degradação da floresta tropical.

Ele explicou que outra fonte de risco é o aumento da população mundial, uma vez que vem com uma maior demanda de terra, maior demanda de madeira e maior demanda de recursos.

"Há atividades como o cultivo de soja, agricultura, pecuária e mineração, que têm um impacto direto na floresta tropical", explicou o diretor da OIMT, cujos países membros nos cinco continentes possuem 80% das florestas tropicais do mundo.

Em um mundo onde, desde 1990, cerca de 129 milhões de hectares de florestas foram perdidos devido à ação predatória do homem, os países comprometidos com a tarefa de proteger esses recursos naturais buscam mecanismos adequados para alcançar um equilíbrio.

"Devemos considerar que essas atividades são importantes para a humanidade e não podemos viver sem elas, portanto, também é importante harmonizar a existência da floresta tropical com as necessidades da população", ressaltou.

Dieterle também apoiou o papel desempenhado pelas comunidades indígenas que vivem em florestas tropicais, como a Amazônia peruana, onde experiências recentes alcançaram resultados positivos na preservação dessas áreas naturais.

"O manejo florestal por comunidades indígenas ou comunidades tradicionais provou ser uma das melhores maneiras de gerenciar e vemos exemplos claros aqui no Peru. As florestas gerenciadas pelas comunidades nativas são as mais bem conservadas e as que têm maior sustentabilidade", afirmou.

De acordo com o representante da OIMT, como em outros habitats naturais, devido às mudanças climáticas e à ação humana, foram detectados riscos para algumas espécies de madeira que estão sobreexplotadas.

"Quanto a espécies em risco, no caso da América Latina mogno, Madagascar jacarandá, Índia e Sudeste Asiático teca. Leva-lo a gerenciar programas ou programas de design especiais para estas espécies, em particular", disse ele.

Neste contexto, o presidente Kuczynski disse que o Peru possui uma das reservas mais importantes desse recurso natural, depois do Brasil que lidera essa posição na América do Sul.

"O Peru é um país de grandes florestas tropicais, temos mais de 700 mil quilômetros quadrados de florestas tropicais", disse o presidente na abertura da 53ª Sessão do Conselho Internacional de Madeiras Tropicais em Lima.

Kuczynski também recordou que na região amazônica do Peru e dois países vizinhos tem origem no poderoso rio Amazonas, cujas águas banham a floresta da Amazônia e chegaram ao Atlântico.

"Somos a fonte do rio Amazonas, juntamente com o Equador e a Colômbia, que gera uma imensa área florestal que dá oxigênio ao mundo inteiro", lembrou.

O presidente peru expressou sua preocupação com o dilema que os países da floresta tropical tem, ao determinar se sua exploração é sustentável ou é melhor renunciá-la.

"Aqui no Peru fizemos um grande esforço ao longo dos anos para reduzir, no mínimo, a exploração das florestas tropicais e, além disso, criar novas florestas nas cabeceiras dos vales da costa, porque somos, como todos sabemos , no meio de um período de grande aquecimento global, que está derretendo nossas geleiras ", advertiu.

O presidente acrescentou que, nos últimos 50 anos, "o Peru, que é uma importante fonte de geleiras tropicais, perdeu cerca de 50% dos

Fonte: Infosylva

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