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05
out
2017
(GERAL)
Com preços em queda, MS continua liderando expansão florestal no país

Não é de hoje que Mato Grosso do Sul está no topo do ranking da evolução da área plantada de eucalipto no país. Somente nos últimos cinco anos, a expansão anual foi de 13%, em média. Com isso, em 2017, a área ultrapassou a marca de um milhão de hectares, número previsto - no Plano Estadual de Florestas - para 2030.

As duas fábricas de celulose do estado detém aproximadamente 50% desse total. De acordo com o recém divulgado Relatório de Sustentabilidade da Eldorado Brasil, empresa que está sendo comprada pela estrangeira Paper Excellence, são 239 mil hectares com produtividade média de 45 metros cúbicos por hectare/ano.

A Fibria, de acordo com o mesmo relatório, possui 372 mil hectares, mas não divulga a produtividade. Com madeira de sobra para as indústrias, as parcerias florestais na região estão sendo renegociadas. Ano a ano, a área sob regime de fomento tem caído.

No caso da Fibria, por exemplo, a área contratada no regime de fomento florestal na região de Três Lagoas caiu pela metade de 2014 para cá (2.656 em 2014 vs 1.382 em 2016).

A falta de novos incentivos, o preço da madeira que - em muitos casos - não remunera a terra imobilizada e a inexistência de outras cadeias de negócio, estão levando a muitos produtores a desistir da atividade, numa espécie de "acomodação de mercado".

Fica clara, diante desse cenário, que a dependência da indústria de celulose, pelo menos para o produtor florestal independente, não é viável.

Sem mercado

De acordo com dados da Associação Sul-mato-grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore/MS), existem aproximadamente 200 mil hectares sem destinação econômica. Além do impacto no preço da madeira, o excesso de oferta traz outros problemas.

Sem remuneração, a base do setor investe menos no manejo da floresta e acaba "achatando" os prestadores de serviços também.

O governo do Estado está atento ao cenário. O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, tem buscado - pessoalmente - novos investimentos para Mato Grosso do Sul.

"Estamos buscando empreendimentos que façam uso desse eucalipto, como na área de mineração, biomassa e ainda queremos expandir a questão da madeira, em móveis, paletes, buscando indústrias que processem essa madeira", destaca o secretário.

Com projetos cadastrados no Ministério de Minas e Energia, uma das expectativas do secretário é com a realização dos leilões de energia nova previstos para dezembro deste ano. "Vamos acompanhar de perto", ressalta Jaime.

Para janeiro está prevista a inauguração da primeira fábrica de MDF do Estado. A Green Plac, do grupo Asperbras, está instalada no município de Água Clara. O consumo de carvão vegetal também deve aumentar, em médio prazo, já que há rumores sobre o reaquecimento da indústria siderúrgica em Mato Grosso do Sul e também em Minas Gerais.

Jaime Verruck é um dos convidados do encontro de líderes e gestores do setor florestal que acontece no dia 26 de outubro, em São Paulo.

Fonte: Painel Florestal

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