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Nos últimos anos, as espécies desse gênero têm ganhado espaço e importância econômica entre os programas de melhoramento florestal
Popularmente conhecidos como Eucaliptos, desde 1995 as mais de 100 espécies desse gênero, foram separadas dos Eucalyptus e hoje formam um gênero em separado no mesmo nível taxonômico dos Eucalyptus.
Nos últimos anos, as espécies desse gênero têm ganhado espaço e importância econômica entre os programas de melhoramento florestal, conduzidos por empresas do segmento carvão vegetal, celulose, energia da biomassa e chapas.
Isto ocorreu, principalmente, porque os híbridos deste gênero têm se mostrado uma boa alternativa na produção de matéria-prima para os mais diversos segmentos da indústria baseada em madeira de eucalipto, por apresentarem resistência a importantes doenças que atualmente causam perdas no setor florestal, tais como o Distúrbio Fisiológico e a Seca de Ponteiros de Eucalyptus do Vale do Rio Doce (SPERVD).
Além disso, a maioria de suas espécies, assim como seus híbridos, apresentam densidade básica acima de 600 kg/m³ aos 7 anos, representando uma alta densidade comparada à média dos clones atualmente plantados no Brasil. Esses fatores, acompanhados da forte heterose, que ocorre quando duas espécies desse gênero são hibridadas, também permitem o desenvolvimento de clones com alto vigor híbrido e bom crescimento volumétrico.
Dentre as espécies do gênero, destaca-se o C. torelliana, por ser o principal genitor feminino a ser utilizado nos cruzamentos controlados, fator fundamental para se obter níveis adequados de enraizamento na clonagem desses híbridos e diminuir a formação de bolsas de resina (excesso de extrativos) na madeira desses clones.
Embora sua presença nos cruzamentos seja essencial, poucas empresas possuem uma base robusta e com boa variabilidade genética desta espécie em seus programas de melhoramento. Isso ocorre porque pouco material de C. torelliana foi importado para o Brasil ao longo dos anos e atualmente existe uma dificuldade maior em se colher sementes dessa e de outras espécies na Austrália, devido há algumas áreas de ocorrência natural terem se convertido em parques naturais (onde não se pode colher sementes) e também os incêndios florestais tem afetado essas áreas e levado a perda de importante base genética dessa espécie.
Nesse sentido o "Programa de Tecnologia e Desenvolvimento em Melhoramento Florestal" do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa (DEF/UFV), coordenado pelo professor Glêison dos Santos, tem aproveitado o material genético dessa espécie disponível na Zona da Mata de Minas Gerais, para formar uma população base dessa espécie. A Zona da Mata é uma região privilegiada nesse sentido, pois nela o C. torelliana foi amplamente introduzido e utilizado na arborização urbana e rural, plantados como indivíduos isolados ou em povoamentos "capões" ao longo de estradas e fazendo sombra para o gado nas fazendas da região.
Dessa maneira, a equipe do Programa de Melhoramento Florestal, através do estudante de Engenharia Florestal Gustavo Baesso, tem realizado o mapeamento de diversas áreas em Viçosa e região, identificando, registrando e colhendo material genético (sementes e pólen) de diversos exemplares dessa espécie, com o intuito de formar uma população base representativa e com boa variabilidade para melhoramento.
Esses materiais genéticos estarão disponíveis para o programa de Melhoramento Florestal da UFV e também será disponibilizado para empresas do Brasil e do exterior que estiverem interessadas em programas de Melhoramento Florestal de Corymbias.
Fonte: SIF
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