O setor de celulose do Brasil tem tido, há mais de duas décadas, alguns dos menores custos de fibra de madeira do mundo, tornando a indústria altamente competitiva, relata o Wood Resource Quarterly. Os baixos custos de produção resultaram em grandes investimentos na capacidade de produção de celulose, com a maior parte da celulose sendo exportada para o exterior, predominantemente para a China.

Os baixos custos da fibra da madeira no Brasil continuaram atraindo investimentos na capacidade de produção de celulose, levando a aumentos substanciais nas exportações de celulose de mercado em 2016, relata o Wood Resource Quarterly

O mercado de exportação de celulose produzida no Brasil tem se tornado cada vez mais importante para o setor, com a participação das exportações da produção interna subindo de 55% em 2007 para quase 70% em 2016. Os volumes exportados de celulose expandiram-se impressionantemente ao longo das duas últimas décadas, com aumentos de um ano para outro em 19 dos últimos 20 anos. Esta tendência continuou em 2016, com volumes de exportações provavelmente atingindo quase 13 milhões de toneladas, um aumento de cerca de 11% a partir de 2015, relata o Wood Resource Quarterly.

Não surpreendentemente, o constante aumento da demanda de celulose pela China na última década tem sido o fator chave para a história da exportação de celulose no Brasil. Mais de um terço das exportações brasileiras foram destinadas à China este ano, contra 23% há cinco anos.

O Brasil tornou-se o segundo maior produtor mundial de celulose atrás dos EUA, tendo superado o Canadá em 2016. Os fatores impulsionadores foram uma combinação de custos baixos de fibra de madeira, a moeda brasileira dramaticamente enfraquecida e um aumento constante na demanda, em particular para a pasta de celulose de madeira na China.

Nos últimos três anos, os custos de fibra de madeira no Brasil foram de aproximadamente 60% dos custos de fabricação, de acordo com a Fisher International. A parcela de custo da fibra de madeira, somada a ser uma das regiões de produção de celulose mais baratas do mundo, tornou a indústria de celulose brasileira um produtor de celulose muito competitivo durante muitos dos últimos 25 anos.

Em termos de dólares norte-americanos, os preços das toras de eucalipto para celulose caíram de um recorde no 3T11 para um mínimo de 12 anos no 4T15. Desde o final de 2015, os preços da fibra de madeira subiram, mas ainda estão substancialmente abaixo de sua média de dez anos, conforme relatado pelo WRQ (www.woodprices.com).

As duas últimas décadas não foram apenas boas notícias para a indústria de celulose no Brasil, mas também para proprietários de madeiras que mediram seus resultados financeiros no Real (BRL). Em 2016, os preços de pulplog de eucalipto atingiram seu maior nível registrado desde que o WRQ começou a monitorar os preços de pulplog no Brasil há mais de 20 anos. Os preços atuais são cerca de cinco por cento maior do que um ano atrás na moeda local, e 23% acima do preço médio há dois anos.

Fonte: Wood Resource Quarterly