Voltar
Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Sistemas florestais são tema de workshop
Pesquisadores de sete países que formam a Amazônia estarão reunidos em Belém, de 19 a 28 deste mês, para trocar experiências sobre a utilização de Sistemas Agroflorestais (SAFs) como alternativa à degradação ambiental.
Esses sistemas caracterizam-se basicamente em aliar o plantio de culturas agrícolas a essências florestais, seja em pequenas propriedades, grandes fazendas ou outros cenários. É fazer agricultura em harmonia com a floresta, ou levar a própria floresta para áreas agrícolas e de pastagens.
O workshop é promovido pelo Centro Mundial Agroflorestal (Icraf), que tem sede em Nairobi, no Quênia; pela Embrapa Amazônia Oriental, uma das Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; e pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), que tem sede em Cali, na Colômbia. Ele faz parte das ações da Iniciativa Amazônica, um consórcio de cooperação internacional que reúne instituições de pesquisa e desenvolvimento de seis países amazônicos em torno de um desafio: melhorar as condições de vida no ambiente rural da Amazônia Continental e reverter o processo acelerado de degradação dos recursos naturais na região.
'Esta é a primeira atividade concreta da Iniciativa Amazônica de forma colaborativa. Espera-se que a partir desse evento seja desencandeado um processo de formação de uma rede de pesquisa na Amazônia centrada na utilização de sistemas agroflorestais como alternativa viável e sustentável à degradação ambiental', explica Roberto Porro, secretário executivo da Iniciativa Amazônica.
A Amazônia Continental tem uma área total de 7.8 milhões de quilômetros quadrados, com uma população de 35 milhões de pessoas. Nos últimos 30 anos, essa região perdeu cerca de 80 milhões de hectares de sua floresta para atividades, via de regra, não sustentáveis, sendo que cerca de 30 milhões de hectares encontram-se em acentuado estado de degradação.
Nesse cenário, a implantação dos sistemas agroflorestais aparece como alternativa concreta à degradação de recursos naturais. Eles ensejam um manejo de recursos naturais dinâmico e ecológico, que através da integração de árvores em pequenas propriedades agrícolas, grandes fazendas e outros cenários, diversifica e aumenta a produção, promovendo benefícios econômicos e sociais para os usuários dos recursos naturais.
A pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, Gladys Souza explica que existem iniciativas na região no uso de SAFs, mas são feitas ainda de forma isolada. Ela cita como exemplo uma experiência local: a da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu- CAMTA. Lá, o cultivo de fruteiras e essências florestais já é bastante utilizado entre os agricultores. Essa experiência, inclusive, será visitada pelos participantes do evento. No município, os pesquisadores conhecerão sistemas que utilizam espécies como seringueira, taperebá, cupuaçu e mogno, além de cacau e freijó.
Um dos objetivos do workshop, na opinião de Roberto Porro, é fazer com que as experiências isoladas sejam intercambiadas e utilizadas como base para a formulação de políticas públicas. 'Queremos entender por que isso não está ocorrendo hoje, e quais as principais barreiras, tanto no aspecto biofísico, quanto socioeconômico e político, que impedem a adoção em uma escala mais ampla dessas iniciativas promissoras', completa o secretário executivo da IA.
O evento, além materializar essa troca de experiência, é uma importante expressão do processo de formação da rede de pesquisa na região.
Ele, inclusive, transcende a própria Iniciativa Amazônica na medida em que envolve instituições de outras naturezas 'como universidades e organizações não governamentais' nesse processo. Experiências do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela serão apresentadas nos nove dias de intensa programação. Ao final, como mais um resultado do evento, será editada uma publicação que condensará todos os relatos.
Entre os convidados do workshop, está o ecólogo Philip Fearnside do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, que vai proferir o seminário inaugural 'Degradação de recursos naturais na Amazônia: implicações para a utilização de sistemas agroflorestais'. Fearnside é norte-americano e naturalizado brasileiro e está entre os pesquisadores mais citados na literatura mundial.
Outro nome de destaque no evento é Jean Dubois, pioneiro na pesquisa e extensão agroflorestal na Amazônia. Ele foi fundador da Rede Brasileira Florestal- Rebraf. Dubois vai apresentar uma avaliação dos principais avanços e dificuldades para a implantação dos SAFs na região ao longo das duas últimas décadas.
Fonte: O Liberal – 14/01/2005
Esses sistemas caracterizam-se basicamente em aliar o plantio de culturas agrícolas a essências florestais, seja em pequenas propriedades, grandes fazendas ou outros cenários. É fazer agricultura em harmonia com a floresta, ou levar a própria floresta para áreas agrícolas e de pastagens.
O workshop é promovido pelo Centro Mundial Agroflorestal (Icraf), que tem sede em Nairobi, no Quênia; pela Embrapa Amazônia Oriental, uma das Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; e pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), que tem sede em Cali, na Colômbia. Ele faz parte das ações da Iniciativa Amazônica, um consórcio de cooperação internacional que reúne instituições de pesquisa e desenvolvimento de seis países amazônicos em torno de um desafio: melhorar as condições de vida no ambiente rural da Amazônia Continental e reverter o processo acelerado de degradação dos recursos naturais na região.
'Esta é a primeira atividade concreta da Iniciativa Amazônica de forma colaborativa. Espera-se que a partir desse evento seja desencandeado um processo de formação de uma rede de pesquisa na Amazônia centrada na utilização de sistemas agroflorestais como alternativa viável e sustentável à degradação ambiental', explica Roberto Porro, secretário executivo da Iniciativa Amazônica.
A Amazônia Continental tem uma área total de 7.8 milhões de quilômetros quadrados, com uma população de 35 milhões de pessoas. Nos últimos 30 anos, essa região perdeu cerca de 80 milhões de hectares de sua floresta para atividades, via de regra, não sustentáveis, sendo que cerca de 30 milhões de hectares encontram-se em acentuado estado de degradação.
Nesse cenário, a implantação dos sistemas agroflorestais aparece como alternativa concreta à degradação de recursos naturais. Eles ensejam um manejo de recursos naturais dinâmico e ecológico, que através da integração de árvores em pequenas propriedades agrícolas, grandes fazendas e outros cenários, diversifica e aumenta a produção, promovendo benefícios econômicos e sociais para os usuários dos recursos naturais.
A pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, Gladys Souza explica que existem iniciativas na região no uso de SAFs, mas são feitas ainda de forma isolada. Ela cita como exemplo uma experiência local: a da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu- CAMTA. Lá, o cultivo de fruteiras e essências florestais já é bastante utilizado entre os agricultores. Essa experiência, inclusive, será visitada pelos participantes do evento. No município, os pesquisadores conhecerão sistemas que utilizam espécies como seringueira, taperebá, cupuaçu e mogno, além de cacau e freijó.
Um dos objetivos do workshop, na opinião de Roberto Porro, é fazer com que as experiências isoladas sejam intercambiadas e utilizadas como base para a formulação de políticas públicas. 'Queremos entender por que isso não está ocorrendo hoje, e quais as principais barreiras, tanto no aspecto biofísico, quanto socioeconômico e político, que impedem a adoção em uma escala mais ampla dessas iniciativas promissoras', completa o secretário executivo da IA.
O evento, além materializar essa troca de experiência, é uma importante expressão do processo de formação da rede de pesquisa na região.
Ele, inclusive, transcende a própria Iniciativa Amazônica na medida em que envolve instituições de outras naturezas 'como universidades e organizações não governamentais' nesse processo. Experiências do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela serão apresentadas nos nove dias de intensa programação. Ao final, como mais um resultado do evento, será editada uma publicação que condensará todos os relatos.
Entre os convidados do workshop, está o ecólogo Philip Fearnside do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, que vai proferir o seminário inaugural 'Degradação de recursos naturais na Amazônia: implicações para a utilização de sistemas agroflorestais'. Fearnside é norte-americano e naturalizado brasileiro e está entre os pesquisadores mais citados na literatura mundial.
Outro nome de destaque no evento é Jean Dubois, pioneiro na pesquisa e extensão agroflorestal na Amazônia. Ele foi fundador da Rede Brasileira Florestal- Rebraf. Dubois vai apresentar uma avaliação dos principais avanços e dificuldades para a implantação dos SAFs na região ao longo das duas últimas décadas.
Fonte: O Liberal – 14/01/2005
Fonte:
Notícias em destaque
Como plantar o kiri japonês, árvore conhecida por crescer rápido e pela madeira muito valorizada
Cartilha da Embrapa mostra como dar os primeiros passos no cultivo.
O programa deste domingo (30) recebeu um pedido diferente: uma...
(MADEIRA E PRODUTOS)
Megafábrica dá primeiros passos para ampliar produção de celulose
A partir de 2026 a Eldorado acelerar o ritmo de plantio de eucalipto, podendo chegar a 50 mil hectares anuais em MS
Fábrica de...
(PAPEL E CELULOSE)
Setor madeireiro mostra resiliência e mira retomada em 2026
Somapar, STCP e WoodFlow avaliam o mercado e apontam 2026 como um ano de reorganização, cautela e oportunidades para a madeira...
(MADEIRA E PRODUTOS)
Programa de Apicultura da Suzano bate recorde e consolida Três Lagoas como líder na produção de mel em MS
Com 309 toneladas produzidas em 2024, iniciativa reúne 158 apicultores e registra crescimento de 48% em relação ao ano...
(AGRO)
Arábia Saudita: novas oportunidades para o mobiliário brasileiro no Oriente Médio
Com economia em expansão e forte investimento em habitação e urbanização, a Arábia Saudita desponta como...
(MERCADO)
Sem floresta não há discurso e nem futuro
Nos empreendimentos florestais industriais, que exigem ciclos longos, investimentos elevados e planejamento de décadas, existe uma verdade...
(SILVICULTURA)














