Moçambique vai produzir energia eléctrica baseada na biomassa a partir de 2018, fato que vai marcar uma nova etapa no contexto da utilização de recursos renováveis, no caso vertente, florestais, para geração de eletricidade. A inovação neste campo visa satisfazer as necessidades cada vez mais crescentes em energia eléctrica a nível doméstico e também na indústria local.

O proponente desta iniciativa piloto, Eurico Cruz, diretor da área de negócios na empresa Florestas de Niassa, garantiu ao “Notícias” que a produção da energia eléctrica de biomassa será suportada por um sistema a vapor, cuja implantação está prevista para o distrito de Chimbonila.

Os sistemas a vapor são, segundo a fonte, suportados por uma caldeira para a queima de sobras resultantes do corte de copas das árvores das espécies pinho e eucalipto que são posteriormente submetidos ao processamento de postes e madeira serrada por parte da empresa Florestas de Niassa.

“O aquecimento gerado na caldeira produz vapor a partir da água que faz parte do processo de funcionamento desta unidade que por seu turno acciona o gerador que produz energia eléctrica”, explicou Eurico Cruz que entretanto não avançou a potência da energia que o sistema vai produzir.

A fonte precisou ainda que faltam cerca de 15 meses para o arranque da exploração comercial da floresta que a sua empresa explora, em Niassa, com uma extensão estimada em sete mil hectares, áreas localizadas nos distritos de Chimbonila e Muembe.

A exploração comercial vai requerer energia eléctrica para fornecer à serração de madeira, infra-estruturas residenciais e de serviços. Eurico Cruz disse que a experiência mostra que no período de pico de consumo de energia eléctrica produzida pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa, em Tete, não garante a satisfação da demanda sobretudo no verão.

“Foi nesse prisma que projectamos a implantação de uma central à vapor de geração de energia eléctrica baseada em biomassa”, anotou o entrevistado garantindo ter havido recentemente contactos junto à Electricidade de Moçambique, em Niassa, para negociar os termos da oferta da energia eléctrica gerada de biomassa que remanescer para satisfação da demanda ao nível das comunidades de Chimbonila.

O início da exploração comercial das plantações florestais de Niassa numa área estimada em 24 mil hectares detidos pela Florestas de Niassa e a Green Resources vai oferecer mais oportunidade de emprego a muitas famílias, tendo em conta que será exigida mão-de-obra para as áreas de corte, processamento e transporte de produtos.

Fonte: Jornal Notícias