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Quando plantou essa área de 13 hectares de eucaliptos no munícipio de Cerqueira César, em São Paulo, o produtor esperava receber R$ 50 o metro cúbico da madeira. Oito anos depois, as 30 mil árvores estão em ponto de corte, mas ninguém oferece nem a metade desse valor.
“Como eu havia herdado essa área, eu pensei: ‘Vou plantar para eu fazer um investimento e uma poupança para quando os filhos crescerem eu poder mantê-los em uma faculdade. E no decorrer desses oito anos, tudo transcorreu legal: o eucalipto, filhos estudando, passaram na faculdade e chegou a hora de vender o eucalipto para eu mantê-los lá. Agora, eu ligo para vários compradores e eles pedem R$ 20 o metro cúbico e sem querer ver a área. Eles se recusam, não tem mercado, não tem procura”, conta o produtor.
Por que o preço caiu tanto nos últimos anos?
“O principal motivo é a oferta e a demanda. Temos uma oferta maior que o consumo. Em determinadas regiões, não temos, se quer, a demanda, por conta da localização. Nos últimos anos, os custos de transportes também aumentaram muito e as fábricas se preocupam muito com a distância”, conta Adriano Carriel Vieira, comprador de eucaliptos.
José Luiz Stape, gerente florestal de uma fábrica de celulose, aconselha tentar vender pelo menos uma parte dessa madeira, mesmo que por um preço baixo.
“Vender uma parte para ter caixa para tratar bem a outra parte. Porque o que não pode e não se deve fazer é abandonar a cultura. Porque se ele deixar de combater a formiga, se deixar de controlar o mato, aí sim tem risco de ele perder mais ainda. A floresta deixa de crescer e tem o risco de incêndio florestal na área”, disse Stape.
Em algumas regiões de São Paulo, o preço médio do cúbico de eucalipto pode chegar à R$ 40. Ainda assim é um valor considerado baixo pelos produtores.
Fonte: GloboRural
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