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E a situação é grave. Quem alerta é o consultor florestal Celso Medeiros que começou sua carreira como engenheiro florestal na década de 70 aqui em Mato Grosso do Sul plantando as primeiras florestas de eucalipto. Florestas estas, que pela falta da chegada das indústrias e o fim dos incentivos fiscais do governo federal desestimulou os produtores e ao longo dos anos foi consumida pelas formigas e pelo fogo. Foram plantados 500.000 hectares entre as décadas de 70 e 80, mas no começo dos anos 2000 a estimativa era de apenas 90.000 hectares.
“Estamos repetido a década de 70. Estamos perdendo o controle sobre as formigas. Naquela época simplesmente não combateram, mas agora, acredito eu, seja mais pela falta de conhecimento técnico dos produtores rurais, pois as iscas formicidas existem e são eficientes, na verdade não estamos fazendo o dever de casa”, alerta Celso Medeiros.
É comum segundo o consultor ver árvores desfolhadas em várias regiões do estado e isso diminui e muito a produtividade das florestas: “o correto é o produtor combater as formigas na época de sua reprodução que vai de maio a setembro e ele utilizaria de 1,5 kg a 3 kg de iscas formicidas por hectare, mas na situação que se encontra vai acabar gastando muito mais, até 8 kg por hectare”.
Foi pensando nesta situação que se agrava no estado que o Senar MS e a Paulo Cardoso Comunicações vão realizar no dia 21 de junho em Três Lagoas, durante a Expotrês, mais um seminário do Programa Mais Floresta com o tema Como Proteger Sua Floresta – Fogo, Formigas, Pragas e Doenças. “Pois, além das formigas, as pragas e as doenças comuns ao eucalipto também chegaram ao Mato Grosso do Sul, sem falar no fogo que é uma preocupação muito séria nesta época do ano”, ressalta Paulo Cardoso, o organizador do evento.
Segundo Augusto Tarozzo, engenheiro agrônomo e gerente da Atta Kill, “a principal dificuldade no combate às formigas cortadeiras é a falta de conhecimento de produtos adequados e devidamente registrados para uso no controle, somado a isso ainda existe o desconhecimento de como fazer o controle eficiente. E a melhor formulação para controle das formigas cortadeiras são as iscas granuladas que contém a sulfluramida como princípio ativo; comprovadamente o mais eficiente em controlar formigueiro de saúvas e quenquéns. Esses produtos têm a indicação de como usar para um controle adequado: que é a localização do formigueiro determinando a área de terra solta e distribuindo a quantidade necessária na área encontrada”.
Mas as formigas estão atacando mais agora do que antes?
Augusto Tarozzo responde: “Não se trata de ‘ainda atacam’ e sim de ‘elas sempre estarão presentes nas culturas e plantios do agronegócio brasileiro’, uma vez que o Brasil e a América Latina são seus habitats naturais e as florestas de pinus e eucaliptos foram implantadas nesse habitat natural onde as formigas saúvas e quenquéns encontram nestas culturas o substrato para o fungo alimentar, que são as folhas destas árvores. Entendendo que a formiga cortadeira corta a folha para servir de substrato para o fungo alimentar. O maior problema pode estar centrado na falta de planejamento de um manejo das formigas onde, na maioria das propriedades agrícolas, se dá conta do controle apenas quando se vê o formigueiro em atividades. Aliado a isso, existe o emprego de formulações e produtos inadequados e irregulares que não são indicados e eficientes para o controle. Toda propriedade agrícola e culturas econômicas do agronegócio brasileiro estão sujeitos a infestações de formigas cortadeiras por serem de ocorrência natural e endêmica em todas regiões brasileiras”.
Segundo Tarozzo, as grandes empresas também enfrentam os mesmos problemas, mas com uma diferença, elas envolvem um sistema de gestão com procedimentos adequados às ferramentas e otimização operacional. Já para o agricultor a operação é feita quando da identificação da necessidade de controle onde determina-se o controle localizando os formigueiros e aplicando o controle diretamente quando se identifica as atividades desse formigueiro.
Para saber mais e como combater as formigas cortadeiras com mais eficiência e baixo custo, compareça a partir das 8h da manhã no Parque de Exposições de Três Lagoas e assista as palestras. À tarde os produtores seguem para um dia de campo onde serão demonstradas na prática como proceder nos combates ao fogo, as formigas, pragas e doenças. E aproveite também para participar do Bate Papo de Negócios coordenado pelo Sebrae e conheça de perto as empresas participantes.
A inscrição é gratuita, acesse: www.senarms.org.br/projetos/mais-floresta
Fonte: CeluloseOnline
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