Voltar

Notícias

25
fev
2016
(SETOR FLORESTAL)
Setor florestal ganha reforço contra redução de aproveitamento da tora

Em Brasília, setor florestal ganha reforço contra redução de aproveitamento da tora proposta por Ibama

O deputado federal Valtenir Pereira, e o senador Jorge Viana, defenderam o setor de base florestal de Mato Grosso, em reunião que discutiu a proposta de emenda feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Serviço Florestal Brasileiro (SFB). Os referidos órgãos, propuseram sem que houvesse uma ampla discussão do assunto, reduzir para 35%, o CRV – Coeficiente de Rendimento Volumétrico, no processo de desdobro da tora em madeira serrada para obtenção de produtos florestais que atualmente é aplicado em 45%.

Diante do exporto, o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de MT (Cipem), FNBF (Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal) e demais instituições como a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), manifestaram discordância da propositura. Sendo assim, o Ministério do Meio Ambiente – MMA de Brasília- DF, recebeu na tarde de quarta-feira (17), o setor de base florestal e os demais envolvidos no andamento do processo Conama, que dentre outras mudanças propõe a redução mencionada.

Durante a reunião, o deputado ressaltou que se aprovada, tal medida porá o setor florestal que é quem trabalha em conformidade com a lei na “forca”, salientando o risco de não conseguirem se manter no mercado. “Se esse CRV for aceito, os bons vão pagar um preço absurdo para manter-se na atividade e os desonestos ficarão a mercê da lei”, avalia deputado Valtenir.

O senador Jorge Viana, também manifestou preocupação com o Setor Florestal. “Essa medida desvaloriza o segmento, uma vez que tem se comprovado um valor superior a 65% de aproveitamento. Temos que aprender a estimar os que trabalham para o crescimento do país, dessa forma vamos enterrar o setor florestal de vez”, ressalta o senador.

O especialista em Política e Indústria Mário Cardoso que é responsável pela Gerência Executiva de Meio Ambiente e Sustentabilidade – GEMAS e Confederação Nacional da Indústria – CNI, justificou que o índice atualmente válido já está ultrapassado, reforçando, que em muitos casos se tem um aproveitamento da tora ainda maior chegando a até 69%. Segundo ele, é necessário manter o diálogo com o setor produtivo e encontrar o equilíbrio para não prejudicar ainda mais o segmento florestal.

Embora não tenha conseguido provar de fato a relevância da alteração, em defesa da propositura de emenda, Paulo Fontes do Ibama, explicou que a medida é cabível. “Houve uma intempestividade no assunto, ele não é novo estamos discutindo isso há mais de 30 anos, se houver alguém que use um rendimento maior é só comprovar que obterá autorização”, explicou Fontes.

Gleisson Omar Tagliari, Diretor do Cipem e industrial madeireiro rebateu. “Mesmo que um industrial queira pedir sozinho um rendimento de CRV maior, os custos inviabilizam o processo. Cada empresário teria que gastar em média R$100 mil para essa solicitação, isso considerando todas as espécies autorizadas nos planos de manejo e para quê? Para comprovar que estava correto?. Outro sim, o órgão ambiental demora até 24 meses para responder a esta solicitação, em dois anos o empresário já desistiu e fechou sua indústria, reforçou.

Na oportunidade o Cipem apresentou um vídeo feito pelo setor para atestar a reivindicação e comprovar o rendimento superior ao praticado atualmente os 45% . O vídeo retratou duas espécies de madeira, a peroba e o cambará, ambas foram serradas e beneficiadas em duas indústrias diferentes. Os trabalhos realizados foram acompanhados por técnicos da Sema e Doutor em engenharia florestal e perito judicial professor da Universidade Federal de MT – UFMT, para atestar a veracidade dos resultados e nos dois casos foram apontados um rendimento superior a 60%.

O segmento florestal ainda justificou que não foi assegurado á todos os envolvidos a ampla participação, discussão técnica e maior transparência no processo devido à relevância do tema. Solicitando então, que se aprove a proposta de revisão da Resolução CONAMA nº 411/2009, com as alterações já devidamente discutidas nas instâncias regulares (CIPAM, CTFlor e CTAJ) para votação na 121ª reunião ordinária do Conama a ser realizada nos dias 16 e 17/03, porém, quanto a emenda proposta de reduzir o CRV de 45% para 35%, que seja remetida à Câmara Técnica de Florestas e Demais Formações Vegetacionais (CTFlor) para análise e ampla discussão, recomendando ainda no processo a participação de instituições aptas e imparciais, por exemplo: as Instituições de Ensino e Pesquisa, EMBRAPA Florestas ou Universidades Estaduais, Federais, dentre outras.

Tendo em vista a relevância da pauta, o ministro interino do Meio Ambiente, Carlos Augusto Klink, entendeu que da forma que a matéria foi apresentada não pode ser aprovada e determinou ao Ibama e SBF que se reúnam de imediato e com o setor encontrem o melhor encaminhamento para o tema antes da reunião ordinária do Conama em Março.

Frank Rogieri presidente do Simenorte- Sindicato dos Mad. do Extremo Norte de MT, (Cipem), Ricardo Russo da Analista Sênior da WWF-Brasil e representantes do Estado do Acre, também estiveram presentes na reunião reforçando a manifestação contrária á redução do CRV. Entre eles, o deputado federal Cezar Messias e a representante da Federação das Indústrias – FIEAC Adelaide Fátima Oliveira, entre outros.

Fonte: Cenário MT / Adaptado por CeluloseOnline

ITTO Sindimadeira_rs