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A população deve fechar as janelas de casa nos finais da tarde, período em que os insetos procuram ambientes iluminados
Não são apenas as flores que marcam o início da primavera, também caracterizada pelo aumento das temperaturas. A estação vem acompanhada de uma visita silenciosa, mas que pode provocar muitos prejuízos. São os cupins. Nas residências, eles atacam móveis de madeira, livros, paredes e até roupas. Já nas lavouras, se alastram em diferentes culturas e causam sérios danos às plantações.
De acordo com o pesquisador David Martins, cupins são pragas que se alimentam de celulose e, nesta época do ano, são influenciados, instintivamente, pelas condições climáticas a produzirem filhotes com asas. Assim, conseguem migrar para locais mais distantes e construir novas colônias.
"São insetos sociais, ou seja, que vivem em comunidades e se dividem em grupos. Por exemplo, existem os obreiros, responsáveis por buscar alimentos e nutrir a colmeia; os soldados, que defendem a colônia dos inimigos; bem como o casal real, que é responsável pela reprodução. E eles se multiplicam muito facilmente. A rainha, para se ter ideia, pode colocar milhares de ovos em um único dia. Quando atingem um determinado limite de integrantes na colmeia, precisam se dispersar. E é aí que o clima influencia e cria condições para que nasçam cupins alados, que podem ir mais longe e não competir com o ninho anterior", explica.
Além disso, o pesquisador destaca que durante a primavera a vegetação se torna mais variada e mais atrativa para os cupins. O inseto é dividido em várias espécies. Algumas são arborícolas, ou seja, vivem no topo das árvores. Outras são de solo e, por necessitarem de umidade para sobreviver, se proliferam durante o período de chuvas. E existem, ainda, as espécies de madeira seca, que são os cupins conhecidos por danificar, principalmente, móveis de madeira e por deixar um rastro particular. "As brocas são besouros com um excremento bastante fino, um pozinho. Já os cupins defecam um pó mais granulado, que são pequenas bolinhas", diferencia David.
Prevenção
Alguns cuidados na hora de comprar os móveis e hábitos da família fazem toda a diferença. Uma das sugestões é bastante simples, mas eficaz. Fechar as janelas nos finais de tarde, que é um período de revoadas, evita a entrada dos cupins, que procuram, de imediato, os ambientes iluminados, por serem insetos que são atraídos pela luz. Já na compra dos móveis, o indicado é optar pelas madeiras tratadas. Elas são resistentes aos ataques de cupim, como no caso do MDF.
O pesquisador também frisa o cuidado com descarte dos móveis, livros e objetos de madeira. "Para não ter que jogar fora, muitas pessoas têm o costume de dispensar esses materiais no quintal de casa, em lajes ou em cômodos vazios. O que acaba virando um paraíso para os cupins". Ele completa que, até mesmo, na escolha do apartamento ou casa é possível diminuir as chances de ataques. "Para nivelar os terrenos, antes da aplicação do piso, algumas construtoras utilizam entulhos, o que é uma forma de evitar o aumento de lixo gerado pela obra. Mas o ideal é não usar pedaços de madeira nesses casos, pois isso pode atrair cupins para a base do prédio", afirma.
Combate
Para conter os ataques, as opções são variadas, desde empresas especializadas na pulverização até sprays encontrados em supermercados. Entretanto, David ressalta que o ideal, no combate em residências, é contar com o trabalho dessas empresas, uma vez que atuam com profissionais capacitados para manusear os produtos utilizados, evitar a contaminação dos moradores e encontrar o foco do inseto. Para que os resultados sejam satisfatórios, o pesquisador alerta para a necessidade de se verificar a regularização das empresas junto à Secretaria Municipal de Saúde.
Fonte: Gazeta online
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