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Notícias

11
nov
2015
(GERAL)
Minas Gerais concentra 80% das indústrias que utilizam carvão vegetal

Dados da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), associação que representa a cadeia produtiva de árvores plantadas do campo à indústria, mostram que cerca de 125 indústrias usam o carvão vegetal, sendo que Minas Gerais concentra 80% do total. O estado mineiro é destaque por apresentar a maior concentração de florestas plantadas do país, respondendo por quase 20% do total.

Se, nas outras regiões brasileiras, a madeira proveniente das florestas plantadas é destinada, principalmente, para atender aos segmentos de celulose, papel e painéis de madeira, em Minas Gerais, por causa da elevada concentração de indústrias siderúrgicas, o principal destino é o carvão vegetal renovável, usado no processo de produção de ferro-gusa, ferro-ligas e aço.

Porém, o potencial de crescimento de áreas de florestas plantadas no estado pode ser prejudicado pelos entraves na liberação de licenças ambientais. A demora atual vista em Minas Gerais vem prejudicando investimentos de vários setores, o que é agravado pelo atual cenário de crise econômica.

Diante disso, torna-se necessário adotar medidas para reduzir a alta burocracia para emissão dessas licenças. A infinidade de órgãos que participam do processo de licenciamento, aliada a uma burocracia exacerbada, cria um ambiente de insegurança, que leva à excessiva judicialização dos processos, o que, por sua vez, afugenta investidores.

Uma maior agilidade para obtenção das licenças ambientais, no caso das florestas plantadas, além de atrair mais investimentos para o estado, incentivaria outros produtos mais sustentáveis, como o carvão vegetal, um dos redutores energéticos mais importantes do setor siderúrgico. No caso da siderurgia, para cada tonelada de ferro feita com carvão vegetal proveniente de florestas plantadas, há um ganho ambiental de aproximadamente três toneladas de CO2, em comparação ao uso de fontes fósseis ou não renováveis.

Tendo em vista essa característica do carvão vegetal e as exigências ambientais (nacionais e internacionais), as grandes consumidoras desse produto têm aumentado a eficiência dos processos industrial e de carbonização da madeira, com a finalidade de melhor responder às questões ambientais, econômicas e sociais. Some-se a isso, o fato de que o Brasil possui as melhores condições de clima e solo para a produção de biomassa.

Incentivar a indústria é um passo importante para garantir a produção legal, de qualidade e de maior respeito ao meio ambiente e às pessoas, o que passa também pelo reconhecimento do valor dos serviços ecossistêmicos, especialmente do carbono florestal.

Diante desse movimento e das inegáveis vantagens para a natureza, torna-se necessário desenvolver processos mais ágeis e menos burocráticos para a concessão de licenças ambientais. Agindo desse modo, o Brasil dará importante contribuição ao meio ambiente e às pessoas, preservando matas nativas, ampliando as áreas de florestas plantadas certificadas e combatendo a produção clandestina de carvão, o que significa melhoria das condições de trabalho e eliminação do trabalho infantil.

Fonte: Estado de Minas / Adaptado por CeluloseOnline

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