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O Peru encerrou 2014 com 112,8 mil hectares a menos de floresta amazônica em relação a 2013. A perda representa 0,15% da cobertura do bioma no país e fez a nação ficar na liderança dos desmatadores entre os oito países que, além do Brasil, dividem a Amazônia. Os dados são do projeto Terra-i, iniciativa de cinco organizações de pesquisa que mapeia alterações da cobertura vegetal em tempo 'quase real' na América Latina. O desmatamento brasileiro oficial em 2014 foi quatro vezes maior, de 480 mil hectares.
A região mais atingida é Loreto, que fica no nordeste do país e concentrou 49 mil hectares de desmatamento – ou 44% do total no Peru. “Há bastante desmatamento de tamanho industrial para cultivos”, explica Louis Reymondin, analista de dados do Terra-i. Enquanto o norte da região, onde nasce o Rio Amazonas, é dominado pelo plantio de cacau, no sul a devastação é causada principalmente por plantações de dendê.
Ainda de acordo com o pesquisador, apesar da liderança peruana em números absolutos, a Bolívia ficaria à frente dos países que mais desmataram a Amazônia se os números da devastação fossem proporcionais à área de seus territórios amazônicos. Com uma destruição de 83 mil hectares em 2014, 0,17% das florestas do país foram devastados. A lista não considera o desmatamento no Brasil.
Os dados revelam que em 2014 houve uma redução no desmatamento em relação a 2013, de 356,1 mil hectares para 296,4 mil hectares. A redução se deve a uma queda drástica no desmatamento na Colômbia, embora haja uma tendência de alta acentuada no Peru e no Equador.
Desde 2004, a Amazônia perdeu 3,1 milhões de hectares nos oito países que compõem o bioma além do Brasil (Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela). A área é maior que o estado do Alagoas – 2,7 milhões de hectares. Mais de um terço desta devastação (1,3 milhões de hectares) ocorreu na Bolívia. Os locais exatos onde houve perda de florestas estão disponíveis no mapa de desmatamento do InfoAmazonia.
Tempo “quase real”
A definição é usada para sistemas que detectam alterações na cobertura vegetal com alta frequência de atualização. No caso dos sensores MODIS, da NASA, os dados chegam diariamente, mas um mosaico sem nuvens é apenas possível a cada 16 dias, o que permite uma atuação mais rápida dos fiscais ambientais que usem estas informações.
Fonte: Portal Amazônia
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