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Iniciadas as obras de ampliação das gingantes de celulose, Fibria e Eldorado Brasil, instaladas em Três Lagoas, a expectativa é de aquecimento na economia local, seja nos setores de serviços, comércio ou hotelaria. Isso porque, no pico das obras milhares de pessoas devem participar do processo da construção e consequentemente vão consumir no município.
Atualmente, Três Lagoas vive um período de desaceleração na economia, contudo, empreendedores apostam nas ampliações das fábricas para voltarem a lucrar um pouco mais, assim como aconteceu entre 2009 e 2012, quando as indústrias de celulose foram construídas. Além da expansão da Fibria e Eldorado, a Cargill, empresa que fabrica biodiesel, também iniciou sua expansão, com investimentos de R$ 240 milhões e geração de 500 empregos durante a obra, prevista para ser concluída em dois anos e meio.
A IP, fábrica de papel, anexa a Fibria, também anunciou, na última semana, que vai aumentar a unidade, com investimento de R$ 900 milhões, segundo informações da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul). A empresa, porém, ainda não deu detalhes da obra de expansão.
Mesmo que timidamente, o município passa a ganhar novos moradores. A empreiteira, Construcap, iniciou em junho o processo de terraplanagem e já contratou mais de 200 trabalhadores. Porém, até o final do ano o número de contratações deve subir para 450, estima a empresa. A maioria desses trabalhadores é do Sudeste e do Nordeste.
Por meio de nota, a Fibria informou, na tarde da última sexta-feira (31 de julho), que já iniciou o processo de contratação de importantes pacotes de serviços e de equipamentos para o projeto Novo Horizonte 2, que trata da sua ampliação.
Na última semana, a companhia fechou a contratação com o Grupo Andritz, que vai fornecer o pacote de pátio de cavacos, linha de fibras (cozimento, lavagem e branqueamento de celulose), máquina de secar, caldeira de recuperação, evaporação, calcificação e forno de cal. Foram negociados ainda o fornecimento de infraestrutura, turbogeradores, gerenciamento das obras, válvulas automáticas, bombas centrifugas, sistema de transmissão, além de distribuição de energia.
A Eldorado Brasil também iniciou a terraplanagem e informações extra-oficiais dão conta de que pelo menos 100 trabalhadores já teriam sido contratados para atender a demanda. A empresa ainda não falou sobre o processo de terraplanagem.
No Ciat (Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador) a movimentação de pessoas interessadas em concorrer a vagas de empregos aumentou expressivamente nas últimas semanas. De acordo com Fátima Montanha, coordenadora do Ciat, pelo menos 350 pessoas passam diariamente pelo local a procura de emprego depois do anúncio das ampliações da Fibria e da Eldorado Brasil.
Segundo Fátima, os cadastros são feitos, porém, o número de vagas disponíveis ainda é menor do que a procura. “Por enquanto as empresas fazem a terraplanagem e ainda não contrataram muitos profissionais, porém, a partir do final do ano acredito que o número de vagas vai aumentar para atender a segunda fase das obras”, explicou destacando que órgão atende pessoas de várias regiões do Brasil.
Economia ainda segue enfraquecida
Atualmente, Três Lagoas segue contra a crise que o Brasil atravessa pelo fato de ganhar investimentos bilionários por parte de iniciativas privadas. Ao todo, serão investidos mais de R$ 18 bilhões e as empresas vão gerar mais de 16 mil empregos diretos e indiretos nos picos das obras.
Mesmo assim, enquanto esse valor não é injetado na economia local - ele deve ser investido no município nos próximos dois anos e meio -, a crise acaba afetando a população e os comerciantes, já que, recentemente, a UFN3, consórcio responsável pela construção da Fafen (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados) da Petrobras, deu um calote milionário em Três Lagoas que passou de R$ 30 milhões. Os pequenos empresários e os comerciantes, em especial, foram os mais prejudicados e sofrem as consequências até os dias de hoje.
De acordo com levantamento feito pela ACI (Associação Comercial e Industrial) do município, desde janeiro o comércio registra queda de 30% nas vendas. Essa é a pior baixa dos últimos três anos. A associação acredita que o calote da Petrobras e paralisação das obras foram responsáveis pela queda nas vendas. Pelo menos três mil pessoas foram demitidas entre outubro e dezembro e deixaram a cidade.
O presidente da ACI, Atílio D´Agosto, acredita que em breve o comércio recupera essa perda com a chegada de novos trabalhadores e com o aumento da geração de emprego. “A partir do ano que vem Três Lagoas volta a se destacar no setor econômico”, disse.
Fonte: Expressão MS
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