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O volume de celulose exportado do Brasil aumentou em 19,9%, enquanto que a produção de celulose aumentou 7% neste período
Um recente levantamento realizado pelo Banco Central mostrou que os economistas brasileiros apontam uma inflação maior e taxa de crescimento menor do que as projeções iniciais. A estimativa de inflação para 2015 foi aumentada de 8,13 para 8,23 % enquanto que a taxa prevista de crescimento baixou de -1,01 para -1,03%, ou seja, uma retração econômica ainda maior.
A piora nas projeções econômicas é atribuída a negociações em curso entre o governo e o congresso para gerenciar o déficit no orçamento público por meio de uma combinação entre aumento de impostos e corte de gastos, e à redução de investimentos pela Petrobras devido aos escândalos de corrupção envolvendo a estatal.
Enquanto a economia brasileira continua a se enfraquecer, os números recentes divulgados pela Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), instituição que representa o setor florestal nacional, apontam que a indústria de base florestal nacional teve um desempenho razoavelmente bom no primeiro trimestre de 2015, em comparação ao primeiro trimestre de 2014:
•O volume de celulose exportado do Brasil aumentou em 19,9%, enquanto que a produção de celulose aumentou 7% neste período;
•A exportação de painéis de madeira foram 43,3% maiores, com um volume de produção estável. As vendas internas foram 1,4% maiores;
•A receita da exportação de celulose, papel e painéis de madeira foi 3,1% maior no período.
Os preços de toras no primeiro trimestre de 2015 foram favoráveis à indústria de base florestal, reduzindo o impacto negativo do aumento de outros componentes de custo como, por exemplo, combustíveis. O relatório benchmark mensal de preços entregue pela Forest2Market do Brasil mostrou que os preços da matéria-prima florestal foram geralmente mais baixos durante o primeiro trimestre de 2015. O preço de toras de pinus entre 8 e 18 cm caiu 6,5% no primeiro trimestre no Sul do Paraná e Norte de Santa Catarina. Na região sudeste de São Paulo, o preço das toras de eucalipto teve uma baixa de aproximadamente 15% no mesmo período.
Apesar do desempenho do setor ser melhor quando comparado ao mesmo período do ano passado, alguns executivos estão adiando a decisão por novos investimentos, temendo uma futura crise econômica. Embora a Forest2Market do Brasil não recomende que as empresas fechem seus olhos à ameaça de uma crise econômica, seus analistas acreditam que atrasar investimentos não é uma estratégia apropriada neste momento, pois, ao fazerem isso, as empresas somente irão aumentar a probabilidade de ocorrência de uma crise real e severa. Ao contrário, a F2M do Brasil recomenda que as empresas florestais tomem decisões estratégicas baseadas em boas informações. A tomada de decisões imediatas, enquanto outras empresas estão sentadas, apenas observando, será recompensada no longo prazo pelas vantagens competitivas geradas às empresas dispostas a assumir um risco baixo no curto prazo.
Marcelo Schmid
*Mestre em Economia e Política Florestal, engenheiro florestal e advogado, gerente da Forest2Market do Brasil.
Fonte: Marcelo Schmid
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