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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Engenharia Madeireira otimiza matéria-prima
Passar cinco anos em período integral para estudar o processamento de um único material pode parecer exagero. Mas a madeira possui tantas peculiaridades e utilizações que justificam a carga horária do curso de engenharia industrial madeireira, que conta com matérias nas áreas de biológicas, exatas e até humanas.
O trabalho do engenheiro industrial madeireiro começa na hora do corte das árvores. "Atualmente, há equipamentos que fazem o corte, descascam a árvore, cortam-na do tamanho desejado e já a preparam para o transporte", disse Elias Taylor Durgante Severo, coordenador do curso da Unesp.
Após o corte, que também está entre as atribuições do engenheiro florestal, vem a parte para a qual o engenheiro industrial madeireiro está mais apto. O profissional é o responsável por fazer todas as transformações e os tratamentos necessários para produzir derivados da madeira, como celulose, compensados e aglomerados.
Atualmente, a maior parte da matéria-prima que alimenta as indústrias do país vem de florestas plantadas com eucaliptos e pinus. Essas árvores, entretanto, não são mais usadas como antigamente nas indústrias, que pegavam os enormes troncos que existiam e os serravam em tábuas, o que resultava em um desperdício de até 50% do volume de madeira.
"O tronco é cilíndrico e irregular. Quando você parte em fatias, não dá para aproveitar todas as partes, além de perder muito na forma de serragem", disse Umberto Klock, coordenador do curso da UFPR (Universidade Federal do Paraná).
Hoje, para aproveitar ao máximo o material, a madeira é processada para fazer compensados e aglomerados. "Ainda há indústrias que trabalham com madeira sólida, mas a tendência é transformá-la nesses outros produtos, porque aproveita-se praticamente tudo", disse Klock.
A madeira pode passar por um processo químico em que se separam as suas fibras, que são, então, selecionadas e depois coladas sob pressão. Conforme a pressão, produz-se painéis de diferentes densidades. Todo esse processo é comandado pelo engenheiro. Por isso ele tem de entender de química - para definir concentração e produtos usados na separação das fibras - e de física - para saber como prensar.
O mesmo pode ser feito com partículas de madeira, o que resulta nos chamados aglomerados. Já os compensados são chapas feitas de diversas lâminas mais finas coladas umas às outras, que depois são utilizadas na fabricação de móveis, por exemplo.
Outra operação que o engenheiro tem de comandar é a secagem da madeira. Quando uma tábua está "verde", ou seja, não foi seca, ela não perde umidade de forma uniforme. Assim, um canto pode perder mais água do que outro, o que pode empenar a madeira. "Para evitar que uma gaveta depois não abra, ou que aquelas tábuas usadas em assoalhos levantem, a gente seca a madeira de forma controlada em estufas", disse Durgante Severo, da Unesp.
Outro tratamento dado à madeira necessita de conhecimentos fortes na área biológica e química. Para evitar que o material seja deteriorado por insetos e fungos, aplicam-se produtos que permitem um aumento na vida útil do material. "Um mourão de cerca feito de eucalipto que fica exposto ao tempo duraria uns cinco anos. Com o tratamento, conseguimos elevar para 25 a 30", disse Severo.
A maioria das máquinas utilizadas nos processos é importada, o que requer pequenos ajustes para adaptá-las às realidades locais. Para que possa trabalhar em conjunto com um engenheiro mecânico, passando-lhe as instruções, o engenheiro madeireiro tem de ter noções dessa área.
Além de comandar o processo de produção, o engenheiro pode também atuar no desenvolvimento de produtos ou na melhora dos materiais. "O engenheiro pode atuar como um engenheiro de materiais, mas só com madeira, fazendo ensaios de caracterização e indicando usos", disse Klock.
Já o contato com a área de humanidades fica por conta da parte de gestão, da qual o estudante terá aulas específicas sobre o mercado de madeira.
Fonte: Folha de S. Paulo – 18/11/2004
O trabalho do engenheiro industrial madeireiro começa na hora do corte das árvores. "Atualmente, há equipamentos que fazem o corte, descascam a árvore, cortam-na do tamanho desejado e já a preparam para o transporte", disse Elias Taylor Durgante Severo, coordenador do curso da Unesp.
Após o corte, que também está entre as atribuições do engenheiro florestal, vem a parte para a qual o engenheiro industrial madeireiro está mais apto. O profissional é o responsável por fazer todas as transformações e os tratamentos necessários para produzir derivados da madeira, como celulose, compensados e aglomerados.
Atualmente, a maior parte da matéria-prima que alimenta as indústrias do país vem de florestas plantadas com eucaliptos e pinus. Essas árvores, entretanto, não são mais usadas como antigamente nas indústrias, que pegavam os enormes troncos que existiam e os serravam em tábuas, o que resultava em um desperdício de até 50% do volume de madeira.
"O tronco é cilíndrico e irregular. Quando você parte em fatias, não dá para aproveitar todas as partes, além de perder muito na forma de serragem", disse Umberto Klock, coordenador do curso da UFPR (Universidade Federal do Paraná).
Hoje, para aproveitar ao máximo o material, a madeira é processada para fazer compensados e aglomerados. "Ainda há indústrias que trabalham com madeira sólida, mas a tendência é transformá-la nesses outros produtos, porque aproveita-se praticamente tudo", disse Klock.
A madeira pode passar por um processo químico em que se separam as suas fibras, que são, então, selecionadas e depois coladas sob pressão. Conforme a pressão, produz-se painéis de diferentes densidades. Todo esse processo é comandado pelo engenheiro. Por isso ele tem de entender de química - para definir concentração e produtos usados na separação das fibras - e de física - para saber como prensar.
O mesmo pode ser feito com partículas de madeira, o que resulta nos chamados aglomerados. Já os compensados são chapas feitas de diversas lâminas mais finas coladas umas às outras, que depois são utilizadas na fabricação de móveis, por exemplo.
Outra operação que o engenheiro tem de comandar é a secagem da madeira. Quando uma tábua está "verde", ou seja, não foi seca, ela não perde umidade de forma uniforme. Assim, um canto pode perder mais água do que outro, o que pode empenar a madeira. "Para evitar que uma gaveta depois não abra, ou que aquelas tábuas usadas em assoalhos levantem, a gente seca a madeira de forma controlada em estufas", disse Durgante Severo, da Unesp.
Outro tratamento dado à madeira necessita de conhecimentos fortes na área biológica e química. Para evitar que o material seja deteriorado por insetos e fungos, aplicam-se produtos que permitem um aumento na vida útil do material. "Um mourão de cerca feito de eucalipto que fica exposto ao tempo duraria uns cinco anos. Com o tratamento, conseguimos elevar para 25 a 30", disse Severo.
A maioria das máquinas utilizadas nos processos é importada, o que requer pequenos ajustes para adaptá-las às realidades locais. Para que possa trabalhar em conjunto com um engenheiro mecânico, passando-lhe as instruções, o engenheiro madeireiro tem de ter noções dessa área.
Além de comandar o processo de produção, o engenheiro pode também atuar no desenvolvimento de produtos ou na melhora dos materiais. "O engenheiro pode atuar como um engenheiro de materiais, mas só com madeira, fazendo ensaios de caracterização e indicando usos", disse Klock.
Já o contato com a área de humanidades fica por conta da parte de gestão, da qual o estudante terá aulas específicas sobre o mercado de madeira.
Fonte: Folha de S. Paulo – 18/11/2004
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