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Notícias
25
jun
2014
(AQUECIMENTO GLOBAL)
As pessoas devem estar no centro das políticas florestais
As políticas e programas nacionais devem aproveitar melhor o potencial dos bosques para reduzir a pobreza e impulsionar o desenvolvimento rural
Os países devem colocar mais ênfases nas políticas direcionadas a manter e potenciar a vital contribuição dos bosques aos meios de subsistência, a alimentação, a saúde e a energia, segundo afirmou hoje a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
A publicação principal da FAO, O estado dos bosques do mundo (SOFO), apresentada hoje na inauguração da 22ª reunião do Comitê Florestal da FAO (COFO) apontou que uma parte significativa da população mundial depende de produtos florestais para satisfazer as necessidades básicas de energia, moradia e alguns aspectos da atenção médica primária em um grau muito elevado.
No entanto, o documento apontam que esses benefícios socioeconômicos frequentemente não são abordados adequadamente nas políticas florestais e outras pertinentes, apesar do enorme potencial para contribuir com a redução da pobreza, garantir o desenvolvimento rural e para criar economias mais verdes.
“Esta edição do SOFO 2014 está centrada nos benefícios socioeconômicos derivados dos bosques. É impressionante ver como os bosques contribuem para as necessidades básicas e para os meios rurais de vida. Também são escoadores de carbono e preservam a biodiversidade”, afirmou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva. “Quero deixar bem claro: não podemos garantir a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável, sem a preservação e o uso dos recursos florestais de maneira responsável”, acrescentou.
A madeira, uma importante fonte de energia para as casas
Em muitos países em desenvolvimento, a energia procedente da madeira é frequentemente o único combustível acessível para a maioria das pessoas. Uma a cada três famílias usa a madeira como principal combustível para cozinhar. A energia da madeira proporciona mais da metade do fornecimento total de energia em 29 países, incluindo 22 na África. Na Tanzânia, por exemplo, o combustível de madeira representa cerca de 90% do consumo total da energia nacional.
A energia da madeira é essencial para a segurança alimentar de bilhares de pessoas, mas as políticas florestais, energéticas e de segurança alimentar raramente reconhecem totalmente esse feito. Ainda há muito por fazer para melhorar a produção de energia da madeira para torna-la mais sustentável e reduzir o peso sobre as mulheres e as crianças, que recolhem 85% de toda a lenha utilizada nas casas.
Uma a cada cinco pessoas vivem em casas de madeiras
Ao menos 1.300 milhão – 18% da população mundial –, vivem em casas construídas de madeira, segundo o SOFO. Isso acontece principalmente nos países com menor desenvolvimento, onde os produtos florestais costumam ser mais acessíveis que outros materiais de construção. A produção de materiais de construção, de energia da madeira e de produtos florestais que não são da madeira emprega, aproximadamente 41 milhões de pessoas no setor “informal” em todo o mundo, o triplo do número de pessoas empregadas no setor florestal formal.
Os bosques também desempenham muitos serviços ambientais essenciais, como o controle da erosão, a polinização, o controle de pragas e as doenças naturais e a mitigação da mudança climática, ao mesmo tempo que, proporcionam numerosos serviços sociais, culturais e nutrientes às comunidades locais de todo o ano.
A FAO abordará essas e outras questões importantes na segunda Conferência Internacional sobre Nutrição (CIN2), uma reunião intergovernamental mundial conjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a FAO, marcada para acontecer de 19 a 21 de novembro de 2014 em Roma.
Ajustar as políticas florestais
A nova publicação da FAO destaca ainda que proporcionar às comunidades e às famílias locais o acesso aos bosques e aos mercados e fortalecer os direitos de posse dos bosques, são uma forma potente de melhorar os benefícios socioeconômicos dos bosques e reduzir a pobreza em zonas rurais.
O SOFO aponta também para a necessidade de melhorar a produtividade do setor privado, incluindo aos produtores informais, e aumentar o rendimento de contas sobre a gestão sustentável dos recursos nos quais se baseiam as empresas florestais. Também é necessário um maior reconhecimento do papel dos serviços ambientais dos bosques e dos mecanismos de pagamento para assegurar a manutenção desses serviços.
De acordo com os dados e a análise proporcionada no documento, é necessário reorientar muitas políticas nacionais, de acordo com a FAO.
“Os países devem mudar o enfoque, tanto na recopilação dos dados, como na formulação de políticas que abordem desde a produção até os benefícios. Em outras palavras, passar das árvores para as pessoas”, afirmou o subdiretor-geral da FAO do Departamento Florestal, Eduardo Rojas-Briales. “As políticas e programas – acrescentou –, tanto no setor florestal, como em geral, devem abordar de forma explícita o papel dos bosques no fornecimento de alimentos, energia e moradia. Um novo conceito holístico dos bosques nos fará mais atrativos para doadores e investidores e vai garantir benefícios a todas as pessoas, especialmente aos mais necessitados”.
O príncipe Laurent da Bélgica, Embaixador Especial
O príncipe Laurent da Bélgica foi nomeado Embaixador Especial da FAO para os bosques e o meio ambiente, anunciou a FAO no COFO.
A escolha é um reconhecimento aos esforços do príncipe Laurent durante anos para promover o desenvolvimento global e sua paixão pelo meio ambiente, as tecnologias sustentáveis e a saúde e o bem estar animal. Como Embaixador Especial da FAO, o príncipe Laurent vai ajudar a difundir a Organização, e a fomentar o diálogo sobre as políticas de questões relacionadas com a gestão sustentável dos bosques e outros recursos naturais.
Novos acordos
Na abertura do COFO, a FAO assinou ainda um acordo de quatro anos com a AgriCord de cooperação com o Mecanismos para os Bosques e Propriedades (FFF, a sigla em inglês), uma associação entre a FAO, o Instituto Internacional do Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIMAD) e a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), que tem como objetivo fortalecer as organizações de produtores agrícolas e florestais.
AgriCord é uma rede global de agências de desenvolvimento agrícola liderada por organizações de agricultores profissionais e as empresas que fazem a gestão. Com o apoio dos governos dos Países Baixos e da Finlândia, a AgriCord vai contribuir com um milhão de euros ao fundo de doadores múltiplos do FFF para apoiar as organizações de produtores florestais e agrícolas nos países em desenvolvimento.
A FAO e o Governo da República da Coréia assinaram ainda durante o COFO um memorando de entendimento no apoio do Mecanismo de Restauração da Paisagem Florestal, desenhado para apoiar a implementação, o acompanhamento e a elaboração de estudos sobre a restauração da paisagem florestal a nível nacional.
Os países devem colocar mais ênfases nas políticas direcionadas a manter e potenciar a vital contribuição dos bosques aos meios de subsistência, a alimentação, a saúde e a energia, segundo afirmou hoje a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
A publicação principal da FAO, O estado dos bosques do mundo (SOFO), apresentada hoje na inauguração da 22ª reunião do Comitê Florestal da FAO (COFO) apontou que uma parte significativa da população mundial depende de produtos florestais para satisfazer as necessidades básicas de energia, moradia e alguns aspectos da atenção médica primária em um grau muito elevado.
No entanto, o documento apontam que esses benefícios socioeconômicos frequentemente não são abordados adequadamente nas políticas florestais e outras pertinentes, apesar do enorme potencial para contribuir com a redução da pobreza, garantir o desenvolvimento rural e para criar economias mais verdes.
“Esta edição do SOFO 2014 está centrada nos benefícios socioeconômicos derivados dos bosques. É impressionante ver como os bosques contribuem para as necessidades básicas e para os meios rurais de vida. Também são escoadores de carbono e preservam a biodiversidade”, afirmou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva. “Quero deixar bem claro: não podemos garantir a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável, sem a preservação e o uso dos recursos florestais de maneira responsável”, acrescentou.
A madeira, uma importante fonte de energia para as casas
Em muitos países em desenvolvimento, a energia procedente da madeira é frequentemente o único combustível acessível para a maioria das pessoas. Uma a cada três famílias usa a madeira como principal combustível para cozinhar. A energia da madeira proporciona mais da metade do fornecimento total de energia em 29 países, incluindo 22 na África. Na Tanzânia, por exemplo, o combustível de madeira representa cerca de 90% do consumo total da energia nacional.
A energia da madeira é essencial para a segurança alimentar de bilhares de pessoas, mas as políticas florestais, energéticas e de segurança alimentar raramente reconhecem totalmente esse feito. Ainda há muito por fazer para melhorar a produção de energia da madeira para torna-la mais sustentável e reduzir o peso sobre as mulheres e as crianças, que recolhem 85% de toda a lenha utilizada nas casas.
Uma a cada cinco pessoas vivem em casas de madeiras
Ao menos 1.300 milhão – 18% da população mundial –, vivem em casas construídas de madeira, segundo o SOFO. Isso acontece principalmente nos países com menor desenvolvimento, onde os produtos florestais costumam ser mais acessíveis que outros materiais de construção. A produção de materiais de construção, de energia da madeira e de produtos florestais que não são da madeira emprega, aproximadamente 41 milhões de pessoas no setor “informal” em todo o mundo, o triplo do número de pessoas empregadas no setor florestal formal.
Os bosques também desempenham muitos serviços ambientais essenciais, como o controle da erosão, a polinização, o controle de pragas e as doenças naturais e a mitigação da mudança climática, ao mesmo tempo que, proporcionam numerosos serviços sociais, culturais e nutrientes às comunidades locais de todo o ano.
A FAO abordará essas e outras questões importantes na segunda Conferência Internacional sobre Nutrição (CIN2), uma reunião intergovernamental mundial conjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a FAO, marcada para acontecer de 19 a 21 de novembro de 2014 em Roma.
Ajustar as políticas florestais
A nova publicação da FAO destaca ainda que proporcionar às comunidades e às famílias locais o acesso aos bosques e aos mercados e fortalecer os direitos de posse dos bosques, são uma forma potente de melhorar os benefícios socioeconômicos dos bosques e reduzir a pobreza em zonas rurais.
O SOFO aponta também para a necessidade de melhorar a produtividade do setor privado, incluindo aos produtores informais, e aumentar o rendimento de contas sobre a gestão sustentável dos recursos nos quais se baseiam as empresas florestais. Também é necessário um maior reconhecimento do papel dos serviços ambientais dos bosques e dos mecanismos de pagamento para assegurar a manutenção desses serviços.
De acordo com os dados e a análise proporcionada no documento, é necessário reorientar muitas políticas nacionais, de acordo com a FAO.
“Os países devem mudar o enfoque, tanto na recopilação dos dados, como na formulação de políticas que abordem desde a produção até os benefícios. Em outras palavras, passar das árvores para as pessoas”, afirmou o subdiretor-geral da FAO do Departamento Florestal, Eduardo Rojas-Briales. “As políticas e programas – acrescentou –, tanto no setor florestal, como em geral, devem abordar de forma explícita o papel dos bosques no fornecimento de alimentos, energia e moradia. Um novo conceito holístico dos bosques nos fará mais atrativos para doadores e investidores e vai garantir benefícios a todas as pessoas, especialmente aos mais necessitados”.
O príncipe Laurent da Bélgica, Embaixador Especial
O príncipe Laurent da Bélgica foi nomeado Embaixador Especial da FAO para os bosques e o meio ambiente, anunciou a FAO no COFO.
A escolha é um reconhecimento aos esforços do príncipe Laurent durante anos para promover o desenvolvimento global e sua paixão pelo meio ambiente, as tecnologias sustentáveis e a saúde e o bem estar animal. Como Embaixador Especial da FAO, o príncipe Laurent vai ajudar a difundir a Organização, e a fomentar o diálogo sobre as políticas de questões relacionadas com a gestão sustentável dos bosques e outros recursos naturais.
Novos acordos
Na abertura do COFO, a FAO assinou ainda um acordo de quatro anos com a AgriCord de cooperação com o Mecanismos para os Bosques e Propriedades (FFF, a sigla em inglês), uma associação entre a FAO, o Instituto Internacional do Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIMAD) e a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), que tem como objetivo fortalecer as organizações de produtores agrícolas e florestais.
AgriCord é uma rede global de agências de desenvolvimento agrícola liderada por organizações de agricultores profissionais e as empresas que fazem a gestão. Com o apoio dos governos dos Países Baixos e da Finlândia, a AgriCord vai contribuir com um milhão de euros ao fundo de doadores múltiplos do FFF para apoiar as organizações de produtores florestais e agrícolas nos países em desenvolvimento.
A FAO e o Governo da República da Coréia assinaram ainda durante o COFO um memorando de entendimento no apoio do Mecanismo de Restauração da Paisagem Florestal, desenhado para apoiar a implementação, o acompanhamento e a elaboração de estudos sobre a restauração da paisagem florestal a nível nacional.
Fonte: CarbonoBrasil
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