Voltar

Notícias

05
jun
2014
(MADEIRA E PRODUTOS)
Pinus, madeira do presente e do futuro
É sabido que a madeira de Pinus spp. cultivada é ecologicamente correta e ambientalmente amigável. Muitos não sabem ainda de sua grande capacidade e potencial de aplicação na fabricação de compósitos de madeira engenheirada.

Novos e revolucionários produtos atenderão demandas das indústrias automotiva, ligadas a transportes de cargas, construção civil, naval, ferroviária e moveleira entre outras, agregando beleza e leveza, características da madeira natural e resistência equivalente à do aço.

Desde os primórdios da humanidade, a madeira é o principal material que contribuiu de maneira decisiva para sua evolução. Tornou-se tão íntima das pessoas a ponto de, ainda hoje, exercer um fascínio especial sobre elas. Sobretudo pelo fato de vir das árvores, indispensáveis à nossa sobrevivência.

Madeira sempre foi um material facilmente disponível em florestas exuberantes. Leve, resistente e acumuladora de energia, serviu no inicio de nossa história como abrigo, fonte de calor e ainda para a caça e a defesa, na história mais recente com o advento das grandes navegações, na construção de barcos. Desde o descobrimento, assim em outros países, o Brasil tornou-se um grande fornecedor desta importante matéria-prima, que por sinal empresta o nome de uma importante planta do gênero das Caesalpinia, a Caesalpinia echinata ou Pau-brasil.

Há um século, a Araucaria angustifolia (Araucaria), abundante nas regiões Sul e de ocorrência no Sudeste do País foi responsável pelo abastecimento de madeira tanto no Brasil, quanto no mercado externo. Foi assim uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento econômico dessas regiões. Após vários anos de superexploração a espécie ficou sob risco de extinção, consequência disso atualmente sua exploração está protegida por lei. Restou ao mercado a alternativa da exploração das madeiras da região Amazônica, atualmente sob manejo restritivo, igualmente por motivos socioambientais.

Novos tempos – Entretanto, na década de 60, investidores visionários iniciaram o cultivo de árvores. Foi dada a largada para um grande programa de reflorestamento, hoje corretamente denominado “cultivo florestal”. Espécies de rápido crescimento, entre as quais os gêneros Eucaliptus e Pinus, foram as que melhor se adaptaram a esse tipo de cultura no Brasil, cultivos florestais sustentáveis, florestas plantadas que permitem o uso da madeira em larga escala, reduzindo a pressão sobre as florestas nativas. Mas o Pinus entre essas é a que oferece as melhores condições técnicas e econômicas para desenvolvimento e fabricação de produtos engenheirados de alto valor agregado, além de compósitos estruturais de grande resistência mecânica.

Madeira de Pinus é totalmente permeável aos produtos preservativos aplicados nas modernas plantas de tratamento industrializado. Tem-se como resultado uma alta durabilidade contra a ação deterioradora causada por insetos xilófagos e fungos apodrecedores, que se estende por muitas décadas, mesmo que a madeira esteja em contato com o solo e a água. A partir deste tratamento, sua resistência à biodeterioração pode ser comparada à do cerne de madeiras nobres e naturalmente resistentes como aroeira, ipê e imbuia, entre outras, as quais vão se tornando, cada vez mais, raras e caras.

O tratamento da madeira rigorosamente dentro das normas é extremamente importante em razão do clima tropical do País, que favorece a incidência de micro-organismos. Outros fatores determinantes da aplicabilidade da madeira de Pinus estão na sua total compatibilidade com os mais diversos tipos de resinas de colagem e de revestimentos, assim como pela rapidez obtida na secagem em estufas. Tanto nos processos de serragem, quanto de laminação, o material apresenta ótimos resultados com reduzidos custos na operação.

Madeira de Pinus é facilmente engenheirável, pois tem características mecânicas amplamente conhecidas do meio técnico nacional. É hoje a matéria-prima mais estudada nos institutos de pesquisa e desenvolvimento nacionais altamente capacitados, como é o caso do LaMEM, o Laboratório de Madeiras e Estruturas de Madeiras da USP em São Carlos, no estado de São Paulo.

Para que a madeira de Pinus mantenha-se no futuro como a principal alternativa sustentável para fabricação em massa de produtos que ofereçam ao mercado soluções estéticas, econômicas e práticas, é importante que seu cultivo continue sendo conduzido a partir de modernas técnicas de silvicultura. Que o resultado desse trabalho seja a melhoria da densidade, da forma de seu fuste, da redução de sua conicidade, do ganho em diâmetro e redução do número de nós, ações que diferenciam o manejo para o simples uso na extração de sua celulose ou no desfibramento de suas fibras, propiciando ao produtor florestal maior agregação de valor e consequente valorização de seu ativo florestal. Vale lembrar que seu cultivo deve ser norteado por boas práticas de manejo florestal, gerando segurança socioambiental e por consequência ações que sejam certificadas por toda a sociedade.

Sergio Anibal Martini
Diretor presidente da Ekomposit do Brasil
ekomposit@ekomposit.com.br
EKOMPOSIT MADEIRAS DO BRASIL S.A
R. Belizário Ramos, 178 – Sala 103
CEP 88.501-110
(049) 3223.3400

Fonte: CIFlorestas

ITTO Sindimadeira_rs