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Notícias
05
mai
2014
(MANEJO)
Manejo florestal conquista espaço na Caatinga
Caatinga ainda mantém cerca de 50% de sua cobertura. Para contribuir com sua conservação, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) adotou uma estratégia diferenciada: fomentar a sustentabilidade não somente em uma ponta, mas nos principais atores da cadeia da lenha, principal produto florestal do bioma.
As ações abrangem desde aqueles que produzem o insumo – agricultores familiares em assentamentos da reforma agrária, por exemplo – aos segmentos industriais que mais o consomem, como empresas ceramistas. Extensionistas e estudantes também são foco das atividades do SFB.
Nos últimos quatro anos, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF/SFB) juntamente com o Fundo Clima, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), investiu mais de R$ 7,5 milhões no apoio ao manejo florestal nos assentamentos, na capacitação para extensionistas que atendem agricultores familiares, na realização de cursos sobre manejo florestal para estudantes de escolas técnicas e na assessoria e apoio à eficiência energética para empresas do ramo de cerâmica vermelha nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
“A cadeia da lenha é curta, mas tem uma importância regional muito grande pelo volume de energia que é proveniente dos recursos florestais da Caatinga”, afirma o coordenador do FNDF, Fábio Chicuta. Estima-se em 25 milhões de metros estéreos o consumo anual de lenha no Nordeste.
Parcerias com o Fundo Nacional do Meio Ambiente (MMA) e com o Fundo Socioambiental da Caixa ajudam a potencializar as ações.
Nova fonte de renda no sertão
O primeiro elo a ser trabalhado foi o dos agricultores familiares com o apoio à extração sustentável de lenha e de outros produtos florestais.“A gente atua no campo para que a floresta permaneça floresta”, diz o gerente de Capacitação e Fomento do SFB, João Paulo Sotero.
Mais de 1.700 famílias já receberam ou recebem assistência técnica nos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Piauí. Parte desses assentamentos estão próximos a polos industriais consumidores de lenha, do qual se tornam fornecedores.
Mais que abastecer a indústria, a lenha do manejo se tornou uma fonte de renda complementar à agricultura e à pecuária. É uma atividade feita na época da seca, quando a falta de chuvas dificulta outras atividades. No assentamento Paulista, em Pernambuco, cada família chegou a alcançar mais de R$ 1.700,00 em 2013 com a atividade.“Juntamos a floresta ao bode e ao feijão”, diz o chefe da Unidade Regional Nordeste do SFB, Newton Barcellos.
Com a floresta se tornando um valor para a comunidade, o interesse em conservá-la aumentou.
No Piauí, agricultores familiares formaram no ano passado a primeira brigada voluntária contra incêndios florestais com o apoio do SFB, Ibama (Prevfogo) e Incra. O objetivo? Proteger a floresta manejada.
Também no Piauí, assentados querem agora partir para uma nova etapa: agregar valor à madeira obtida com o manejo, uma vez que esse produto tem dimensões maiores que em outros locais do Nordeste. A ideia do grupo é montar uma serraria. Assim, em vez de simplesmente ser usada como lenha ou transformada em carvão, a madeira poderá ser beneficiada para a produção de pisos e caibros, por exemplo.
A gerente de Florestas Comunitárias do SFB, Elisângela Januário, destaca que os resultados também estão ligados à superação de determinadas questões. “Um dos grandes desafios para os produtores é gerenciar possíveis conflitos que podem surgir com o uso múltiplo de suas áreas individuais ou coletivas e desenvolver habilidades para acessar mercados e negociar com o setor empresarial. Essas habilidades de gestão e comercialização é que garantirão a sustentabilidade das atividades florestais”, afirma.
Assistência técnica
Com o crescimento do manejo comunitário, o SFB percebeu a necessidade de profissionais qualificados para atender os agricultores. “Começamos a ver que poderia haver alguns entraves ao manejo. Um deles era mão de obra. Poderíamos enfrentar a falta de profissionais qualificados para elaborar planos de manejo e implementá-los”, diz Sotero.
O FNDF passou então a lançar chamadas para instituições de assistência técnica e, até o momento, já capacitou cerca de 270 agentes de entidades estaduais, municipais e de organizações não governamentais interessadas em conhecer as técnicas dessa atividade produtiva. Ao mesmo tempo, o SFB realizou cursos sobre manejo florestal para cerca de 800 estudantes de escolas técnicas.
Segundo Newton Barcellos, é preciso romper com a visão tradicional de que assistência técnica deve ser apenas para agricultura e pecuária, a fim de que o manejo florestal receba mais atenção.
“A rede de assistência técnica é muito voltada para agricultura e pecuária. A floresta ainda é vista só como meio para proteger o solo, a beira do rio, ser abrigo para animais. Não é vista como forma de produção sustentável, um ativo que gera renda e reduz a pobreza”, afirma Barcellos.
Aos poucos, porém, pequenas mudanças vão acontecendo, seja no setor governamental ou privado.“Na Paraíba, engenheiros florestais recém-formados acabaram de abrir uma empresa e ganharam um edital de assistência técnica. É sinal de que está havendo mercado, que esse mercado interessa”, diz o chefe da Unidade Regional Nordeste.
Mercado
Dois segmentos industriais fortes – o de gesso e o de cerâmica – no Nordeste têm na lenha sua principal fonte energética. Estima-se que o Nordeste atenda à demanda por 95% do gesso usado no país. Já a indústria cerâmica, outro setor econômico relevante nessa região, cresce junto com a construção civil.
As ações abrangem desde aqueles que produzem o insumo – agricultores familiares em assentamentos da reforma agrária, por exemplo – aos segmentos industriais que mais o consomem, como empresas ceramistas. Extensionistas e estudantes também são foco das atividades do SFB.
Nos últimos quatro anos, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF/SFB) juntamente com o Fundo Clima, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), investiu mais de R$ 7,5 milhões no apoio ao manejo florestal nos assentamentos, na capacitação para extensionistas que atendem agricultores familiares, na realização de cursos sobre manejo florestal para estudantes de escolas técnicas e na assessoria e apoio à eficiência energética para empresas do ramo de cerâmica vermelha nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
“A cadeia da lenha é curta, mas tem uma importância regional muito grande pelo volume de energia que é proveniente dos recursos florestais da Caatinga”, afirma o coordenador do FNDF, Fábio Chicuta. Estima-se em 25 milhões de metros estéreos o consumo anual de lenha no Nordeste.
Parcerias com o Fundo Nacional do Meio Ambiente (MMA) e com o Fundo Socioambiental da Caixa ajudam a potencializar as ações.
Nova fonte de renda no sertão
O primeiro elo a ser trabalhado foi o dos agricultores familiares com o apoio à extração sustentável de lenha e de outros produtos florestais.“A gente atua no campo para que a floresta permaneça floresta”, diz o gerente de Capacitação e Fomento do SFB, João Paulo Sotero.
Mais de 1.700 famílias já receberam ou recebem assistência técnica nos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Piauí. Parte desses assentamentos estão próximos a polos industriais consumidores de lenha, do qual se tornam fornecedores.
Mais que abastecer a indústria, a lenha do manejo se tornou uma fonte de renda complementar à agricultura e à pecuária. É uma atividade feita na época da seca, quando a falta de chuvas dificulta outras atividades. No assentamento Paulista, em Pernambuco, cada família chegou a alcançar mais de R$ 1.700,00 em 2013 com a atividade.“Juntamos a floresta ao bode e ao feijão”, diz o chefe da Unidade Regional Nordeste do SFB, Newton Barcellos.
Com a floresta se tornando um valor para a comunidade, o interesse em conservá-la aumentou.
No Piauí, agricultores familiares formaram no ano passado a primeira brigada voluntária contra incêndios florestais com o apoio do SFB, Ibama (Prevfogo) e Incra. O objetivo? Proteger a floresta manejada.
Também no Piauí, assentados querem agora partir para uma nova etapa: agregar valor à madeira obtida com o manejo, uma vez que esse produto tem dimensões maiores que em outros locais do Nordeste. A ideia do grupo é montar uma serraria. Assim, em vez de simplesmente ser usada como lenha ou transformada em carvão, a madeira poderá ser beneficiada para a produção de pisos e caibros, por exemplo.
A gerente de Florestas Comunitárias do SFB, Elisângela Januário, destaca que os resultados também estão ligados à superação de determinadas questões. “Um dos grandes desafios para os produtores é gerenciar possíveis conflitos que podem surgir com o uso múltiplo de suas áreas individuais ou coletivas e desenvolver habilidades para acessar mercados e negociar com o setor empresarial. Essas habilidades de gestão e comercialização é que garantirão a sustentabilidade das atividades florestais”, afirma.
Assistência técnica
Com o crescimento do manejo comunitário, o SFB percebeu a necessidade de profissionais qualificados para atender os agricultores. “Começamos a ver que poderia haver alguns entraves ao manejo. Um deles era mão de obra. Poderíamos enfrentar a falta de profissionais qualificados para elaborar planos de manejo e implementá-los”, diz Sotero.
O FNDF passou então a lançar chamadas para instituições de assistência técnica e, até o momento, já capacitou cerca de 270 agentes de entidades estaduais, municipais e de organizações não governamentais interessadas em conhecer as técnicas dessa atividade produtiva. Ao mesmo tempo, o SFB realizou cursos sobre manejo florestal para cerca de 800 estudantes de escolas técnicas.
Segundo Newton Barcellos, é preciso romper com a visão tradicional de que assistência técnica deve ser apenas para agricultura e pecuária, a fim de que o manejo florestal receba mais atenção.
“A rede de assistência técnica é muito voltada para agricultura e pecuária. A floresta ainda é vista só como meio para proteger o solo, a beira do rio, ser abrigo para animais. Não é vista como forma de produção sustentável, um ativo que gera renda e reduz a pobreza”, afirma Barcellos.
Aos poucos, porém, pequenas mudanças vão acontecendo, seja no setor governamental ou privado.“Na Paraíba, engenheiros florestais recém-formados acabaram de abrir uma empresa e ganharam um edital de assistência técnica. É sinal de que está havendo mercado, que esse mercado interessa”, diz o chefe da Unidade Regional Nordeste.
Mercado
Dois segmentos industriais fortes – o de gesso e o de cerâmica – no Nordeste têm na lenha sua principal fonte energética. Estima-se que o Nordeste atenda à demanda por 95% do gesso usado no país. Já a indústria cerâmica, outro setor econômico relevante nessa região, cresce junto com a construção civil.
Fonte: Serviço Florestal Brasileiro
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