Voltar
Notícias
29
abr
2014
(MEIO AMBIENTE)
Pesquisa pode reverter ameaça de extinção da araucária
Esta é a araucária (Araucaria angustifolia), também conhecida como pinheiro-do-paraná e que faz parte do ecossistema conhecido como Floresta com Araucária. Originalmente, essa floresta ocupava uma área de cerca de 200 mil km², com distribuição mais contínua entre os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e de forma esparsa e irregular na região Sudeste. Hoje, a Floresta com Araucária está reduzida a cerca de 1% de sua área original e uma das espécies que mais sofreu foi a araucária.
A exploração da espécie aconteceu por causa do avanço da fronteira agrícola, do crescimento das cidades, por possuir madeira de qualidade para fabricação de móveis e ser boa matéria-prima para papel e celulose. Por tudo isso, a espécie foi tão explorada que passou a figurar na lista das espécies brasileiras ameaçadas de extinção.
Mas a proteção da lei acabou por prejudicar ainda mais a espécie, é o que acredita um grupo de pesquisadores da Embrapa Florestas. No Paraná, por exemplo, só pode ser cortada a araucária que foi comprovadamente plantada – isso quer dizer estar plantada em linha e com plano de manejo registrado no órgão ambiental competente. Araucárias que nascem por regeneração natural são consideradas nativas e não podem ser manejadas ou cortadas. "Mas como é uma espécie que se regenera bem, ou seja, nasce sozinha sem precisar que alguém a plante, muitas vezes a muda é arrancada logo que nasce, justamente por não poder ser manejada ou utilizada depois", explica o pesquisador Ivar Wendling. "O produtor rural entende como algo que está tomando espaço na sua propriedade e a araucária se torna uma árvore indesejada", completa.
E se, ao contrário, o produtor rural enxergasse na araucária uma possibilidade de manejo e renda, mesmo com aquelas que regeneram naturalmente? "Nesse caso, o produtor vai querer que aquela muda cresça e se desenvolva e pode também investir em plantios", afirma Wendling. "É a melhor forma hoje de garantir o desenvolvimento dos povoamentos de araucária", avalia a pesquisadora Valderês de Sousa. Para isso, um grupo de pesquisadores da Embrapa Florestas tem se dedicado a desenvolver tecnologias para que a araucária possa ser conservada e também gerar renda. É o conceito "conservar pelo uso" que está sendo defendido. "Mesmo com árvores sendo cortadas para usar a madeira, por exemplo, o interesse pela espécie pode crescer tanto que, em pouco tempo, a espécie provavelmente não vai mais estar ameaçada de extinção", acredita Wendling.
Para isso, a pesquisa florestal tem lançado mão de diferentes estratégias, que vão desde o melhoramento genético e manejo florestal, passando pela clonagem e criopreservação, até o incentivo a empresas para pagamento por serviços ambientais prestados por produtores, além de estudos sobre o consumo do pinhão, entre outros. "Como a pesquisa florestal geralmente leva mais tempo para chegar a seus resultados, atuamos em diversas frentes com a intenção de viabilizar o uso da espécie e fornecer subsídios para a alteração na legislação", salienta o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Florestas, Sergio Gaiad. Tudo isso para que a araucária seja vista como uma aliada do produtor rural e não corra mais o risco de extinção.
A exploração da espécie aconteceu por causa do avanço da fronteira agrícola, do crescimento das cidades, por possuir madeira de qualidade para fabricação de móveis e ser boa matéria-prima para papel e celulose. Por tudo isso, a espécie foi tão explorada que passou a figurar na lista das espécies brasileiras ameaçadas de extinção.
Mas a proteção da lei acabou por prejudicar ainda mais a espécie, é o que acredita um grupo de pesquisadores da Embrapa Florestas. No Paraná, por exemplo, só pode ser cortada a araucária que foi comprovadamente plantada – isso quer dizer estar plantada em linha e com plano de manejo registrado no órgão ambiental competente. Araucárias que nascem por regeneração natural são consideradas nativas e não podem ser manejadas ou cortadas. "Mas como é uma espécie que se regenera bem, ou seja, nasce sozinha sem precisar que alguém a plante, muitas vezes a muda é arrancada logo que nasce, justamente por não poder ser manejada ou utilizada depois", explica o pesquisador Ivar Wendling. "O produtor rural entende como algo que está tomando espaço na sua propriedade e a araucária se torna uma árvore indesejada", completa.
E se, ao contrário, o produtor rural enxergasse na araucária uma possibilidade de manejo e renda, mesmo com aquelas que regeneram naturalmente? "Nesse caso, o produtor vai querer que aquela muda cresça e se desenvolva e pode também investir em plantios", afirma Wendling. "É a melhor forma hoje de garantir o desenvolvimento dos povoamentos de araucária", avalia a pesquisadora Valderês de Sousa. Para isso, um grupo de pesquisadores da Embrapa Florestas tem se dedicado a desenvolver tecnologias para que a araucária possa ser conservada e também gerar renda. É o conceito "conservar pelo uso" que está sendo defendido. "Mesmo com árvores sendo cortadas para usar a madeira, por exemplo, o interesse pela espécie pode crescer tanto que, em pouco tempo, a espécie provavelmente não vai mais estar ameaçada de extinção", acredita Wendling.
Para isso, a pesquisa florestal tem lançado mão de diferentes estratégias, que vão desde o melhoramento genético e manejo florestal, passando pela clonagem e criopreservação, até o incentivo a empresas para pagamento por serviços ambientais prestados por produtores, além de estudos sobre o consumo do pinhão, entre outros. "Como a pesquisa florestal geralmente leva mais tempo para chegar a seus resultados, atuamos em diversas frentes com a intenção de viabilizar o uso da espécie e fornecer subsídios para a alteração na legislação", salienta o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Florestas, Sergio Gaiad. Tudo isso para que a araucária seja vista como uma aliada do produtor rural e não corra mais o risco de extinção.
Fonte: Embrapa Floresta
Notícias em destaque

Taxação dos Estados Unidos trava exportações e ameaça indústria madeireira na Serra gaúcha
Cobrança de tarifas de até 50% já afeta a cadeia produtiva, principalmente em cidades dos Campos de Cima da Serra, onde o...
(MERCADO)

Caravana do Cipem reforça diálogo com o setor madeireiro no Noroeste de Mato Grosso
Iniciativa percorre a região para ouvir demandas e promover parcerias que impulsionam o desenvolvimento sustentável da cadeia...
(MADEIRA E PRODUTOS)

Exportações de móveis e colchões crescem 6,8 por cento no 1º semestre, mas cadeia fornecedora recua
Período foi de reorganização frente às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, com antecipação das...
(MERCADO)

A Geometria das Florestas
À primeira vista, uma floresta aparenta ser apenas um emaranhado de árvores, com copas entrelaçadas formando um dossel. Mas...
(GERAL)

Exportações sufocadas: setor da madeira no Brasil entra em colapso sob pressão das tarifas dos Estados Unidos
Brasil perde competitividade no setor de madeira e enfrenta onda de suspensões: entenda o que está por trás da nova crise...
(MERCADO)

Quer se Proteger da Inflação? Compre uma Floresta
Investidores ricos e instituições comprometeram US$ 10 bilhões em áreas florestais administradas por Angela Davis....
(GERAL)