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Notícias
10
mar
2014
(MEIO AMBIENTE)
Uso racional reduz custos de empresas em Minas Gerais
Os investimentos em programas de uso racional de água na produção industrial vão de desembolsos fixos anuais a medidas simples de gerenciamento, que nem sempre implicam grandes cifras.
A Cenibra tem investido US$ 500 mil por ano na melhoria de processos visando a recirculação de água na planta industrial de Belo Oriente (MG) e na área florestal, com o plantio de árvores nativas que ajudam na conservação dos lençóis de água da extensa região em que mantém suas florestas plantadas.
Segundo o diretor industrial e técnico da companhia, Robinson Félix, quase 95% da água utilizada na produção de celulose retornam aos mananciais do Rio Doce, depois de passar por sistemas modernos de tratamento de efluentes. “Estamos menos vulneráveis, com certeza, nos preparando a cada ano para garantir a sustentabilidade do negócio”, afirma.
Ricardo Barbosa, da Votorantim, considera valiosas ações pontuais como mudanças de tubulação no curso das linhas de produção, e atitudes que só dependeram do gerenciamento mais dedicado aos recursos hídricos. A redução da captação de água no Rio São Francisco para abastecer a unidade fabril de Três Marias permitiu que a companhia desligasse uma bomba no Velho Chico, que demandava R$ 350 mil por ano em energia.
Medidas de gestão e que não envolveram desembolso significativo – a Votorantim investiu R$ 600 mil desde 2008, permitindo a reutilização de 42% da água usada na fábrica mineira – resultaram em economia de R$ 620 mil. Como a recirculação do insumo evita a necessidade de tratamento de água para descarte, deixaram de ser gastos R$ 260 mil em insumos químicos. O valor pago a título de outorga neste ano, de R$ 95,6 mil diminuirá em cerca de R$ 10 mil.
Atenção redobrada
O professor Mário Cicareli, da UFMG, observa que a continuidade do regime adverso da atmosfera poderá conduzir o país a um inevitável racionamento. “O estoque de água que tinha de ter sido renovado até fevereiro não passou por esse processo e em algumas regiões do estado chove um décimo do esperado”, afirma. Na avaliação do especialista, tem de haver uma reviravolta atmosférica para que o Brasil evite grave desequilíbrio nos próximos meses.
"A situação é crítica e de escala planetária", diz Cicareli. O diretor da Vale, Lúcio Cavalli, diz que há uma preocupação com o período de julho a setembro, se o regime de chuvas não voltar rápido. As minas da companhia trabalham com um sistema que está avançando de captação da água da chuva e armazenamento em cavas e barragens como apoio para equilibrar o consumo nas estações seca e chuvosa. (MV)
Palavra de especialista
Wgner Soares Costa, gerente de meio ambiente da Fiemg
“Choques como o país está vivendo criam um ambiente de alerta no setor privado. As empresas que adotam programas de uso racional da água ganham com a redução dos royalties a ser pagos ao poder público e com a tranquilidade de dispor de um insumo estratégico e que não interrompa a produção. Esses programas estão sendo adotados por boa parte das indústrias, principalmente dos segmentos que saíram na frente: mineração, siderurgia e a fabricação de tecidos e automóveis. (A cobrança pelo uso da água começou nas bacias dos rios São Francisco, Velhas e Paraíba do Sul)."
A Cenibra tem investido US$ 500 mil por ano na melhoria de processos visando a recirculação de água na planta industrial de Belo Oriente (MG) e na área florestal, com o plantio de árvores nativas que ajudam na conservação dos lençóis de água da extensa região em que mantém suas florestas plantadas.
Segundo o diretor industrial e técnico da companhia, Robinson Félix, quase 95% da água utilizada na produção de celulose retornam aos mananciais do Rio Doce, depois de passar por sistemas modernos de tratamento de efluentes. “Estamos menos vulneráveis, com certeza, nos preparando a cada ano para garantir a sustentabilidade do negócio”, afirma.
Ricardo Barbosa, da Votorantim, considera valiosas ações pontuais como mudanças de tubulação no curso das linhas de produção, e atitudes que só dependeram do gerenciamento mais dedicado aos recursos hídricos. A redução da captação de água no Rio São Francisco para abastecer a unidade fabril de Três Marias permitiu que a companhia desligasse uma bomba no Velho Chico, que demandava R$ 350 mil por ano em energia.
Medidas de gestão e que não envolveram desembolso significativo – a Votorantim investiu R$ 600 mil desde 2008, permitindo a reutilização de 42% da água usada na fábrica mineira – resultaram em economia de R$ 620 mil. Como a recirculação do insumo evita a necessidade de tratamento de água para descarte, deixaram de ser gastos R$ 260 mil em insumos químicos. O valor pago a título de outorga neste ano, de R$ 95,6 mil diminuirá em cerca de R$ 10 mil.
Atenção redobrada
O professor Mário Cicareli, da UFMG, observa que a continuidade do regime adverso da atmosfera poderá conduzir o país a um inevitável racionamento. “O estoque de água que tinha de ter sido renovado até fevereiro não passou por esse processo e em algumas regiões do estado chove um décimo do esperado”, afirma. Na avaliação do especialista, tem de haver uma reviravolta atmosférica para que o Brasil evite grave desequilíbrio nos próximos meses.
"A situação é crítica e de escala planetária", diz Cicareli. O diretor da Vale, Lúcio Cavalli, diz que há uma preocupação com o período de julho a setembro, se o regime de chuvas não voltar rápido. As minas da companhia trabalham com um sistema que está avançando de captação da água da chuva e armazenamento em cavas e barragens como apoio para equilibrar o consumo nas estações seca e chuvosa. (MV)
Palavra de especialista
Wgner Soares Costa, gerente de meio ambiente da Fiemg
“Choques como o país está vivendo criam um ambiente de alerta no setor privado. As empresas que adotam programas de uso racional da água ganham com a redução dos royalties a ser pagos ao poder público e com a tranquilidade de dispor de um insumo estratégico e que não interrompa a produção. Esses programas estão sendo adotados por boa parte das indústrias, principalmente dos segmentos que saíram na frente: mineração, siderurgia e a fabricação de tecidos e automóveis. (A cobrança pelo uso da água começou nas bacias dos rios São Francisco, Velhas e Paraíba do Sul)."
Fonte: Estado de Minas
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