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Notícias
22
jan
2014
(DESMATAMENTO)
Desmatamento na Amazônia recebe pouca atenção da imprensa
O lançamento da publicação “Imprensa e Desmatamento na Amazônia” busca contribuir com os esforços da sociedade brasileira em impulsionar uma pauta que, embora estratégica, segue desafiando o dia-a-dia das redações
Apesar de ter reduzido consideravelmente as taxas anuais de desmatamento na Amazônia, o Brasil ainda é o País que mais desmata no mundo. No último ano (agosto de 2012 a julho de 2013), o desmatamento aumentou 28% em relação ao período anterior.
Mesmo assim, nos seis anos entre 2007 e 2012, em 44 jornais investigados pela equipe de análise de mídia da ANDI – Comunicação e Direitos, a frequência média da cobertura sobre o problema foi de uma matéria por semana. Muito pouco, se comparado aos indicadores da cobertura sobre outros temas pesquisados pela organização no passado.
Porque a imprensa está encontrando dificuldades em abordar, de maneira sistemática, uma área que corresponde à metade do território brasileiro e é considerada estratégica para o futuro do País? E, em especial, porque não consegue provocar, com a necessária densidade, o debate em torno dos mecanismos de formulação, implementação e avaliação das políticas de combate ao desmatamento?
“Imprensa e Desmatamento na Amazônia”, o documento que traz em detalhes os resultados da análise realizada pela ANDI, apresenta dados que permitem uma compreensão mais próxima da situação.
• A baixa densidade informativa dos textos é evidenciada pelo fato de que apenas 1% das matérias sobre desmatamento na Amazônia publicadas no período possui teor investigativo. E não mais do que 14,2% dos textos foram realizados por iniciativa da própria imprensa.
•
• Embora os governos sejam atores centrais nos esforços para o enfrentamento do fenômeno, soa excessivo que as iniciativas governamentais tenham motivado quase a metade (47,8%) do noticiário dos jornais.
•
• Da mesma forma, o foco institucional (enquadramento) da cobertura sobre desmatamento é fortemente associado ao Poder Executivo (49,6%).
•
• Chama atenção, além disso, que menos de um quarto dos textos (23,4%) mencionem soluções para o fenômeno. E, nesse conjunto, o Governo Federal é apontado como principal responsável pelas soluções (54% das vezes).
•
• Já o Setor Privado raramente é cobrado quanto sua responsabilidade em relação ao desmatamento. Os produtores rurais, por exemplo, são ouvidos como fonte de informação em menos de 3% das notícias.
•
• Os impactos do desmatamento são foco constante do interesse da imprensa, mas quase sempre em termos ambientais. As consequências para os seres humanos acabam em segundo plano – no total, 16% das matérias citam alguma população vulnerável ao problema.
•
Em que pesem estes problemas, a análise de mídia “Imprensa e Desmatamento na Amazônia” traz algumas boas notícias:
• Se apenas os jornais de circulação nacional forem considerados (O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Correio Braziliense), a média da cobertura salta de uma para três notícias por semana.
•
• A imprensa brasileira faz a importante ligação entre desmatamento e mudanças climáticas (que foi o tema principal de 11,7% dos textos) e também coloca o desmatamento no contexto das discussões sobre as políticas ambientais (11,3%).
•
• A mobilização das ONGs ambientalistas repercute na pauta. Elas têm credibilidade enquanto fontes de informação, tendo sido diretamente ouvidas em 12,3% dos textos.
•
• Temas relacionados ao desenvolvimento têm presença significativa na cobertura: um terço da amostra pesquisada (33,4%) relaciona de alguma forma o desmatamento com o debate sobre desenvolvimento.
•
A análise, que também incluiu as quatro principais revistas semanais de notícias (Veja, Época, Isto É e Carta Capital), compilou evidências e reflexões que podem balizar o esforço em cobrir mais e melhor uma pauta que tem desdobramentos extremamente relevantes. “Trabalhamos com 1,5 mil notícias e há material de ponta – inclusive reportagens premiadas. Mas esta é uma pauta complexa e estratégica e precisa de cobertura cotidiana qualificada”, afirmou Veet Vivarta, secretário-executivo da ANDI, no debate de lançamento da análise, realizado no dia 10 de dezembro, em São Paulo.
A repórter especial do Valor Econômico, Daniela Chiaretti, que participou do debate, argumenta que “é caro enviar jornalistas para a Amazônia” e lembra que jornais locais enfrentam dificuldades maiores para cobrir o tema. Ela ressalta que é “difícil saber o que está acontecendo no meio da floresta” e admite ser um problema “tornar a Amazônia interessante para quem não conhece a sua realidade”. O analista ambiental Mauro Pires, consultor técnico do estudo, resume a contribuição da pesquisa no sentido de fortalecer uma cobertura de maior densidade: “Sem mostrar para a imprensa que ela cobre pouco a questão, a situação não vai mudar”.
A análise de mídia é uma das atividades do projeto “Desmatamento na Amazônia na Imprensa Brasileira”, realizado pela ANDI em parceria com a Aliança do Clima e Uso da Terra (CLUA), com o objetivo de apoiar as redações no desenvolvimento de uma cobertura qualificada, independente e plural sobre o tema.
Apesar de ter reduzido consideravelmente as taxas anuais de desmatamento na Amazônia, o Brasil ainda é o País que mais desmata no mundo. No último ano (agosto de 2012 a julho de 2013), o desmatamento aumentou 28% em relação ao período anterior.
Mesmo assim, nos seis anos entre 2007 e 2012, em 44 jornais investigados pela equipe de análise de mídia da ANDI – Comunicação e Direitos, a frequência média da cobertura sobre o problema foi de uma matéria por semana. Muito pouco, se comparado aos indicadores da cobertura sobre outros temas pesquisados pela organização no passado.
Porque a imprensa está encontrando dificuldades em abordar, de maneira sistemática, uma área que corresponde à metade do território brasileiro e é considerada estratégica para o futuro do País? E, em especial, porque não consegue provocar, com a necessária densidade, o debate em torno dos mecanismos de formulação, implementação e avaliação das políticas de combate ao desmatamento?
“Imprensa e Desmatamento na Amazônia”, o documento que traz em detalhes os resultados da análise realizada pela ANDI, apresenta dados que permitem uma compreensão mais próxima da situação.
• A baixa densidade informativa dos textos é evidenciada pelo fato de que apenas 1% das matérias sobre desmatamento na Amazônia publicadas no período possui teor investigativo. E não mais do que 14,2% dos textos foram realizados por iniciativa da própria imprensa.
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• Embora os governos sejam atores centrais nos esforços para o enfrentamento do fenômeno, soa excessivo que as iniciativas governamentais tenham motivado quase a metade (47,8%) do noticiário dos jornais.
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• Da mesma forma, o foco institucional (enquadramento) da cobertura sobre desmatamento é fortemente associado ao Poder Executivo (49,6%).
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• Chama atenção, além disso, que menos de um quarto dos textos (23,4%) mencionem soluções para o fenômeno. E, nesse conjunto, o Governo Federal é apontado como principal responsável pelas soluções (54% das vezes).
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• Já o Setor Privado raramente é cobrado quanto sua responsabilidade em relação ao desmatamento. Os produtores rurais, por exemplo, são ouvidos como fonte de informação em menos de 3% das notícias.
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• Os impactos do desmatamento são foco constante do interesse da imprensa, mas quase sempre em termos ambientais. As consequências para os seres humanos acabam em segundo plano – no total, 16% das matérias citam alguma população vulnerável ao problema.
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Em que pesem estes problemas, a análise de mídia “Imprensa e Desmatamento na Amazônia” traz algumas boas notícias:
• Se apenas os jornais de circulação nacional forem considerados (O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Correio Braziliense), a média da cobertura salta de uma para três notícias por semana.
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• A imprensa brasileira faz a importante ligação entre desmatamento e mudanças climáticas (que foi o tema principal de 11,7% dos textos) e também coloca o desmatamento no contexto das discussões sobre as políticas ambientais (11,3%).
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• A mobilização das ONGs ambientalistas repercute na pauta. Elas têm credibilidade enquanto fontes de informação, tendo sido diretamente ouvidas em 12,3% dos textos.
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• Temas relacionados ao desenvolvimento têm presença significativa na cobertura: um terço da amostra pesquisada (33,4%) relaciona de alguma forma o desmatamento com o debate sobre desenvolvimento.
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A análise, que também incluiu as quatro principais revistas semanais de notícias (Veja, Época, Isto É e Carta Capital), compilou evidências e reflexões que podem balizar o esforço em cobrir mais e melhor uma pauta que tem desdobramentos extremamente relevantes. “Trabalhamos com 1,5 mil notícias e há material de ponta – inclusive reportagens premiadas. Mas esta é uma pauta complexa e estratégica e precisa de cobertura cotidiana qualificada”, afirmou Veet Vivarta, secretário-executivo da ANDI, no debate de lançamento da análise, realizado no dia 10 de dezembro, em São Paulo.
A repórter especial do Valor Econômico, Daniela Chiaretti, que participou do debate, argumenta que “é caro enviar jornalistas para a Amazônia” e lembra que jornais locais enfrentam dificuldades maiores para cobrir o tema. Ela ressalta que é “difícil saber o que está acontecendo no meio da floresta” e admite ser um problema “tornar a Amazônia interessante para quem não conhece a sua realidade”. O analista ambiental Mauro Pires, consultor técnico do estudo, resume a contribuição da pesquisa no sentido de fortalecer uma cobertura de maior densidade: “Sem mostrar para a imprensa que ela cobre pouco a questão, a situação não vai mudar”.
A análise de mídia é uma das atividades do projeto “Desmatamento na Amazônia na Imprensa Brasileira”, realizado pela ANDI em parceria com a Aliança do Clima e Uso da Terra (CLUA), com o objetivo de apoiar as redações no desenvolvimento de uma cobertura qualificada, independente e plural sobre o tema.
Fonte: ANDI
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