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Notícias

28
dez
2013
(MÓVEIS)
Embrapa já conhece as espécies de árvores viáveis para produção no CE
Plantio de árvores para corte em perímetro irrigado na zona norte vai baratear a fabricação de móveis

Para evitar mais destruição de florestas e garantir a atividade econômica promissora do setor moveleiro, diretamente ligada à construção civil, estudo desenvolvido pela Embrapa Agrotropical e Embrapa Floresta já identificou as primeiras espécies de árvores viáveis para aproveitamento florestal. Em duas décadas, o setor de móveis de madeira no Ceará poderá ter a maior parte de sua matéria-prima obtida de manejo florestal, não mais de florestas a milhares de quilômetros distante, em outros estados. Há dois anos, a Embrapa seleciona espécies de árvores de uso na indústria de móveis para plantio experimental no Perímetro Irrigado do Baixo Acaraú.

A intenção era selecionar espécies não-tradicionais que garantam maior produtividade e melhor qualidade da matéria-prima para a indústria de móveis do Ceará, especialmente no município de marco, principal pólo moveleiro do Estado.

Categorias

Foram testadas aproximadamente 40 espécies florestais em uma fazenda no município de Marco, de propriedade do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Houve divisão em três categorias: não-tradicionais (cumaru, violeta, aroeira), exóticas (casuarina, acácia mangium e da Amazônia (andiroba, paricá e mogno). Também tinha plantas geneticamente modificadas de eucalipto, também usado na fabricação de móveis. Foram definidas seis espécies em plantios pré-comerciais: duas não-tradicionais, duas exóticas e duas da amazônia. As que melhor se adaptarem (seguindo o critério de maior produtividade, com destacadas altura e diâmetro) passam a ser plantadas em maior escala, no tipo de manejo florestal chamado "plantio de comprovação". O projeto dando certo, tanto o setor moveleiro é abastecido com floresta própria como diminui a exploração indiscriminada de florestas nativas tropicais no Ceará, à medida em que a ampliação florestal poderá atender a outras demandas do Estado.

Futuro

A maioria das espécies com comprovada viabilidade levam duas décadas para poderem ser cortadas e, portanto, usadas comercialmente. Significa que ainda há muito tempo para o setor moveleiro depender das florestas distantes, com altos custos de combustíveis, bem como o próprio Ceará sofrer com uma degradação que diminui a cada dia seus espaços florestais.

É uma aposta no futuro, garante Geraldo Osterno, presidente do Sindicato da Indústria do Mobiliário no Estado do Ceará (Sindmóveis). O município de Marco tem o maior pólo moveleiro do Ceará. São quase 30 empresas, entre pequenas, médias e grandes, gerando mais de 1.200 empregos diretos.

O trabalho das duas agências da Embrapa (Tropical e Floresta) poderá se tornar uma referência em manejo sustentável ambiental (e econômico) em outras regiões do País onde há forte demanda por madeira para produção de móveis, evitando, assim, maior degradação do meio.

Parceria

O projeto de manejo florestal no semiárido traz, além da Embrapa e do Sindmóveis, parceria do Banco do Nordeste, Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Dnocs e Instituto de Desenvolvimento Industrial, órgão pertencente ao Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e Fabricantes Associados de Marco (Fama).


Setor moveleiro do Ceará busca autonomia

As indústrias de marco formam o 8º maior pólo moveleiro do País. Com a autossuficiência, o município poderá deixar de importar do Pará, Bahia e da sul do País. Com o fim das importações, os custos de produção do setor podem reduzir em até 15%. Cinco anos atrás, a produção de cinco maiores empresas do setor moveleiro atendia Estados Unidos, México, Portugal e Itália. Com a queda na produção e o aumento do poder de consumo interno, é o marcado nacional que mais absorve a produção.

Fonte: Diário do Nordeste

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