Voltar

Notícias

18
nov
2013
(MÓVEIS)
Escolas vão capacitar mão de obra para polo moveleiro
Curso Técnico em Móveis será ofertado nas unidades de Marco, Iguatu, Fortaleza e Pereiro em 2014

Indústrias de móveis do Ceará ganharão mão de obra especializada a partir do ano de 2016, tudo graças à cooperação técnica firmada entre a Secretaria de Educação do Estado (Seduc) e o Sindicato das Indústrias do Mobiliário do Ceará (Sindmóveis), com a criação do Curso Técnico em Móveis, que será ofertado, já no próximo ano, em três escolas profissionais nas regiões Centro-sul, Jaguaribana e Norte, com objetivo de atender os maiores polos moveleiros do Estado.

O Curso Técnico em Móveis será ofertado nas escolas profissionalizantes de Marco, Iguatu, Fortaleza e Pereiro, e terá duração de três anos, totalizando 1.200h de conteúdos e seis meses de estágio obrigatório para os estudantes, além de mais seis meses de estágio nas indústrias do setor moveleiro. Os estudantes receberão bolsa-estágio no valor de R$ 328,15, auxílio-transporte, seguro contra acidentes pessoais e equipamentos de proteção individual. Tudo financiado pelo governo do Estado.

De acordo com a orientadora da Célula de Estágios da Educação Profissional da Seduc, Christiane Cruz, o curso formará 45 técnicos a cada três anos, em cada escola. "As Escolas Profissionais de Pereiro e Marco, iniciarão as primeiras turmas de Técnico em Móveis em fevereiro de 2014. Com a primeira turma de técnicos formados em 2016, ao final dos três anos de curso. A partir de 2016, serão 180 técnicos em Móveis formados em parceria do governo do Estado com o setor moveleiro", ressalta.

Design de Interiores

Christiane afirmou que as Escolas Profissionais de Fortaleza e Iguatu estão em fase de conclusão da obra, com projeção de início do curso no segundo semestre de 2014. "A Escola Profissional de Fortaleza agregará mais uma formação técnica demandada pelo setor moveleiro, com a criação do Curso Técnico em Design de Interiores", enfatiza a orientadora.

As escolas são financiadas pelos governos Federal e do Estado, e possuem uma mega-estrutura física e tecnológica. O financiamento por unidade educacional ultrapassa R$ 7 milhões.

"A Coordenadoria da Educação Profissional do Estado estará à frente de toda a interlocução e desenvolvimento do curso junto ao setor moveleiro. Existe equipe de desenvolvimento do currículo, de gestão de matérias e de estágio, focadas nos processos e etapas de desenvolvimento da formação técnica", explica a Coordenadora.

O setor moveleiro cearense espera alavancar o seu crescimento com a formação de mão de obra especializada. Para o presidente do Sindmóveis, Geraldo Osterne Júnior, atualmente forma o setor mais de 200 indústrias de móveis, nas cidades de Fortaleza, Iguatu, Jaguaribe e Marco, gerando de 12 mil a 15 mil empregos diretos. Só na cidade de Marco, na região Norte cearense, considerada o maior polo moveleiro do Nordeste, a indústria gera 1.800 empregos diretos.

"A indústria de móveis no Ceará tem 25 anos, nos últimos 15 é que o setor melhorou em termos tecnológicos e o grande desafio hoje é preparar mão de obra, criar capacitação tecnológica voltada para o setor. Precisamos de capital humano, hoje os principais profissionais que atuam na indústria cearense são das regiões Sul e Sudeste. Não temos esse pessoal formado aqui", observou a liderança classista.

Osterne ressalta que a inovação é a estratégia com aumento da produtividade da empresa, passando pela qualidade do pessoal. As fábricas cearenses chegaram a competir, com mercados internacionais, na exportação de móveis para Estados Unidos, México e Caribe. Segundo dados do Sindimóveis, o setor exportou no período de 2001 a 2007, uma média de US$ 3,4 milhões a US$ 4 milhões por ano. "Com a queda do dólar não só o Ceará mas o Brasil perderam a competitividade na exportação, mas temos qualidade para esse mercado", ressaltou Osterne.

Outra consequência da ausência de mais inovações para o setor é a perda de espaço dentro do mercado cearense. Ele afirma que, de todos os móveis que são comercializados no Ceará, apenas 25% são de indústrias locais. O restante é oriundo de indústrias do Sul, Sudeste e até importados da China.

Faturamento

"Com a oferta de profissionais especializados, sem dúvida haverá um melhor faturamento da empresa, que passa a melhorar e aumentar sua produtividade. Hoje o mercado cearense de móveis cresce na faixa de 8% ao ano", afirma Osterne Jr.

A indústria moveleira cearense tem demonstrado potencial, com a venda de móveis para todos os Estados do Nordeste. Algumas empresas chegam a fornecer para as demais regiões do país. Toda matéria-prima também é trazida de outras regiões, como chapas madeira MDF, cola, verniz, ferragens e puxador, elevando o custo do produto e sendo apontado como um dos empecilhos para o fortalecimento do setor.

O Sindmóveis possui um projeto de inovador de reflorestamento em parceria com a Embrapa, que visa desenvolvimento de madeiras para abastecer a indústria moveleira de Marco e a construção civil.

Mais informações

Sindicato das Indústrias do Mobiliário no Estado do Ceará (Sindmóveis), Avenida Barão de Studart, 1980 - Fortaleza
Telefone: (85) 3261.9769

Fonte: Diário do Nordeste

Sindimadeira_rs ITTO