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Notícias

12
jun
2013
(PAPEL E CELULOSE)
Alta do dólar favorece empresas de papel e celulose
A escalada do dólar tem impulsionado ainda mais a trajetória de valorização de empresas do setor de papel e celulose na bolsa de valores. Fibria e Suzano, por exemplo, que têm grande parte da receita atrelada às exportações, apresentam valorização de mais de 10% em maio.

Somente na quarta-feira passada, quando o dólar bateu o patamar de R$ 2,11, ambos os papéis subiram quase 2% e figuraram entre as maiores altas do Ibovespa. O momento é tão positivo para o setor que o J.P.Morgan, em relatório enviado aos clientes, elevou sua recomendação para os papéis da Fibria de neutra para overweight (desempenho superior à média do mercado), bem como o preço-alvo das ações para o final do ano, de R$ 24,00 para R$ 28,00.

“Tomamos tal medida por acreditarmos que a ação seja amais barata e este seja o modo mais eficiente de aumentarmos a exposição a um real mais fraco no universo da carteira de empresas latino-americanas do setor florestal”, afirmam os analistas Lucas Ferreira, Rodolfo Angele e Mandeep Singh Manihani, no documento.

Para as ações preferenciais série B da Suzano, a recomendação foi mantida em neutra, porém o preço-alvo para o final do ano foi elevado de R$ 7,50 para R$ 9,00. Os analistas do J.P. Morgan gostam da orientação de elevar o capital da companhia dado pelo novo diretor-presidente, Walter Schalka. Mas eles acreditam que os investidores estão pagando antecipadamente por esses benefícios. “Apesar de não vermos risco de solvência, o balanço da empresa deve permanecer super alavancado, enquanto não vemos valorização empolgante e a geração de caixa não é esperada antes de 2014”, dizem os especialistas.

Com o início das atividades de uma nova planta de celulose, a Eldorado, o mercado esperava que o preço da celulose no mercado internacional caísse ou, na melhor das hipóteses, ficasse estável. Mas não foi o que aconteceu. Somente este ano,o valor da tonelada commodity subiu 9% no mercado internacional, se considerado o valor em dólar.

“Vimos o fechamento de algumas plantas de celulose, o que equilibrou a relação de oferta e demanda”, explica Victor Penna, analista do BB Investimentos. Os especialistas também esperam que a celulose seja incluída celulose no Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra) ainda este ano - o Reintegra prevê a devolução de impostos em até 3%da receita de exportação da empresa em um ano.

“O impacto positivo no Ebitda ( lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) das empresas variaria entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões ao ano”, diz o analista do BB. Penna, entretanto, não está tão otimista quanto ao desempenho dos papéis no segundo semestre.

A despeito do cenário atual, o analista do BB Investimentos lembra que duas plantas de celulose entrarão em operação no último trimestre do ano da Stora Enso, no Uruguai, e da Suzano,no Maranhão — o que, novamente, poderia afetar o preço da celulose, já que deverão adicionar 2,7 milhões de toneladas no mercado.

“Acredito que o preço do insumo deve sofrer ajuste para baixo,o que impactaria negativamente o desempenho das ações do setor”, diz. Tanto é que a recomendação do BB Investimentos tanto para os papéis da Fibria quanto para os da Suzano é de marketperform (desempenho em linha com a média do mercado). “Ainda não ajustamos os preços-alvos. Devemos fazer isso nos próximos meses”. Enquanto as ações de celulose se beneficiam do dólar mais alto, os números do PIB que pressionaram a moeda americana fizeram estrago no Ibovespa, que despencou 2,5% na quarta-feira passada.

Fonte: Brasil Econômico

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