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Notícias
04
mar
2013
(GERAL)
Etanol de casca de eucalipto na mira das pesquisas
O etanol proveniente das cascas do eucalipto ainda não está disponível em escala comercial, mas já está presente nos laboratórios do curso de engenharia de energia da PUC Minas, onde estudantes do segundo período, orientados pelo professor Otávio de Avelar Esteves, obtiveram o biocombustível a partir do processamento dessa parte específica da planta.
Vale lembrar que enquanto as reservas de petróleo do mundo se tornam mais escassas e de mais difícil acesso e os preços dos combustíveis fósseis sobem, a demanda por etanol cresce no país com a expansão da frota de veículos flex, mas não é acompanhada por um aumento proporcional na produção. É por essas razões que os estudantes de Minas Gerais defendem que o procedimento deva ser adotado em larga escala no país.
"Uma tonelada de cana produz cerca de 80 litros de etanol, enquanto uma tonelada de casca fresca de eucalipto produz 106, ou seja, no mínimo 20% a mais. É importante lembrar que a casca degrada mais rapidamente que a cana e perde açucares mais rapidamente", destacou ao jornal O Estado de Minas o pesquisador Juliano Bragatto, autor de uma tese de doutorado desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), em novembro de 2011.
Dados do estudo apontam que a casca do eucalipto tem 20% menos carboidratos do que a de cana, mas como ela tem mais hidratos de carbono que podem sofrer fermentação (83%, contra 65% da cana), em um balanço final a casca fresca de eucalipto teria uma vantagem de cerca de 6%. Bragatto acredita que a tendência de aproveitar a biomassa deva crescer nos próximos anos em todo o mundo e defende que o Brasil precisa aproveitar isso.
"Nosso país é o que chamam de 'hotspot de biomassa', temos o bagaço da cana e o rejeito de eucalipto em abundância", explicou.
O pesquisador lembrou que as condições climáticas e de luminosidade são ideais no país para o crescimento das culturas de cana e de eucalipto. Bragatto sugeriu que a casca de eucalipto deva começar a ser aproveitada pela indústria de celulose nos próximos anos para produzir bioplástico ou para etanol.
Efeito de comparação
Na comparação com a cana, o pesquisador observou que o caldo ganha da casca de eucalipto por produtividade: "Um hectare de cana-de-açúcar produz cerca de 6 mil litros de etanol, enquanto um de casca de eucalipto produz 2,6 mil litros. Já o hectare de milho e de beterraba produz cerca de 3 mil litros, e é bom lembrar que eles são alimentos."
Os estudantes Pedro Henrique Alves da Silva, de 19 anos, Paulo Henrique Roversi, de 19, Carolina Maria de Oliveira, de 18, Gabriel Fabel, de 18, e Elena Velloso, de 20, são mais otimistas. "A produção da casca é mais barata e vantajosa e pode ser muito mais barata se for feita em escala industrial", avaliou Pedro Henrique. Ele lembrou que a casca de eucalipto não concorre com a indústria alimentícia, não passa por períodos de entressafra e não é usada para a produção de celulose.
Laboratório e indústria
O consultor da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Alfred Szmarc, contou que existem várias iniciativas no país e no mundo para consolidar o processo de produção de etanol celulósico a partir do bagaço e da palha da cana, mas defende que a possibilidade de o insumo ser obtido em larga escala a partir de cascas de eucalipto ainda tem que ser demonstrada.
"Acho ótimo ouvir sobre essas iniciativas e torço para que deem realmente certo. Mas, pelo que conheço do assunto, acredito que a competitividade do etanol de cana é maior. Nem sempre é possível reproduzir em escala industrial o que é feito em laboratório e projetos para se produzir álcool a partir de madeira existem no país desde a década de 1970", relatou.
Vale lembrar que enquanto as reservas de petróleo do mundo se tornam mais escassas e de mais difícil acesso e os preços dos combustíveis fósseis sobem, a demanda por etanol cresce no país com a expansão da frota de veículos flex, mas não é acompanhada por um aumento proporcional na produção. É por essas razões que os estudantes de Minas Gerais defendem que o procedimento deva ser adotado em larga escala no país.
"Uma tonelada de cana produz cerca de 80 litros de etanol, enquanto uma tonelada de casca fresca de eucalipto produz 106, ou seja, no mínimo 20% a mais. É importante lembrar que a casca degrada mais rapidamente que a cana e perde açucares mais rapidamente", destacou ao jornal O Estado de Minas o pesquisador Juliano Bragatto, autor de uma tese de doutorado desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), em novembro de 2011.
Dados do estudo apontam que a casca do eucalipto tem 20% menos carboidratos do que a de cana, mas como ela tem mais hidratos de carbono que podem sofrer fermentação (83%, contra 65% da cana), em um balanço final a casca fresca de eucalipto teria uma vantagem de cerca de 6%. Bragatto acredita que a tendência de aproveitar a biomassa deva crescer nos próximos anos em todo o mundo e defende que o Brasil precisa aproveitar isso.
"Nosso país é o que chamam de 'hotspot de biomassa', temos o bagaço da cana e o rejeito de eucalipto em abundância", explicou.
O pesquisador lembrou que as condições climáticas e de luminosidade são ideais no país para o crescimento das culturas de cana e de eucalipto. Bragatto sugeriu que a casca de eucalipto deva começar a ser aproveitada pela indústria de celulose nos próximos anos para produzir bioplástico ou para etanol.
Efeito de comparação
Na comparação com a cana, o pesquisador observou que o caldo ganha da casca de eucalipto por produtividade: "Um hectare de cana-de-açúcar produz cerca de 6 mil litros de etanol, enquanto um de casca de eucalipto produz 2,6 mil litros. Já o hectare de milho e de beterraba produz cerca de 3 mil litros, e é bom lembrar que eles são alimentos."
Os estudantes Pedro Henrique Alves da Silva, de 19 anos, Paulo Henrique Roversi, de 19, Carolina Maria de Oliveira, de 18, Gabriel Fabel, de 18, e Elena Velloso, de 20, são mais otimistas. "A produção da casca é mais barata e vantajosa e pode ser muito mais barata se for feita em escala industrial", avaliou Pedro Henrique. Ele lembrou que a casca de eucalipto não concorre com a indústria alimentícia, não passa por períodos de entressafra e não é usada para a produção de celulose.
Laboratório e indústria
O consultor da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Alfred Szmarc, contou que existem várias iniciativas no país e no mundo para consolidar o processo de produção de etanol celulósico a partir do bagaço e da palha da cana, mas defende que a possibilidade de o insumo ser obtido em larga escala a partir de cascas de eucalipto ainda tem que ser demonstrada.
"Acho ótimo ouvir sobre essas iniciativas e torço para que deem realmente certo. Mas, pelo que conheço do assunto, acredito que a competitividade do etanol de cana é maior. Nem sempre é possível reproduzir em escala industrial o que é feito em laboratório e projetos para se produzir álcool a partir de madeira existem no país desde a década de 1970", relatou.
Fonte: TN Sustentável
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