Voltar
Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Carvão vegetal também à espera da Lei de Inovação
A exploração econômica da biomassa tem sido e continuará a ser, no Brasil, uma das principais alavancas da criação de uma base tecnológica nacional, sem a qual o País não terá condições de ingressar num ciclo de desenvolvimento sustentado. Não se trata de reinventar a roda, mas de direcionar recursos, públicos e privados, para investimentos em pesquisa e inovação tecnológica que permitam saltos, dos processos tradicionais para métodos e sistemas de produção mais eficientes e de maior produtividade.
O carvão vegetal é um exemplo de recurso natural renovável cuja cadeia produtiva vive, há bom tempo, um processo de constante renovação com considerável impacto positivo, tanto no que diz respeito à eficiência dos métodos quanto aos seus efeitos sobre o meio ambiente durante o processo de produção.
O Brasil é o único país do mundo onde parte considerável (cerca de 20%) do parque siderúrgico usa tecnologia à base de carvão vegetal – no ano passado, cerca de 6 milhões de toneladas de ferro-gusa foram produzidos em usinas que consomem carvão vegetal. Nos países grandes produtores de aço essa tecnologia foi abandonada em razão de diferentes fatores, entre os quais a existência de vastas reservas de carvão mineral e a impossibilidade de ocupar extensas áreas com o plantio de florestas em larga escala.
Convém lembrar que em passado pouco distante a siderurgia a carvão vegetal foi responsável por uma ampla devastação de florestas nativas, incluindo-se as das áreas de cerrado, principalmente em Minas Gerais, que concentra o parque de ferro-gusa e aço a carvão vegetal.
As regiões de cerrado ainda continuam fornecendo madeira para a produção de carvão vegetal, à medida que avança a sua abertura para exploração agrícola. Contudo, desde 1994 o carvão vegetal com origem em florestas nativas perdeu preponderância a favor do insumo produzido com a queima de árvores plantadas.
Segundo a Associação Mineira de Silvicultura (AMS), em 1993 florestas nativas forneciam 56,5% do carvão vegetal consumido no País, enquanto as florestas plantadas respondiam por 43,5% do total. No ano passado, as florestas plantadas forneceram a madeira usada na produção de 71,8% do carvão consumido. A participação das florestas nativas recuou para 26,1% do total.
Essa inversão, iniciada em 1994, foi possível porque as grandes consumidoras de carvão vegetal – entre as quais a Belgo-Mineira e a Acesita – investem no plantio de florestas desde o início da década de 70, quando o governo militar implementou uma política de incentivos fiscais para estimular o reflorestamento.
Empresas privadas, incluindo-se as do setor de celulose e papel, e instituições públicas também desenvolveram amplos esforços em pesquisa genética que deram ao Brasil uma posição de destaque em silvicultura, com a adaptação de espécies exóticas às nossas condições de clima e de solo.
Também há três décadas, procura-se, no País, modernizar o processo de produção de carvão vegetal, introduzindo-se inovações capazes de deixar os métodos rudimentares, que ainda predominam em várias regiões, no rol das curiosidades do passado. A modernização das carvoarias passou a ser mais intensamente buscada a partir das pressões da sociedade em defesa do meio ambiente.
De fato, os arcaicos fornos de barro não se caracterizam somente pela baixa produtividade. Sem contar a fumaceira prejudicial aos pulmões, são também grandes emissores de dióxido de carbono, responsável pelo efeito estufa, e outras substâncias voláteis.
Um avanço rumo à modernização das carvoarias é um processo desenvolvido pela DPC Processos Termoquímicos, de Minas Gerais, depois de sete anos de pesquisa e investimentos superiores a R$ 16 milhões. O método melhora o rendimento da queima da madeira, porque o conjunto de equipamentos desenvolvido utiliza os gases gerados na combustão para realimentar o processo, evitando a poluição da atmosfera. Segundo a empresa, enquanto no forno tradicional cada tonelada de madeira se transforma em 330 quilos de carvão, essa tecnologia permite a produção de 450 quilos.
É interessante notar que a DPC Processos Termoquímicos, fundada por um professor aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais, teve as pesquisas bancadas por investidores de risco, entre os quais Votorantim e Samarco.
Esse modelo de investimento em pesquisa não destoa do arcabouço preconizado no projeto da Lei de Inovação, que precisa ser destravado o quanto antes no Senado, porque assegura as condições para o desenvolvimento de uma base tecnológica nacional.
Fonte: ABTCP – 14/09/2004
O carvão vegetal é um exemplo de recurso natural renovável cuja cadeia produtiva vive, há bom tempo, um processo de constante renovação com considerável impacto positivo, tanto no que diz respeito à eficiência dos métodos quanto aos seus efeitos sobre o meio ambiente durante o processo de produção.
O Brasil é o único país do mundo onde parte considerável (cerca de 20%) do parque siderúrgico usa tecnologia à base de carvão vegetal – no ano passado, cerca de 6 milhões de toneladas de ferro-gusa foram produzidos em usinas que consomem carvão vegetal. Nos países grandes produtores de aço essa tecnologia foi abandonada em razão de diferentes fatores, entre os quais a existência de vastas reservas de carvão mineral e a impossibilidade de ocupar extensas áreas com o plantio de florestas em larga escala.
Convém lembrar que em passado pouco distante a siderurgia a carvão vegetal foi responsável por uma ampla devastação de florestas nativas, incluindo-se as das áreas de cerrado, principalmente em Minas Gerais, que concentra o parque de ferro-gusa e aço a carvão vegetal.
As regiões de cerrado ainda continuam fornecendo madeira para a produção de carvão vegetal, à medida que avança a sua abertura para exploração agrícola. Contudo, desde 1994 o carvão vegetal com origem em florestas nativas perdeu preponderância a favor do insumo produzido com a queima de árvores plantadas.
Segundo a Associação Mineira de Silvicultura (AMS), em 1993 florestas nativas forneciam 56,5% do carvão vegetal consumido no País, enquanto as florestas plantadas respondiam por 43,5% do total. No ano passado, as florestas plantadas forneceram a madeira usada na produção de 71,8% do carvão consumido. A participação das florestas nativas recuou para 26,1% do total.
Essa inversão, iniciada em 1994, foi possível porque as grandes consumidoras de carvão vegetal – entre as quais a Belgo-Mineira e a Acesita – investem no plantio de florestas desde o início da década de 70, quando o governo militar implementou uma política de incentivos fiscais para estimular o reflorestamento.
Empresas privadas, incluindo-se as do setor de celulose e papel, e instituições públicas também desenvolveram amplos esforços em pesquisa genética que deram ao Brasil uma posição de destaque em silvicultura, com a adaptação de espécies exóticas às nossas condições de clima e de solo.
Também há três décadas, procura-se, no País, modernizar o processo de produção de carvão vegetal, introduzindo-se inovações capazes de deixar os métodos rudimentares, que ainda predominam em várias regiões, no rol das curiosidades do passado. A modernização das carvoarias passou a ser mais intensamente buscada a partir das pressões da sociedade em defesa do meio ambiente.
De fato, os arcaicos fornos de barro não se caracterizam somente pela baixa produtividade. Sem contar a fumaceira prejudicial aos pulmões, são também grandes emissores de dióxido de carbono, responsável pelo efeito estufa, e outras substâncias voláteis.
Um avanço rumo à modernização das carvoarias é um processo desenvolvido pela DPC Processos Termoquímicos, de Minas Gerais, depois de sete anos de pesquisa e investimentos superiores a R$ 16 milhões. O método melhora o rendimento da queima da madeira, porque o conjunto de equipamentos desenvolvido utiliza os gases gerados na combustão para realimentar o processo, evitando a poluição da atmosfera. Segundo a empresa, enquanto no forno tradicional cada tonelada de madeira se transforma em 330 quilos de carvão, essa tecnologia permite a produção de 450 quilos.
É interessante notar que a DPC Processos Termoquímicos, fundada por um professor aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais, teve as pesquisas bancadas por investidores de risco, entre os quais Votorantim e Samarco.
Esse modelo de investimento em pesquisa não destoa do arcabouço preconizado no projeto da Lei de Inovação, que precisa ser destravado o quanto antes no Senado, porque assegura as condições para o desenvolvimento de uma base tecnológica nacional.
Fonte: ABTCP – 14/09/2004
Fonte:
Notícias em destaque

Agef celebra 50 anos com evento no dia 12 de julho em Lajeado
Em comemoração aos 50 anos de sua fundação, a Agef realizará o evento “A Engenharia Florestal na...
(EVENTOS)

Guia inovador para ampliar o uso inteligente de árvores de crescimento rápido
Árvores de crescimento rápido
A Comissão Internacional sobre Choupos e Outras Árvores de Crescimento Rápido...
(MADEIRA E PRODUTOS)

Exportações brasileiras de produtos madeireiros (exceto celulose e papel) diminuíram 12 por cento em valo
Em maio de 2025, as exportações brasileiras de produtos madeireiros (exceto celulose e papel) diminuíram 12% em valor em...
(MERCADO)

Suzano e SEST/SENAT impulsionam qualificação profissional e geração de empregos no setor florestal em Três Lagoas (MS)
Programa Escola de Motoristas já formou 57 motoristas, dos(as) quais 47,37% foram contratados pelas operações florestais da...
(GERAL)

As exportações de madeira da Malásia podem ganhar vantagem competitiva nos EUA?
As exportações de madeira da Malásia podem ganhar vantagem competitiva no mercado americano devido às tarifas mais...
(INTERNACIONAL)

Onde está localizada a maior árvore do mundo? Sua altura supera a do Cristo Redentor
Com um tamanho gigantesco, essas árvores podem ser consideradas verdadeiros arranha-céus verdes. Algumas delas têm o dobro da...
(GERAL)