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04
out
2012
(BIOENERGIA)
Resíduos de madeira geram energia limpa no Mato Grosso
Estimulados pela lei estadual que proibiu a queima a céu aberto das sobras da madeira beneficiada, donos de madeireiras de Sinop (distante cerca de 500 km de Cuiabá) descobriram naquilo que, até então, era considerado lixo, uma nova fonte de renda. A serragem e a lenha são as principais matérias primas do briquete e cavaco. Conhecidos como biomassa, os materiais são usados em caldeiras que movem turbinas e substituem a energia elétrica.

Proprietário da Madeiranit, José Eduardo Pinto foi um dos primeiros a investir no sistema em Mato Grosso. Desde 1998, a empresa usa energia elétrica da rede pública apenas durante os finais de semana, o que representa uma economia é de R$ 30 mil ao mês.

O que alimenta as caldeiras são as serragens que surgem na própria linha de produção das lâminas e compensados de madeira. " A caldeira em si gera um gasto de R$ 20 mil, porque precisa de manutenção e de funcionários para operá-la, mas mesmo assim compensa porque a conta de luz aqui era de R$ 50 mil por mês" , conta Pinto.

Embora ainda seja a única empresa de Sinop a usar a biomassa como fonte de energia, a Madeiranit já inspira outras madeireiras do Estado. "Já vieram me procurar empresários de Juruena e Colniza. Estavam interessados em saber como a caldeira funciona e saíram bem satisfeitos" , diz.

Além de economia, o reaproveitamento dos resíduos florestais se tornou uma nova fonte de renda. Dono de uma madeireira em Nova Maringá (a 370 km da Capital), Claudinei Melo investiu R$ 300 mil na empresa para comprar o equipamento que transforma a lenha que não pode ser aproveitada em cavaco de madeira.

A produção do material – pequenos blocos que também são usados para alimentar caldeiras e gerar energia – já começa a atrair empresas de outros ramos para o Estado. "Sei de empresas que estão se instalando aqui pensando em usar essa fonte de energia" , afirma Melo, que está de olho nos clientes em potencial.

Ele afirma que até agora ainda não teve lucro com o cavaco, porque o Governo do estado ainda estuda a tributação do produto, mas diz que as vendas já pagaram o investimento que fez na madeireira e suprem os gastos da trituração da lenha.

A reciclagem do lixo das madeireiras também virou negócio específico: a fabricação de briquetes – discos ou tubos produzidos a partir da compactação da serragem e que também são usados para alimentar caldeiras.

A Briquetes Alto da Glória " inaugurou" o ramo em Mato Grosso e já tem três concorrentes em Sinop. Entre as vantagens apontadas por Josemar Giareta, representante da empresa, está o fato da matéria-prima ser encontrada de graça. " Esse material ficava exposto no pátio das madeireiras. Como não podem mais queimar, os próprios donos delas nos entregam para fazer o briquete" , conta.

Fonte: Portal My Habitat/Adaptado por CeluloseOnline

ITTO Sindimadeira_rs