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Notícias
01
out
2012
(MADEIRA E PRODUTOS)
Eucalipto pode salvar indústria do déficit de madeira de serraria
Em Mato Grosso do Sul, uma pesquisa desenvolve clones de eucalipto com o objetivo de selecionar espécies para atender a demanda de madeira de serraria.
No mundo todo, até abril desse ano, a demanda havia crescido 18% em relação ao ano passado. Estimativas ainda apontam que só no Brasil, a demanda deve crescer em 87% até 2019.
O problema é que apesar da demanda crescente, não existe produção de madeira para esse fim. Nos próximos sete anos o mercado espera um déficit de 20 mil metros cúbicos de madeira de serraria.
Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Corte e coordenador da pesquisa, André Dominghetti Ferreira, “a atual matéria prima vem na sua maioria das florestas de pinus, e são produto de cultivos com incentivos governamentais dos anos 80”.
A verdade, é que o Brasil tem descoberto o potencial econômico das florestas plantadas apenas nas últimas décadas, com o crescimento da indústria de papel e celulose. Encontrar o eucalipto, e seu crescimento rápido comparado a outras espécies, permitiu o fortalecimento e interesse da produção.
Agora, muita gente planta eucalipto. Mas por que destinar a planta apenas para produção de celulose?
Diversidade no uso da Madeira
A pesquisa busca desmitificar a madeira de eucalipto que muitas pessoas acreditam não ter durabilidade. O uso múltiplo da madeira permite a diversificação econômica da produção.
“Com o manejo florestal adequado, podemos utilizar os resíduos das desrramas e das cascas para produzir biomassa nos primeiros anos. Depois, no desbaste separar madeira para produção de celulose e, ainda manter plantas para em mais alguns anos, vender para serrarias”, explica André.
Nessa lógica, o manejo florestal com visão na diversidade da produção pode integrar a destinação das plantas para celulose, carvão e serraria; e garantir renda ao produtor a curto, médio e longo prazo. A renda também é diversificada durante o ciclo de crescimento da planta.
A pesquisa
48 clones foram plantados em cada uma das cidades sul-mato-grossenses de Ribas do Rio Pardo, São Gabriel do Oeste, Maracajú, Coxim e Campo Grande, na sede da Embrapa.
Foram utilizados 8 materiais genéticos diferentes, todas plantadas em novembro de 2011, paralelas com 6 linhas num espaçamento de 3 x 2 m, com 4 repetições. Ao todo 48 clones de eucalipto foram plantados em cada cidade.
Visitamos o experimento da cidade de Ribas do Rio Pardo, nas florestas do Grupo Mutum, juntamente com dezenas de produtores e empresários que participaram do Dia de Campo do Múltiplo uso da Madeira.
A diferença entre os diferentes materiais genéticos era visível. Na cidade, assim como em todas as outras, os clones GG100 e 1277 até o momento são as que apresentaram melhores resultados. Eram os clones com maior tamanho e maior diâmetro de caule.
O trabalho deve acompanhar o crescimento das plantas até o período de corte para serraria, em 12 ou 14 anos, mas já apresenta resultados parciais que merecem ser considerados. Os clones melhorados geneticamente, além de apresentar crescimento superior e caule mais grossos, são mais resistentes a pragas e sofrem menos com as alterações climáticas.
O presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore-MS), Dito Mário, acredita que a pesquisa pode trazer desenvolvimento e ampliar a renda na região.
“Mato Grosso do Sul tem todas as condições adequadas para desenvolver florestas. Relevo, clima, solo. Se diversificarmos a produção, aproveitando o potencial múltiplo das nossas florestas de eucalipto, vamos poder atender a demanda nacional e ser destaque em madeira de serraria”, aposta o presidente.
De qualquer maneira evidencia-se a possibilidade. Só resta o fim da pesquisa para concluir com material genético é o mais adequado para a produção.
Eucalipto para serraria
A utilização da madeira de eucalipto para serraria gera discussões, principalmente pela pergunta: o material é durável?
Dominghetti atenta que a durabilidade de uma madeira está ligada a resistência da planta a condições diversas. “Se a planta possui a genética adequada para a produção de madeira serrada de qualidade, ele terá todas as características de uma madeira de qualidade”.
Outra questão ligada a essa produção, é que a indústria de serraria exige uniformidade na madeira, sem variabilidade de características, coloração, etc. Bem, ao lidar com clones, a planta agrega essas características.
Num cenário otimista, a produção de eucalipto pode salvar em curto prazo os preços e a indústria de madeira de serraria.
Leia mais:
Dia de Campo apresenta possibilidades múltiplas para uso da madeira
No mundo todo, até abril desse ano, a demanda havia crescido 18% em relação ao ano passado. Estimativas ainda apontam que só no Brasil, a demanda deve crescer em 87% até 2019.
O problema é que apesar da demanda crescente, não existe produção de madeira para esse fim. Nos próximos sete anos o mercado espera um déficit de 20 mil metros cúbicos de madeira de serraria.
Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Corte e coordenador da pesquisa, André Dominghetti Ferreira, “a atual matéria prima vem na sua maioria das florestas de pinus, e são produto de cultivos com incentivos governamentais dos anos 80”.
A verdade, é que o Brasil tem descoberto o potencial econômico das florestas plantadas apenas nas últimas décadas, com o crescimento da indústria de papel e celulose. Encontrar o eucalipto, e seu crescimento rápido comparado a outras espécies, permitiu o fortalecimento e interesse da produção.
Agora, muita gente planta eucalipto. Mas por que destinar a planta apenas para produção de celulose?
Diversidade no uso da Madeira
A pesquisa busca desmitificar a madeira de eucalipto que muitas pessoas acreditam não ter durabilidade. O uso múltiplo da madeira permite a diversificação econômica da produção.
“Com o manejo florestal adequado, podemos utilizar os resíduos das desrramas e das cascas para produzir biomassa nos primeiros anos. Depois, no desbaste separar madeira para produção de celulose e, ainda manter plantas para em mais alguns anos, vender para serrarias”, explica André.
Nessa lógica, o manejo florestal com visão na diversidade da produção pode integrar a destinação das plantas para celulose, carvão e serraria; e garantir renda ao produtor a curto, médio e longo prazo. A renda também é diversificada durante o ciclo de crescimento da planta.
A pesquisa
48 clones foram plantados em cada uma das cidades sul-mato-grossenses de Ribas do Rio Pardo, São Gabriel do Oeste, Maracajú, Coxim e Campo Grande, na sede da Embrapa.
Foram utilizados 8 materiais genéticos diferentes, todas plantadas em novembro de 2011, paralelas com 6 linhas num espaçamento de 3 x 2 m, com 4 repetições. Ao todo 48 clones de eucalipto foram plantados em cada cidade.
Visitamos o experimento da cidade de Ribas do Rio Pardo, nas florestas do Grupo Mutum, juntamente com dezenas de produtores e empresários que participaram do Dia de Campo do Múltiplo uso da Madeira.
A diferença entre os diferentes materiais genéticos era visível. Na cidade, assim como em todas as outras, os clones GG100 e 1277 até o momento são as que apresentaram melhores resultados. Eram os clones com maior tamanho e maior diâmetro de caule.
O trabalho deve acompanhar o crescimento das plantas até o período de corte para serraria, em 12 ou 14 anos, mas já apresenta resultados parciais que merecem ser considerados. Os clones melhorados geneticamente, além de apresentar crescimento superior e caule mais grossos, são mais resistentes a pragas e sofrem menos com as alterações climáticas.
O presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore-MS), Dito Mário, acredita que a pesquisa pode trazer desenvolvimento e ampliar a renda na região.
“Mato Grosso do Sul tem todas as condições adequadas para desenvolver florestas. Relevo, clima, solo. Se diversificarmos a produção, aproveitando o potencial múltiplo das nossas florestas de eucalipto, vamos poder atender a demanda nacional e ser destaque em madeira de serraria”, aposta o presidente.
De qualquer maneira evidencia-se a possibilidade. Só resta o fim da pesquisa para concluir com material genético é o mais adequado para a produção.
Eucalipto para serraria
A utilização da madeira de eucalipto para serraria gera discussões, principalmente pela pergunta: o material é durável?
Dominghetti atenta que a durabilidade de uma madeira está ligada a resistência da planta a condições diversas. “Se a planta possui a genética adequada para a produção de madeira serrada de qualidade, ele terá todas as características de uma madeira de qualidade”.
Outra questão ligada a essa produção, é que a indústria de serraria exige uniformidade na madeira, sem variabilidade de características, coloração, etc. Bem, ao lidar com clones, a planta agrega essas características.
Num cenário otimista, a produção de eucalipto pode salvar em curto prazo os preços e a indústria de madeira de serraria.
Leia mais:
Dia de Campo apresenta possibilidades múltiplas para uso da madeira
Fonte: Lairtes Chaves/Painel Florestal
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