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Notícias
04
set
2012
(PAPEL E CELULOSE)
Medidas para setor de celulose ajudam, mas são insuficientes
A expectativa de que o governo anuncie medidas de incentivo ao setor de papel e celulose trouxe alívio às preocupações sobre o impacto da crise externa nas exportações de empresas como Fibria e Suzano. Mas, mesmo se forem implementadas, elas não serão suficientes para garantir resultados imediatos para as empresas.
O setor negocia com o governo federal a inclusão da celulose no Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), que prevê a devolução de impostos em até 3 por cento da receita de exportação, assim como a desoneração da folha de pagamento.
"(As medidas) não compensam totalmente o cenário de demanda fraca e preço em queda", afirma o economista Bruno Rezende, da Tendências Consultoria.
"Seria uma forma de contribuir para o setor, mas não acho que é suficiente. O setor depende de demanda", concorda Karina Sanches, analista na Concórdia Corretora.
A presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes, afirmou à Reuters recentemente que houve sinais positivos do governo, e que a expectativa é de que os anúncios ocorram em meados de setembro.
De janeiro a agosto, as exportações de celulose, em valor, caíram 8,8 por cento contra igual período em 2011, para 3,05 bilhões de dólares, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Segundo Karina, da Concórdia, o maior consumidor de celulose do mundo é a Europa, e a crise econômica no continente continua pesando no setor.
Até julho, as vendas do insumo para a Europa tiveram queda de 6,2 por cento, segundo a Bracelpa, para 1,262 bilhão de dólares, ou 46,7 por cento do total das exportações brasileiras de celulose nos sete primeiros meses do ano.
"Se isso (medidas) ocorrer, será positivo para o setor, mas o principal é a questão da demanda. O maior consumidor é a Europa, que está sem nenhum sinal de melhora. Tem perspectiva que 2013 seja um ano melhor, mas isso não está claro", ressalta a analista.
Entre as medidas pedidas pelo setor, tanto Karina quanto Rezende consideram a inclusão da celulose no Reintegra como algo que teria mais impacto nas empresas, já que poderia diminuir as perdas de receitas de exportação. "O custo com pessoal tem impacto, sem dúvida, porém mais limitado", diz Rezende.
Eles destacam, contudo, que o impacto nos resultados das empresas ocorreria apenas em 2013, dependendo da data de implantação das medidas.
O economista Wemerson França, da LCA Consultores, considera que as medidas para o setor têm que ser voltadas para a exportação.
"O setor de celulose é diferente dos outros setores que já receberam incentivos. É mais voltado para o mercado externo, então teriam que ser incentivos bem maiores", defende.
Para ele, mesmo a inclusão da celulose no Reintegra não será suficiente. "O foco do governo é mais no consumo e em outros setores que são ramificados, que se der um incentivo eles puxam outros, o que não é o caso da celulose", afirma.
O setor de celulose é uma indústria de capital intensivo. Suzano e Fibria têm elevada alavancagem financeira e realizaram ofertas de ações para reforçar o caixa em 2012. Ambas, que reportaram prejuízo no segundo trimestre, têm ambiciosos planos de expansão que vêm sendo reavaliados, diante do anêmico crescimento da economia global.
CÂMBIO E PREÇOS
A queda com receitas de exportação poderia ser pior se não fosse pela valorização do dólar frente ao real neste ano, que acumula alta de 8,7 por cento até o fim de agosto.
Segundo a Suzano Papel e Celulose do segundo trimestre, o preço médio da celulose nos seis primeiros meses do ano foi de 595,90 dólares por tonelada, 18,2 por cento inferior ao do primeiro semestre de 2011. Em reais, o preço médio foi de 1.110,30 reais a tonelada, uma queda de 6,5 por cento.
"O dólar compensa a queda nos preços (da celulose)", afirma Rezende, da Tendências, que estima uma valorização adicional em 2013, com a moeda norte-americana chegando ao patamar de 2,10 reais.
Já para os preços de celulose em dólares, o economista acredita em novas quedas neste ano, com recuperação em 2013.
Na última terça-feira, porém, os principais executivos da Fibria e da Suzano afirmaram que há sinais de melhora.
Antonio Maciel Neto, presidente da Suzano, afirmou que a situação econômica "parou de piorar", o que favorece os preços da celulose. Já Marcelo Castelli, presidente da Fibria, disse que a China voltou a comprar. "A perspectiva (de preços) até o fim do ano é de estabilidade com viés de alta. Se tiver alta, só no quarto trimestre", comentou.
Edição de Cesar Bianconi e Raquel Stenzel
O setor negocia com o governo federal a inclusão da celulose no Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), que prevê a devolução de impostos em até 3 por cento da receita de exportação, assim como a desoneração da folha de pagamento.
"(As medidas) não compensam totalmente o cenário de demanda fraca e preço em queda", afirma o economista Bruno Rezende, da Tendências Consultoria.
"Seria uma forma de contribuir para o setor, mas não acho que é suficiente. O setor depende de demanda", concorda Karina Sanches, analista na Concórdia Corretora.
A presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes, afirmou à Reuters recentemente que houve sinais positivos do governo, e que a expectativa é de que os anúncios ocorram em meados de setembro.
De janeiro a agosto, as exportações de celulose, em valor, caíram 8,8 por cento contra igual período em 2011, para 3,05 bilhões de dólares, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Segundo Karina, da Concórdia, o maior consumidor de celulose do mundo é a Europa, e a crise econômica no continente continua pesando no setor.
Até julho, as vendas do insumo para a Europa tiveram queda de 6,2 por cento, segundo a Bracelpa, para 1,262 bilhão de dólares, ou 46,7 por cento do total das exportações brasileiras de celulose nos sete primeiros meses do ano.
"Se isso (medidas) ocorrer, será positivo para o setor, mas o principal é a questão da demanda. O maior consumidor é a Europa, que está sem nenhum sinal de melhora. Tem perspectiva que 2013 seja um ano melhor, mas isso não está claro", ressalta a analista.
Entre as medidas pedidas pelo setor, tanto Karina quanto Rezende consideram a inclusão da celulose no Reintegra como algo que teria mais impacto nas empresas, já que poderia diminuir as perdas de receitas de exportação. "O custo com pessoal tem impacto, sem dúvida, porém mais limitado", diz Rezende.
Eles destacam, contudo, que o impacto nos resultados das empresas ocorreria apenas em 2013, dependendo da data de implantação das medidas.
O economista Wemerson França, da LCA Consultores, considera que as medidas para o setor têm que ser voltadas para a exportação.
"O setor de celulose é diferente dos outros setores que já receberam incentivos. É mais voltado para o mercado externo, então teriam que ser incentivos bem maiores", defende.
Para ele, mesmo a inclusão da celulose no Reintegra não será suficiente. "O foco do governo é mais no consumo e em outros setores que são ramificados, que se der um incentivo eles puxam outros, o que não é o caso da celulose", afirma.
O setor de celulose é uma indústria de capital intensivo. Suzano e Fibria têm elevada alavancagem financeira e realizaram ofertas de ações para reforçar o caixa em 2012. Ambas, que reportaram prejuízo no segundo trimestre, têm ambiciosos planos de expansão que vêm sendo reavaliados, diante do anêmico crescimento da economia global.
CÂMBIO E PREÇOS
A queda com receitas de exportação poderia ser pior se não fosse pela valorização do dólar frente ao real neste ano, que acumula alta de 8,7 por cento até o fim de agosto.
Segundo a Suzano Papel e Celulose do segundo trimestre, o preço médio da celulose nos seis primeiros meses do ano foi de 595,90 dólares por tonelada, 18,2 por cento inferior ao do primeiro semestre de 2011. Em reais, o preço médio foi de 1.110,30 reais a tonelada, uma queda de 6,5 por cento.
"O dólar compensa a queda nos preços (da celulose)", afirma Rezende, da Tendências, que estima uma valorização adicional em 2013, com a moeda norte-americana chegando ao patamar de 2,10 reais.
Já para os preços de celulose em dólares, o economista acredita em novas quedas neste ano, com recuperação em 2013.
Na última terça-feira, porém, os principais executivos da Fibria e da Suzano afirmaram que há sinais de melhora.
Antonio Maciel Neto, presidente da Suzano, afirmou que a situação econômica "parou de piorar", o que favorece os preços da celulose. Já Marcelo Castelli, presidente da Fibria, disse que a China voltou a comprar. "A perspectiva (de preços) até o fim do ano é de estabilidade com viés de alta. Se tiver alta, só no quarto trimestre", comentou.
Edição de Cesar Bianconi e Raquel Stenzel
Fonte: Reuters - Roberta Vilas Boas
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