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Notícias
22
mai
2012
(CONSTRUÇÃO CIVIL)
Para professor, construções sustentáveis devem reunir preocupações sociais, econômicas e ambientais
O coordenador do curso de graduação de arquitetura e urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-RJ), Fernando Betim, disse que as construções sustentáveis envolvem um conjunto de ações que devem combinar preocupações sociais, ambientais e econômicas.
“Quando nos propomos a construir algo, devemos, já na escolha dos materiais e processos a serem implementados, conhecer o percurso de cada elemento que será utilizado em sua fabricação, no seu transporte, no seu manuseio, no seu consumo de energia, na sua interação construtiva, na sua manutenção e até no seu descarte”, explicou, em entrevista à Agência Brasil. É importante, acrescentou, que os espaços traduzam os desejos e características da identidade cultural local.
Betim esclareceu que o conceito de sustentabilidade deu a essa palavra uma dimensão universal “e, de certo modo, atinge a todos, pois fala da sobrevivência humana no planeta”. Para ele, as edificações e seus métodos de construção seguem esse caminho.
O professor da PUC-RJ deixou claro que não existe arquitetura ou materiais sustentáveis mas, sim, ações e relações humanas que se apropriam dos objetos e espaços de modo sustentável. “Quem garante a sustentabilidade é a maneira de as pessoas fazerem uso das coisas e este é o maior desafio: a mudança comportamental. Nossas ações, portanto, devem ser conduzidas para facilitar e minimizar os impactos no ambiente que habitamos e compartilhamos com os outros seres. A natureza é um conceito que nos inclui e como não podemos nos dissociar dela, devemos aprender a respeitá-la e nos educarmos para preservá-la, usufruindo do melhor que ela pode oferecer para uma longa sobrevivência da espécie humana”, disse Betim.
Segundo ele, a característica comum dos brasileiros de conviver em grupo, coletivamente, é um bom indicio de preparo para uma educação mais aprofundada dos conceitos de sustentabilidade. Destacou que as moradias e as pessoas não podem ser analisadas isoladamente, “já que formam uma rede de interações interdependente e todo sucesso de uma proposta de equilíbrio social baseado em sustentabilidade só pode vir de um trabalho de educação, inclusão e cooperação”.
Fernando Betim avaliou que ser sustentável requer equilíbrio em relação à vida em sociedade, ao ambiente, ao uso dos recursos naturais e às relações humanas, de modo a garantir a harmonia de cada local. Os impactos negativos da falta de equilíbrio nessas áreas serão recebidos em primeiro lugar pelas classes sociais mais desfavorecidas. Ele alertou, contudo, que como as pessoas vivem em uma rede interligada, os impactos acabarão atingindo a todos.
As construções fazem parte desse sistema. Por isso, as questões tecnológicas não podem ser tratadas como prioridade nas construções e, sim, as boas relações de convívio que os espaços projetados devem proporcionar. “As técnicas construtivas hoje são universalizadas e acessíveis”, ressaltou. O professor disse ainda que a questão está mais ligada às políticas públicas implantadas para moradia e educação, uma vez que os espaços construídos devem ser dotados de infraestrutura, serviços, facilidade na manutenção e formação educacional, de modo a assegurar um convívio coletivo harmônico.
Sob a coordenação de Fernando Betim, o Departamento de Arquitetura da PUC-RJ desenvolveu o projeto da Casa Viva Sustentável, apresentado no evento Casa Viva, realizado naquela universidade em abril deste ano. O modelo de residência ecológica será exibido a cerca de 500 cientistas do mundo inteiro, no Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, entre os dias 10 e 15 de junho.
O encontro ocorrerá na PUC-RJ e é organizado pelo Conselho Internacional para a Ciência (Icsu) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Federação Mundial de Organizações de Engenharia (WFEO), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e a Academia Brasileira de Ciências, entre outras instituições. A casa terá 70 metros quadrados de área construída e usará a tecnologia wood frame, baseada em estrutura de madeira proveniente de reflorestamento. Todo o material que entra nela, desde a técnica de construção até o produto final, é sustentável.
Betim disse que após estudos de adequação local e uso, o projeto “poderá ser encaminhado como referência de uma possível proposta de ocupação habitacional”. Durante um ano, os pesquisadores e alunos de diversos departamentos da PUC-RJ vão avaliar se o projeto é durável e pode ser reproduzido.
Edição: Graça Adjuto
“Quando nos propomos a construir algo, devemos, já na escolha dos materiais e processos a serem implementados, conhecer o percurso de cada elemento que será utilizado em sua fabricação, no seu transporte, no seu manuseio, no seu consumo de energia, na sua interação construtiva, na sua manutenção e até no seu descarte”, explicou, em entrevista à Agência Brasil. É importante, acrescentou, que os espaços traduzam os desejos e características da identidade cultural local.
Betim esclareceu que o conceito de sustentabilidade deu a essa palavra uma dimensão universal “e, de certo modo, atinge a todos, pois fala da sobrevivência humana no planeta”. Para ele, as edificações e seus métodos de construção seguem esse caminho.
O professor da PUC-RJ deixou claro que não existe arquitetura ou materiais sustentáveis mas, sim, ações e relações humanas que se apropriam dos objetos e espaços de modo sustentável. “Quem garante a sustentabilidade é a maneira de as pessoas fazerem uso das coisas e este é o maior desafio: a mudança comportamental. Nossas ações, portanto, devem ser conduzidas para facilitar e minimizar os impactos no ambiente que habitamos e compartilhamos com os outros seres. A natureza é um conceito que nos inclui e como não podemos nos dissociar dela, devemos aprender a respeitá-la e nos educarmos para preservá-la, usufruindo do melhor que ela pode oferecer para uma longa sobrevivência da espécie humana”, disse Betim.
Segundo ele, a característica comum dos brasileiros de conviver em grupo, coletivamente, é um bom indicio de preparo para uma educação mais aprofundada dos conceitos de sustentabilidade. Destacou que as moradias e as pessoas não podem ser analisadas isoladamente, “já que formam uma rede de interações interdependente e todo sucesso de uma proposta de equilíbrio social baseado em sustentabilidade só pode vir de um trabalho de educação, inclusão e cooperação”.
Fernando Betim avaliou que ser sustentável requer equilíbrio em relação à vida em sociedade, ao ambiente, ao uso dos recursos naturais e às relações humanas, de modo a garantir a harmonia de cada local. Os impactos negativos da falta de equilíbrio nessas áreas serão recebidos em primeiro lugar pelas classes sociais mais desfavorecidas. Ele alertou, contudo, que como as pessoas vivem em uma rede interligada, os impactos acabarão atingindo a todos.
As construções fazem parte desse sistema. Por isso, as questões tecnológicas não podem ser tratadas como prioridade nas construções e, sim, as boas relações de convívio que os espaços projetados devem proporcionar. “As técnicas construtivas hoje são universalizadas e acessíveis”, ressaltou. O professor disse ainda que a questão está mais ligada às políticas públicas implantadas para moradia e educação, uma vez que os espaços construídos devem ser dotados de infraestrutura, serviços, facilidade na manutenção e formação educacional, de modo a assegurar um convívio coletivo harmônico.
Sob a coordenação de Fernando Betim, o Departamento de Arquitetura da PUC-RJ desenvolveu o projeto da Casa Viva Sustentável, apresentado no evento Casa Viva, realizado naquela universidade em abril deste ano. O modelo de residência ecológica será exibido a cerca de 500 cientistas do mundo inteiro, no Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, entre os dias 10 e 15 de junho.
O encontro ocorrerá na PUC-RJ e é organizado pelo Conselho Internacional para a Ciência (Icsu) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Federação Mundial de Organizações de Engenharia (WFEO), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e a Academia Brasileira de Ciências, entre outras instituições. A casa terá 70 metros quadrados de área construída e usará a tecnologia wood frame, baseada em estrutura de madeira proveniente de reflorestamento. Todo o material que entra nela, desde a técnica de construção até o produto final, é sustentável.
Betim disse que após estudos de adequação local e uso, o projeto “poderá ser encaminhado como referência de uma possível proposta de ocupação habitacional”. Durante um ano, os pesquisadores e alunos de diversos departamentos da PUC-RJ vão avaliar se o projeto é durável e pode ser reproduzido.
Edição: Graça Adjuto
Fonte: Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
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