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Ponta Grossa recebeu na noite desta segunda-feira (7) o primeiro de uma série de Seminários Moveleiros que a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) realiza esta semana em quatro cidades do Estado. Foi a primeira vez que o evento aconteceu no município, que se destaca pela grande produção madeireira e começa a se organizar para aproveitar esse potencial com a criação de um polo moveleiro que agregue valor à indústria local.
O presidente do Sindicato da Indústria de Serrarias, Carpintarias e Tanoarias e da Marcenaria de Ponta Grossa (Sindimadeira), Ivo Bremm, explica que empresários do setor, entidades representativas e a prefeitura estão buscando uma maior aproximação para estruturar um polo moveleiro no município. “O mercado exige que você seja competitivo e a cada dia estamos avançando na busca por alternativas para montar um polo moveleiro em Ponta Grossa”, disse. “O primeiro passo para que isso aconteça é o associativismo e a união de esforços. Nesse sentido, o Seminário Moveleiro é importante para que possamos tirar muitas de nossas dúvidas”, acrescentou.
Além do Sindimadeira, outra entidade que apoia a estruturação do polo moveleiro é a Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa (ACIPG), que sediou o seminário desta segunda-feira. O presidente Sergio Leopoldo enumera uma série de fatores que, em sua opinião, favorecem o desenvolvimento da indústria de móveis no município. “Temos matéria prima, infraestrutura, fornecimento de gás e energia e um grande público consumidor de móveis. O que precisamos é qualificar não apenas os trabalhadores, mas também os empresários”, afirmou Leopoldo.
A criação de um polo de móveis é vista como uma forma de agregar valor à produção local. De olho em novos negócios, algumas empresas já começam a se estruturar. O empresário Joselito Przybzlovicz, cuja fábrica atualmente produz paletes e embalagens de madeira, enxerga no mercado moveleiro uma oportunidade. “Estamos implantando uma nova fábrica no distrito industrial de Ponta Grossa e pretendemos diversificar a produção para agregar valor”, disse. Segundo ele, isso fica mais fácil se houver um setor bem estruturado no município. “A indústria moveleira hoje em Ponta Grossa tem um entrave muito grande que é a informalidade. O setor precisa se unir, definir metas e trabalhar alinhado, já que temos um potencial enorme”, declarou.
Durante o Seminário Moveleiro, que teve a participação de cerca de 50 empresários e profissionais do setor, representantes do Sistema Fiep colocaram a entidade à disposição para ajudar a estruturar o polo moveleiro de Ponta Grossa. A articulação deve ser feita pelo Conselho Setorial da Indústria Moveleira da Fiep, organizadora do evento. Além disso, o gerente do Senai em Arapongas, Nilson Violato, afirmou que é importante que a cidade identifique sua vocação e defina o perfil que pretende para seu polo. “É preciso criar uma identidade para este polo, definir qual o público a ser atingido e entender o caminho a ser seguido para isso”, afirmou.
Em Arapongas, maior polo moveleiro do Paraná e um dos principais do país, está sendo instalado o Instituto Senai de Tecnologia (IST) voltado exclusivamente para a indústria do mobiliário. Segundo Violato, a instituição tem condições de estruturar o planejamento do setor em Ponta Grossa, além de ampliar a quantidade de cursos de acordo com a demanda do município.
Palestras – Nilson Violato foi um dos palestrantes do Seminário e apresentou experiências de sucesso desenvolvidas por empresas moveleiras paranaenses em parceria com o Senai, baseadas no conceito de design estratégico. “O que fazemos é um reordenamento do processo produtivo. As indústrias de móveis se preocupam muito com isso, mas continuam tendo problemas porque esse processo é mal feito”, explicou.
Segundo Violato, é preciso que as empresas façam um diagnóstico de sua atuação, identificando o que há de melhor no mercado e também conhecendo a fundo os desejos dos consumidores finais. “Uma pesquisa do Senai feita em todo o Brasil e que será lançada em setembro mostra que todos os consumidores querem qualidades, robustez e design nos móveis. Mas identificamos que existem seis perfis diferentes de clientes. É preciso conhecer esse público e, a partir daí, criar uma visão de mercado para a empresa”, disse.
Além da apresentação de Violato, o Seminário Moveleiro teve palestra com a consultora especializada na capacitação do setor moveleiro Simone Nascimento. Ela falou sobre sustentabilidade da marcenaria e da indústria de móveis, ressaltando que o tema não se restringe à questão ambiental. “Somada a ela estão a sustentabilidade social e a econômica. Não basta mais para as empresas vislumbrar apenas o lucro, é preciso ter responsabilidade sobre nossos negócios e sobre a sociedade”, afirmou.
A consultora explica que a responsabilidade social não se refere a ações de assistencialismo, mas a estratégias de negócios alinhadas às respostas esperadas para as demandas da sociedade. Além disso, é preciso dar atenção especial aos colaboradores das empresas. “Não existe responsabilidade social sem emprego e sem a valorização dos colaboradores”, declarou.
Simone aponta também que, cada vez mais, as indústrias precisarão atuar com o conceito de ecoeficiência. “Isso nada mais é do que produzir mais utilizando menos recursos”, disse. Como exemplo, citou medidas simples, como a utilização de telhas transparentes em uma fábrica, o que pode gerar economia de cerca de 30% no uso de energia elétrica. “No caso da indústria moveleira, é preciso ter atenção também com a escolha de fornecedores. A utilização de materiais como madeira e painéis certificados pode ser usada até como estratégia de marketing pela empresa”.
Além de Ponta Grossa, o Seminário Moveleiro será realizado também em Arapongas (terça-feira), Umuarama (quarta) e Francisco Beltrão (quinta). Os eventos antecedem o 3º Congresso Moveleiro Paranaense, que a Fiep promove no dia 26 de junho, em Curitiba. Mais informações no site www.congressomoveleiro.org.br.
Fonte: Comunicação Institucional
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