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Notícias
23
abr
2012
(PAPEL E CELULOSE)
Perspectivas positivas para o mercado de papel da Argentina
Assim como em outras regiões do mundo, a economia na América Latina desacelerou em 2011, apesar de ter obtido um desempenho saudável. Isso não foi diferente na Argentina, a terceira maior economia latino-americana e a primeira em termos de poder de compra, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI). O forte crescimento econômico dos anos anteriores na Argentina não é consequência do desenvolvimento industrial, mas sim da exportação de commodities. O país se beneficia de seus ricos recursos naturais, do alto índice de alfabetização e de um setor agrícola com tradição exportadora, além da diversidade de sua indústria de base.
Em 2010, a Argentina foi o país latino-americano que apresentou o maior ritmo de crescimento, desempenho também visto no ano seguinte. Até o terceiro trimestre de 2011, o país exibia elevadas taxas de crescimento do PIB, de 9,3%, após registrar 9,9% e 9,1% no primeiro e segundo trimestres, respectivamente. Entretanto, o crescimento mais lento do Brasil, que absorve 20% das exportações argentinas, aliado à recessão mundial, fez com que a economia argentina freasse no último trimestre de 2011, atingindo uma taxa de crescimento de 7,3%, segundo dados oficiais divulgados em março.
Esse clima econômico positivo também é notado nos desenvolvimentos recentes do segmento de papel e cartão no país. Atualmente, refletindo a maior renda per capita do país na América Latina, a demanda por papel e cartão argentina encontra-se em uma base per capita superior à média regional, em mais de 65 kg por habitante. A média geral da América Latina chega a 48 kg por habitante, o que inclui papel gráfico, sanitário e os vários tipos de papel para embalagem.
É importante ressaltar que, historicamente, a indústria de papel na Argentina se mostrou em linha com o ritmo da economia global. Durante a década de 1990, a Argentina era autossuficiente para quase todos os tipos de papel, exibindo até superávit comercial nos papéis de imprimir e escrever. No entanto, em 1995, as importações líquidas representaram cerca de um terço da procura total de papel e cartão, e esta proporção cresceu para 42% no final da década. Para piorar, a crise econômica na Argentina em 2001-2002 interrompeu drasticamente a tendência ascendente do crescimento da demanda acumulada durante a década anterior.
A reativação do segmento de papel ocorreu em 2003, quando a economia saiu da recessão. De 2003 a 2008, a demanda registrou aumentos anuais de 7,4%, traduzindo-se em 755 mil toneladas adicionais. Isso permitiu que a demanda de papel e cartão na Argentina superasse 2,5 milhões de toneladas em 2008. No lado da capacidade, no entanto, as melhorias não eram tão fortes, com um total de papel e e embalagem na casa das 460 mil toneladas durante esses cinco anos. Ao longo da crise financeira de 2009, a demanda caiu cerca de 9%, voltando para 2,2 milhões de toneladas.
O crescimento da demanda argentina se recuperou com força em 2010, quando o clima econômico positivo resultou em atividade aquecida, maiores gastos de publicidade e produção industrial crescente. Mas depois de crescer 12,3% em 2010, o clima mais moderado da economia em 2011 reduziu o papel da Argentina e do crescimento da procura por cartão para 3,6% este ano. Tal redução também resultou de uma combinação de alguns fatores importantes. Primeiro, os estoques em níveis elevados durante os primeiros trimestres do ano, gerando um processo de desabastecimento que durou o ano inteiro. Em segundo lugar, a valorização da moeda local impactou negativamente as exportações de produtos industriais, incentivando as importações de bens de consumo.
A moderada demanda doméstica e uma competição ferrenha com os bens asiáticos, além do crescimento lento da economia brasileira, ainda colocarão pressão na produção argentina. De fato, os fabricantes argentinos estão operando perto da capacidade, e novos investimentos são necessários para suportar futuros crescimentos. Entretanto, os fluxos estrangeiros não estão muito próximos do país, já que os investidores estão receosos a respeito de regulamentações governamentais e restrições argentinas. Para completar, a recente reeleição da presidente Cristina Fernandez possivelmente significará uma continuação das políticas dos últimos anos.
De acordo com os dados de macroeconomia da RISI, o PIB real da Argentina deverá exibir crescimento bastante inferior em 2012, de 3,8%, e uma média de 4% nos próximos cinco anos. Apesar do menor crescimento neste ano, o consumo melhorará discretamente, devido à recomposição de estoques esperada para o primeiro semestre deste ano. Após crescer 4,3% em 2012, a demanda de papel e embalagem na Argentina deverá manter uma alta de 4% nos próximos dois anos. Apesar disso, os investimentos em capacidade deverão ocorrer bem lentamente. Haverá um crescimento em volume de 2,6% entre 2012 e 2014, o que significará 155 mil toneladas adicionais, uma vez que a competição com produtos importados desencoraja novas capacidades no país no médio prazo.
Este artigo é conteúdo da PPI América Latina, uma publicação da RISI que cobre os mercados e preços de celulose e papel na América Latina. Se você tem interesse em receber a PPI América Latina, envie um email para ppila@risi.com ou acesse http://www.risiinfo.com.br
Em 2010, a Argentina foi o país latino-americano que apresentou o maior ritmo de crescimento, desempenho também visto no ano seguinte. Até o terceiro trimestre de 2011, o país exibia elevadas taxas de crescimento do PIB, de 9,3%, após registrar 9,9% e 9,1% no primeiro e segundo trimestres, respectivamente. Entretanto, o crescimento mais lento do Brasil, que absorve 20% das exportações argentinas, aliado à recessão mundial, fez com que a economia argentina freasse no último trimestre de 2011, atingindo uma taxa de crescimento de 7,3%, segundo dados oficiais divulgados em março.
Esse clima econômico positivo também é notado nos desenvolvimentos recentes do segmento de papel e cartão no país. Atualmente, refletindo a maior renda per capita do país na América Latina, a demanda por papel e cartão argentina encontra-se em uma base per capita superior à média regional, em mais de 65 kg por habitante. A média geral da América Latina chega a 48 kg por habitante, o que inclui papel gráfico, sanitário e os vários tipos de papel para embalagem.
É importante ressaltar que, historicamente, a indústria de papel na Argentina se mostrou em linha com o ritmo da economia global. Durante a década de 1990, a Argentina era autossuficiente para quase todos os tipos de papel, exibindo até superávit comercial nos papéis de imprimir e escrever. No entanto, em 1995, as importações líquidas representaram cerca de um terço da procura total de papel e cartão, e esta proporção cresceu para 42% no final da década. Para piorar, a crise econômica na Argentina em 2001-2002 interrompeu drasticamente a tendência ascendente do crescimento da demanda acumulada durante a década anterior.
A reativação do segmento de papel ocorreu em 2003, quando a economia saiu da recessão. De 2003 a 2008, a demanda registrou aumentos anuais de 7,4%, traduzindo-se em 755 mil toneladas adicionais. Isso permitiu que a demanda de papel e cartão na Argentina superasse 2,5 milhões de toneladas em 2008. No lado da capacidade, no entanto, as melhorias não eram tão fortes, com um total de papel e e embalagem na casa das 460 mil toneladas durante esses cinco anos. Ao longo da crise financeira de 2009, a demanda caiu cerca de 9%, voltando para 2,2 milhões de toneladas.
O crescimento da demanda argentina se recuperou com força em 2010, quando o clima econômico positivo resultou em atividade aquecida, maiores gastos de publicidade e produção industrial crescente. Mas depois de crescer 12,3% em 2010, o clima mais moderado da economia em 2011 reduziu o papel da Argentina e do crescimento da procura por cartão para 3,6% este ano. Tal redução também resultou de uma combinação de alguns fatores importantes. Primeiro, os estoques em níveis elevados durante os primeiros trimestres do ano, gerando um processo de desabastecimento que durou o ano inteiro. Em segundo lugar, a valorização da moeda local impactou negativamente as exportações de produtos industriais, incentivando as importações de bens de consumo.
A moderada demanda doméstica e uma competição ferrenha com os bens asiáticos, além do crescimento lento da economia brasileira, ainda colocarão pressão na produção argentina. De fato, os fabricantes argentinos estão operando perto da capacidade, e novos investimentos são necessários para suportar futuros crescimentos. Entretanto, os fluxos estrangeiros não estão muito próximos do país, já que os investidores estão receosos a respeito de regulamentações governamentais e restrições argentinas. Para completar, a recente reeleição da presidente Cristina Fernandez possivelmente significará uma continuação das políticas dos últimos anos.
De acordo com os dados de macroeconomia da RISI, o PIB real da Argentina deverá exibir crescimento bastante inferior em 2012, de 3,8%, e uma média de 4% nos próximos cinco anos. Apesar do menor crescimento neste ano, o consumo melhorará discretamente, devido à recomposição de estoques esperada para o primeiro semestre deste ano. Após crescer 4,3% em 2012, a demanda de papel e embalagem na Argentina deverá manter uma alta de 4% nos próximos dois anos. Apesar disso, os investimentos em capacidade deverão ocorrer bem lentamente. Haverá um crescimento em volume de 2,6% entre 2012 e 2014, o que significará 155 mil toneladas adicionais, uma vez que a competição com produtos importados desencoraja novas capacidades no país no médio prazo.
Este artigo é conteúdo da PPI América Latina, uma publicação da RISI que cobre os mercados e preços de celulose e papel na América Latina. Se você tem interesse em receber a PPI América Latina, envie um email para ppila@risi.com ou acesse http://www.risiinfo.com.br
Fonte: CeluloseOnline
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