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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°108 - OUTUBRO DE 2007

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Mercado promissor para brinquedos de madeira

Para a fabricação de brinquedos de madeira são utilizados vários processos de fabricação como serramento, torneamento, planagem, furação, lixamento, e outros. Cada uma dessas operações requer uma habilidade direta do operador, pois são máquinas razoavelmente simples, mas não de fácil operação.

Alguns detalhes feitos nos brinquedos só poderão ser feitos com ferramentas manuais como: grosa, formão, lixa, serrote, arco de serra e plaina manual, entre outras. Após a fabricação das peças é feitas a montagem e fixação que poderá ser por parafusos auto atarrachantes, pregos ou cola especial para madeira, líquida ou sólida.

A última operação é o lixamento para retirada das rebarbas e a pintura para acabamento, quando for viável. As madeiras normalmente utilizadas são o pinho, o eucalipto ou o compensado. Este é um segmento alternativo promissor para o setor madeireiro, já que inclui uma ampla gama de oportunidades, bem como brinquedos didáticos, brinquedos para parques, além dos brinquedos convencionais.

A madeira usada na fabricação dos brinquedos normalmente já vem tratada para resistir ao calor e à umidade, mas é aconselhável que no armazenamento esta seja protegida contra possíveis ações do tempo como rachaduras provocadas pelo sol, empenamento, formação de fungos e apodrecimento. Para fazer este armazenamento deve-se guardar as tábuas, vigotas e ripas no sentido horizontal em ambiente arejado e livre de umidade excessiva. Além das possíveis ações do tempo há também o risco do ataque de cupins.

Cada tipo de brinquedo ou peça dos brinquedos vai necessitar de um tipo de operação, mas para as peças básicas destacam-se:

Para a fabricação de peças planas utiliza-se a tupia (plaina para madeira) que consiste em uma ferramenta de corte rotativa que trabalha sob uma mesa metálica; a regulagem da altura definirá a profundidade do passo a ser dado. A madeira que, empurrada manualmente, passa sobre o corte, fica com o acabamento liso. Um exemplo prático para a utilização da plaina seria a base, as laterais e o teto de um caminhão de madeira.

Para fazer cortes em chapas de madeira utiliza-se uma serra de fita vertical, que consiste em duas polias sendo que, uma acionada, aciona uma lâmina de serra semelhante à coroa e à corrente da bicicleta, sendo a corrente a serra e a coroa as polias. Para serrar empurra-se manualmente a tábua com o auxílio de um pedaço da madeira evitando assim acidentes. Exemplo da utilização da serra de fita: a lateral da cabine de um caminhão de madeira.

Para se fabricar peças cilíndricas, utiliza-se o torno horizontal, diferenciando-se apenas no tipo de material a ser torneado e o tipo de ferramenta. O torno horizontal realiza um movimento de rotação na peça a ser torneada que é cortada por uma ferramenta que avança lentamente retirando o material até a obtenção de um diâmetro desejado. Na fabricação de peças de madeira utilizam-se normalmente um torno manual, ou seja, o avanço da ferramenta é feito pelo operador que segura com a mão um formão especial apoiado sobre uma base fixa. O avanço deverá ser determinado pelo operador de forma que se consiga um bom índice de segurança. Exemplo de peças torneadas: rodas, eixos de caminhão, peão, etc.

Furação

Para furar peças de madeira pode-se utilizar dois tipos de máquinas:

Arco de Pua (um tipo de furadeira manual de rápido aperto e utilizada em furos de maior diâmetro e em furos com rebaixos etc.) Furadeira elétrica que poderá ser manual (furadeira comum) ou de bancada (contêm uma coluna que sustenta o motor e proporciona uma maior força sobre a peça). Exemplo de peças com furação: peças fixadas por parafusos ou por pino de madeira;

A madeira, por ser de baixa dureza, tem uma propriedade que facilita muito na fabricação: ela pode ser facilmente lixada e para isso utiliza-se a lixadeira, que consiste em duas polias e uma lixa em forma de correia que, quando acionada, realiza um movimento retilíneo em relação à mesa. Para lixar a peça o operador deverá segurar a peça com auxílio de luvas para sua maior segurança e flexionar a lixa sobre a peça até que se atinja o objetivo proposto. Exemplo: quase todas as peças planas e cantos arredondados são lixados;

A pintura dos brinquedos é feita com tinta esmalte sintético, a mesma utilizada em pintura de portas, janelas de madeira e outros. Para aplicar a tinta a peça deverá estar limpa e livre de pó (serragem) evitando, assim, que a tinta solte da madeira após a secagem.

O processo de pintura vai variar de acordo com a produção. Ele poderá ser:

Processo de pintura artesanal - que consiste na aplicação da tinta manualmente com pincel ou rolo para pintura em espuma. É importante não aplicar quantidades excessivas de tinta para evitar escorridos e rugas na pintura.

Processo de pintura industrial - é semelhante ao da pintura automobilística. Baseia-se num compressor de ar que pulveriza a tinta e facilita a pintura homogeneizando o acabamento. Para realizar a pintura industrial utiliza-se o compressor de ar. Essa máquina utiliza um processo eletromecânico para armazenar ar em um reservatório em aço. O ar, quando liberado, sai com pressão acima do normal. Para pintura pode-se usar o compressor comum “de borracheiro”.

Além do compressor utiliza-se também um revolver, pintura de ar comprimido e mangueira de borracha, etc.

Para aplicação da tinta por processo industrial, devem-se distribuir jatos uniformes sobre a peça, evitando excesso de tinta para não causar escorridos no brinquedo.

Quando for necessário fazer pintura de letras e desenhos usa-se o mesmo processo de pintura de roupas, o silk screen. Esse processo é baseado em uma tela de nylon que contém o inverso do desenho tapado com uma solução especial conhecida como emulsão.

Para se fabricar brinquedos, de madeira ou não, deve-se estar atento ao fato de que o selo do INMETRO é obrigatório em qualquer brinquedo comercializado no Brasil. Ele só é concedido se o brinquedo for aprovado em todos os ensaios aos quais for submetido por organismos e/ou laboratórios creditados. Compulsória no Brasil, a certificação de brinquedos visa evitar possíveis riscos que, mesmo não identificados pelo público, podem surgir no uso normal ou por conseqüência de uso indevido do brinquedo. Desde 2005, a certificação está baseada na Norma Mercosul NM 300/2002, substituindo a norma anterior, ABNT NBR 11786 e no Regulamento Técnico Mercosul, anexo à Portaria INMETRO nº 108.

Fonte: SEBRAE.